Mentira!

Neste blog e noutros sites do autor poderá prever o futuro do país tal como o presente foi previsto e publicado desde fins da década de 1980. Não é adivinhação, é o que nos outros países há muito se conhece e cá se negam em aceitar. Foi a incredulidade nacional suicidária que deu aos portugueses de hoje o renome de estúpidos e atrasados mentais que defendem os seus algozes sacrificando-se-lhes com as suas famílias. Aconteceu na Grécia, acontece cá e poderá acontecer em qualquer outro país.
Freedom of expression is a fundamental human right. It is one of the most precious of all rights. We should fight to protect it.

Amnesty International


30 de abril de 2009

Mafia Oligárquica Legisla Para Apoio da Corrupção Política

Em consenso unânime, os partidos aprovaram hoje uma lei cuja única finalidade possível é a da fomentação e da protecção à corrupção política.

Numa conjuntura em que se impõem medidas económicas, as oligarquias partidárias – mais uma vez demonstrando que apenas governam para roubar a nação – aprovaram uma lei sobre o financiamento dos partidos, por unanimidade, que lhes permite encobrir os roubos por corrupção, aumentando 55 vezes o limite desse financiamento em dinheiro líquido. Tudo isto apenas sob o pretexto da necessidade de financiamento do PC na festa do Avante. Em princípio, a lei seria apenas no sentido de permitir a recolha de fundos em dinheiro na festa do Avante, embora com a definição de um limite, e deveria também diferenciar o montante das multas em função da dimensão do partido a que se refere. Os vigaristas mafiosos não perderam a ocasião para a transformar numa defesa da sua própria corrupção. Não restam dúvidas de que os partidos portugueses são associações de malfeitores que se apoiam mutuamente na defesa dos interesses ilícitos comuns.

Sobre o PS já conheciamos as peripécias sobre o assunto e as suas recusas em fazer algo significativo para diminuir a corrupção política. Agora, vê-se também e transparentemente a que ponto a Manela Leiteira nos mente e é vigarista. Nenhuma das pequenas medidas ou mezinhas que o governo tem aposto para fingir contrariar a corrupção tem escapado às críticas da miserável impostora que é a chiba, por insuficientes. De certo que têm sido até mais que insuficientes, mas ela revele-nos agora claramente o seu pensamento ao juntar-se aos outros corruptos para aprovar a lei que lhes permite roubar sem prestar contas, a lei que lava as mãos aos criminosos.

Todos os partidos têm feito um grande alarido contra a corrupção e agora prova-se que, tal como de costume, tem sido tudo banha da cobra barata para papalvos e o que pretendem é unicamente aumentar a corrupção que fingem reprovar paralelamente com a sua impunidade. É a maior afronta e o maior escândalo de todos os tempos, bem superior à arrogância e marketing do Sócrates ou da Leiteira sozinhos; Nem tem equivalente ou semelhança, pois que vem alargar o caminho da corrupção e da sua impunidade.

Num tempo recorde, a lei foi discutida combinada e aprovada por unanimidade pela cambada de deputados corruptos de todos os partidos, facto que atesta o grau e a expansão da corrupção política nacional.

Constata-se claramente como todas as alegações neste sentido expostas neste blog, assim como no do Leão Pelado ou no Site da Mentira! Apenas pecam por insuficientes.

Somos governados por criminosos de direito comum e de alto calibre.

Vamos continuar a votar nas associações de malfeitores constituídas em partidos políticos, nas oligarquias da máfia? Corramos com eles! Ponham-se-lhes rédeas bem curtas, obriguem-se a prestar contas aos que os elegem. Vote-se em branco, que nenhum dos partidos merece a mínima confiança. Votar num ou noutro é o que eles querem para se irem revezando na exploração: ora rouba uma oligarquia, ora rouba outra. Votar neles é aprová-los, a eles e ao sistema. O sistema tem que passar a impossibilitar a promulgação de leis que não obtenham a aprovação directa da população, num sistema de democracia directa.

Aguardemos agora para ver como o Cavaco se pronunciará, o principal autor da actual miséria nacional à excepção da parte causada pela crise mundial e que pretende chorara lágrimas de crocodilo.

Vejam-se os detalhes:
Público
Diário de Notícias
Sol
Notícias

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24 de abril de 2009

Políticos Anularam a Utilidade do 25 de Abril

É o falhanço do golpe de Estado Militar de 25 de Abril de 1974 que está na origem daquilo a que se convencionou chamar de Revolução dos Cravos ou Revolução de ABRIL. Esta opinião que perfilho desde aquele dia, hoje data histórica, tornou-se já uma asserção pacificamente aceite pelos mais destacados protagonistas militares do evento (Melo Antunes, por exemplo) e também por alguns historiadores isentos, no sentido de não enfeudados a certos interesses político-partidários.

25 de Abril de 1995
Aventino Teixeira (16.07.1932 – 10.04.2009)
Clique para ler tudo.


35 anos após, o único feito notável é que o país – em relação aos outros países europeus – acumulou um atraso de mais de cerca de 25 anos sobre os 20 e tal que já tinha no dia do golpe. Foi o que a corrupção e a máfia política nos ofereceram. Até hoje, os únicos que lucraram com a Abrilada foram os que compõe essa máfia oligárquica que se apoderou do país e os jornaleiros que tudo de interesse nos encobrem e nos projectaram numa ignorância profunda. Com efeito, tanto políticos como jornalistas gozam hoje duma liberdade que não tiveram durante o Estado Novo, a qual têm usado no seu exclusivo interesse pessoal, enriquecendo roubando o país e desprezando os interesses nacionais. Devido à deformação da sociedade operada pela corrupção e interesses ilícitos da máfia oligárquica, o cidadão comum goza hoje de muito menos liberdade do que no tempo do Estado Novo. Afinal a liberdade não se limita nem se restringe à liberdade de expressão, mas a tudo aquilo que faz parte da vida normal, e essa foi posta em causa, espezinhada por essa máfia na defesa dos seus interesses particulares.

Até hoje, nenhum partido nem governo instaurou qualquer plano de base para o progresso do país, nem mesmo utilizando os fundos de coesão europeus especialmente criados e recebidos para essa finalidade. Nunca houve uma verdadeira preparação dos empresários nem uma formação contínua dos seus empregados. Os fundos foram roubados, mal administrados e desbaratados de diversas formas, principalmente pelos governos do Cavaco, que ainda deixou o governo com um défice superior a 5%! É obra! Já todos se terão esquecido do enorme número de novos-ricos que apareceram nessa altura? Eram políticos, familiares, amigos e alguns oportunista com sorte. Para nosso mal o Cavaco não é o único a recriminar, mas apenas o autor da nossa miséria actual, a crise não se gerou nos últimos anos.

Continuamos a ter um sistema de saúde que por mal administrado sai tanto ou mais caro que o dos países onde ele é bom e com uma cobertura muito mais abrangente. É um sistema arcaico e do velho estilo comunista em que nem tampouco se pode escolher o médico que se deseje. Inacreditável e aceite por todos devido à desinformação jornaleira.

Os jornalistas deixaram se ser profissionais para passarem a defender os interesses dos seus patrões. São uma miséria didáctica não funcional; não informam a população daquilo que ela pode usar em seu interesse nem sobre como defender-se dos golpes dos políticos e dominá-los, escamoteiam os bons resultados políticos levados a cabo em países avançados controlados pelos seus povos, impedindo assim o seu conhecimento neste país e que se possam seguir ideias comprovadas como úteis. Isto gerou a ignorância política da população, que não compreende que o seu interesse pode ser o contrário do do seu partido, sendo assim usada pelos partidos como mero material de voto (carne para canhão). Depois, como Victor Hugo escreveu na década de 1860, a ignorância é a mãe da estupidez.

Afinal, 25 de Abril para quê? Que se comemora hoje para além dum sonho jamais realizado, deste período de aproveitamento da máfia oligárquica política, dos roubos descarados, da passividade dum povo entorpecido e anestesiado e sem qualquer reacção, que não aprendeu nem foi ensinado como usar a sua liberdade para domesticar as bestas políticas corruptas, mas que foi amestrado para tudo lhes admitir e aceitar, apenas respingando mansamente. Em italiano, manzo (manso) é um boi. Recordou-nos recentemente o General Eanes que devemos pedir contas aos políticos. Porque não o faz este povo embrutecido que permite ser flagelado impunemente de tal forma?

Temos que compreender que votar num partido ou noutro é fazermos o jogo dos corruptos, é irmos substituindo uma oligarquia por outra, assim se revezando e todas continuarem a aproveitar-se para nos roubarem e manterem na maior das misérias da Europa. Não devemos aceitar o que a corrupção nos impinge no seu próprio interesse e contra o nosso, devemos analisar os factos passados e deles tirar conclusões sem nos deixarmos influenciar. Em seguida devemos agir em consequência. Chega de palavreado.


Um longo relato, resumo da história moderna e da sociedade, não contado pelos conhecidos historiadores interesseiros: veja aqui.
Outros posts sobre a mesma matéria foram recentemente publicados neste blog. Queira vê-los abaixo, p.f.
Outro post sobre o assunto se seguirá muito em breve.
Veja-se ainda aqui e ainda aqui e aqui

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23 de abril de 2009

Políticos e Jornaleiros

Quem quer que tenha assistido à entrevista do Primeiro-Ministro na passada terça-feira 21, na RTP, só sendo cego, surdo e mudo poderia deixar de compreender o estado lamentável, a falta de capacidade mental ou conluio da jornaleirada incompetente, mas a quem não faltam prosápias nem arrogância. Por outro lado, assistimos a mais uma demonstração do treino, capacidade e competência dum político dos mais exímios em marketing. Poderá não ser um bom engenhocas, mas como publicista é invencível.

A incompetência dos entrevistadores foi incomensurável, como de costume. São incapazes de fazer perguntas sobre assuntos verdadeiramente judiciosos, e quando as fazem interrompem mal educadamente quem quer que seja o entrevistado, não dando aos telespectadores a possibilidade de ouvir a resposta. Não é isto uma característica própria dos jornaleiros portugueses, mas também dos de outros países meio incivilizados que neste aspecto nos são comparáveis.

Deixaram-nos completamente a zero sobre a questão do comboio a alta velocidade, certamente uma das mais importantes, dado o seu reflexo no futuro e o descabido exagero do projecto. Inacreditável, este assunto quase não foi tocado. Foram incapazes de pousar qualquer pergunta interessante ao interlocutor, o qual, com uma formação mediática de banha da cobra bem superior à sua os ludibriou de olhos fechados. Podiam-se notar as suas caras de estupefacção ao ouvirem as respostas. O que indica a falta de competência e de preparação daquele par de paspalhos.

Quanto ao Sócrates, evidentemente que com a sua escola não desperdiçou a ocasião que os parvalhões pedantes lhe apresentaram sobre um tabuleiro. Serviu-se dela para a sua publicidade costumeira e ao contrário dos outros com uma excelente preparação.

Sobre o caso Freeport, também não ficámos muito mais informados. Ainda que o segredo de justiça exista, as perguntas poderiam ser melhor adaptadas e não apenas no sentido que pareceu ser o de dar uma deixa ao interlocutor para se limpar. Na verdade, como já referido neste blog, tudo é de acreditar e não só os dois extremos geralmente citados, pois que existem muitas coincidências, talvez reveladoras, em ambos os sentidos. As condenações acérrimas em praça pública, contrariando o direito constitucional à presunção de inocência só têm tido a utilidade, não negligenciável, de espevitar a investigação. Terá ele convidado o Ministério Público a averiguar as suas contas bancárias? Continua a não se saber. O silêncio do Sócrates e dos seus colaboradores também não pode jogar em seu favor. No entanto se está verdadeiramente inocente, este procedimento é menos recriminador. Por outro lado, se culpa existe nalguma parte o(s) responsável(áveis) deve(m) ser dura e exemplarmente julgado(s) para que sirva de exemplo e de precedente jurídico no país, pois que infelizmente nem um nem outro existem ainda. SEja o que for que se venha a provar incontestavelmente, como deveria ser, haverá sempre uma facção a quem vai doer muito.

Nenhum dos presumíveis factos até agora apontados em qualquer dos dois sentidos (culpa ou inocência) de conhecimento público é convincente; nem têm resistido ao aprofundamento das investigações. Diz-se muita coisa, mas tudo sem verdadeiras bases. Os mais acérrimos, evidentemente, só podem ser os extremistas de ambos os lados. Tudo isto causado pela desconfiança geral na justiça com imensos exemplos de conluio e de corrupção. Como confiar agora na sua competência e isenção de influências, mesmo das opiniões pessoais dos próprios investigadores? Todavia, este caso, de tanto interesse geral manifestado coloca a justiça sob observação nacional o que a pode compelir a seguir o comportamento que sempre deveria ser o seu.

Por uma vez, o Sócrates conseguiu dizer algumas verdades sobre a sua má política e os seus maus projectos: na sua grande maioria não são de concepção sua, mas ideias que comprou ao PSD/PP aquando no governo. Este blog tem insistido sobre esta verdade devido a ela se encontrar na origem da desorientação do PSD e que tantos não querem ver e escamoteiam interessadamente. Se um governo segue as linhas que um partido – agora na oposição – traçou quando ele mesmo foi governo, como pode ele em seguida fazer uma oposição realista ou com senso, ou mesmo qualquer tipo de oposição? Terão que se limitar a dar meras opiniões, apresentando apenas o que não passa de pequenos melhoramentos aos actos do governo.

O grande trunfo dos partidos, como nesta altura se vê no PSD (costume geral que não se limita a este partido) é usarem do seu conhecimento do fraco discernimento e instrução política da população, jogando à vontade com a sua imaturidade política e credulidade saloia. Neste sentido ressai a recente escolha da Manela Leiteira (esta característica não é só do PSD) no Porco em Pé que na Lavandaria Nacional guincha e esperneia como um porco ao lhe espetarem a faca. Um verdadeiro palhaço de porco, cujos guinchos não são mais do que espectáculo armado para os crédulos. Diz coisas sem nexos, faz da mentira, da vigarice e do sofisma o seu dogma. Um verdadeiro pobre diabo incapaz, o Porco em Pé. A escolha da Manela, porém, justifica-se perfeitamente por adequada àquilo que a população aceita devido ao estado atrasado em que se encontra. Não é que os melhores políticos portugueses são na verdade aqueles que em lugar de fazer avançar o país se servem dos fracos da população para a lograrem a torto e a direito? Quando a população sempre aplaude tolamente o seu partido (os seus vigaristas de estimação)¸ que esperar dela? O melhor para a falsidade política é aproveitarem-se desta miséria em lugar de tentar erradicá-la, que enquanto ela durar os corruptos poderão enriquecer à nossa custa.

Em conclusão, podemos bem limpar as mãos à parede tanto pelos políticos corruptos que temos como pela grande maioria dos jornaleiros incompetentes que têm feito da profissão um acto de fé para nos desinformar. Jamais se ocuparam em nos mostrar como se passa em países avançados, partindo do princípio de que esses exemplos para Portugal não servem. Contudo, esses países avançados não começaram de cima para baixo e poderíamos bem seguir o caminho que os levou a uma maior democracia, justiça, igualdade dos cidadãos, melhores sistemas de saúde e de segurança social, melhor vida nacional, etc. Em lugar disso, vêm-nos sempre os desinformadores com exemplos da estrumeira nossa vizinha. Não há um dia em que os execrandos espanhóis não sejam citados, nem que não nos contem coisas que nos encobrem o que poderíamos copiar daqueles que triunfaram. Que nos interessa a estrumeira espanhola? O que queremos conhecer é o que se passa em países avançados. Se quisermos avançar. Quem quer que tenha assistido aos noticiários noutros países recordará que muito raramente neles se fala em Espanha. Não lhes interessa como exemplo.

Este governo tem mesmo alinhado com eles na sua opressão, humilhação e sacrifício do povo Basco por este querer apenas aquilo a que tem direito, que está escrito bem claramente na Carta da Nações Unidas e que nela é a menção principal: todo o povo tem direito à auto-determinação. Se é verdade que os castelhanos querem paz e não as bombas e os atentados dos Bascos, é simples, basta fazerem a única coisa que acabará com isso e que trará a paz a todos: darem-lhes aquilo que pretendem, a independência a que têm direito incontestável. Se não o fazem é porque não querem paz, o resto são tretas e mentiras para ignorantes engolirem. O povo Basco é um povo escravizado há séculos, que nem tem a mínima relação étnica com os povos da península nem com os de França, é uma colónia à força. Os abortos jornaleiros, que tanto nos ladram sobre o lixo castelhano, não nos contam isto, assim como nos escamoteiam tantas outras coisas, como o que na realidade se passa na Palestina, etc., etc.

Do modo como os partidos políticos continuam a comportar-se – e que decerto não vão mudar sem que a isso os obriguemos – a única solução é precisamente a de os obrigarmos a mudar. De outro modo tudo continuará com pequenas camuflagens. Não se pense que vão deixar de roubar o país e dele se servirem em lugar de o servirem, apenas por ser esse o seu dever.

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15 de abril de 2009

Investimento e Consumo
ou o Fim do Planeta?

O investimento é sempre produtivo e gerador de riqueza no sistema neo-liberal e capitalista selvagem em que vivemos, iniciado nos EUA na década de 1950 e que se estendeu a quase todo o mundo. Baseado no consumo e numa produção de artigos de curta duração, a sua eficiência é garantida e provada por décadas em que o desperdício planificado sempre produziu os resultados aguardados.

Numa tal conjuntura não restam dúvidas que os planos do governo de investimentos em grandes obras garantem produção de riqueza, mesmo o mais descabido e inútil de todos, o das linhas de comboio a alta velocidade, completamente desnecessário no país. É assunto confirmado por várias décadas de experiência. Os ataques contra a ideia com base na sua ineficiência só podem pois ser ouvidos por desactualizados que o ignorem, os quais não faltam e de que os políticos, génios do marketing, sabem bem aproveitar-se. Resta que jamais se deveriam conceber investimentos com uma tal inutilidade. Os dois factos demonstram por um lado a idiotice da concepção, por outro a má fé nas objecções.

Esta má fé tem sido amplamente usada e inflada pela oposição do PSD, um partido que tem mal em se encontrar na oposição e que demonstra bem a má índole dos políticos (desse partido ou não, neste ponto todos são iguais) na sua luta desenfreada para conquistar um poder que por falta de controlo e sua desonestidade endémica lhes tem permitido tudo açambarcar e roubar e ficarem indemnes devido à falta de poder associativo da população e sua ignorância, assim como a uma justiça mandriona, podre e corrupta até à medula, que esconde os seus defeitos e incapacidade sob uma capa de arrogância.

Temos visto, ultimamente, a Manela Leiteira falar com uma segurança que só lhe é possível mediante essa grande ignorância da população, assim como à sua mentalidade tão enormemente retardada que se esquece completamente do passado e crê no que os bastardos vigaristas lhe contam a ponto de serem eles mesmos os primeiros culpados da corrupção política. Com efeito e como se tem verificado, o povo, em geral, sempre ataca qualquer governo, sobretudo quando ele não lhes encha o prato e a bolsa, defendendo a oposição. Ora é este o modelo ideal para perpetuar o sistema das oligarquias mafiosas. Voltando-se ora contra uns, ora contra outros, vão-se elegendo corruptos para substituírem outros corruptos, mantendo simultaneamente o ciclo e o sistema. Votar neles é apoiá-los, dizer-lhes que se está de acordo com as suas canalhices, pulhices, baixeza, imoralidade, injustiças, roubos – é mais do que absolvê-los, é aprová-los. Não se compreende como se pode ser tão estúpido a ponto de aprovar aquilo de que se reclama sem cessar. Os políticos, exímios em marketing, a sua primeira e por vezes única formação com alto aproveitamento, não vão deixar de aceitar o que os pobres bobos lhe oferecem num tabuleiro.

A camelice está tão entranhada que resultou na eleição daquele que até hoje mais contribuiu para a desgraça nacional; quem lhes roubou a comida do prato, diminuiu os ordenados, não restaurou o sistema de saúde, diminuiu drasticamente o número de médicos ao ponto que se conhece, etc. Sobretudo, empurrou-os para uma longa penúria por não ter preparado o país para a sua junção ao sistema económico europeu (a junção à moeda única) com os fundos de coesão para esse fim. O pai da miséria nacional. Este processo que demorou uns 15 anos a instaurar-se não poderá ser ultrapassado em menos do dobro desse tempo. Não tenhamos ilusões.

Há quem o queira desculpar dizendo que até hoje esses fundos continuam a jorrar. Pois continuam, mas o tempo passou, a altura para o fazer também e agora nem as empresas nem os trabalhadores – ambos sem formação contínua – estão aptos a competir com os outros países, europeus ou não. Nesta altura, Portugal atravessa duas crises: a mundial, do consumismo e do capitalismo selvagens, devida a um sistema contra a própria Terra e tudo o que ela engloba, incluindo a própria existência humana e a crise nacional da inaptidão instaurada no país pelos governos do Cavaco. O seu crime é tanto maior por ser economista de formação.

Vem a chiba Leiteira contar-nos historietas para adormecer intoxicados, retardados mentais, desinformados, anestesiados e outros mamões porque sabe que eles o são a ponto de virem a votar na sua enorme bestialidade. Bestialidade e malvadez que ela e o seu comparsa Cagão Feliz comprovaram aquando no governo: planearam a exterminação dos sistemas de pensões e de saúde baseados na solidariedade. Inacreditável. É um facto que ela esconde e que os papalvos esqueceram. A ignorância dos portugueses devido à desinformação é de tal ordem que existem muitos que nem acreditam que Portugal é actualmente o único país europeu em que é vedado ao cidadão escolher o médico, que nos outros países, para além dos hospitais, todos os médicos trabalham nos seus consultórios para o sistema nacional de saúde, que existem tarifários acordados entre o equivalente da Ordem dos Médicos e os governos que compreendem todos os actos médicos e que eles são assim retribuídos. Pudera, com o sistema que se tem bem podem construir hospitais, que nunca chegarão. Temos um sistema arcaico do tipo comunista da ex-URSS e satélites.

Voltando aos investimentos, em nenhum caso o seu sucesso económico garantido deve ser tomado como um trunfo, pois que esse sucesso existe apenas mediante o sacrifício do Planeta. O sistema de consumo selvagem actual não pode perdurar paralelamente à vida na Terra. Nos últimos 30 anos destruíram-se 33% dos recursos do planeta. Mais 60 e será a razia completa. Daí, esses investimentos são condenáveis por este motivo apenas e não pelos que a chiba inventa e nos quer impingir mentindo descarada e desavergonhadamente. Só a consciência da ignorância nacional lhe permite todas estas imposturas de maligna. Tem o direito de desacordar e a obrigação de não mentir.

Outro facto contrário a nossa existência na terra e aos nossos descendentes é os governos estimularem a reprodução humana e a imigração para aumento das populações já demasiado grande, unicamente para aumentar o consumo. O seu aumento apenas servirá para abreviar a subsistência da Terra. Outros métodos em que o consumo decresça, a fabricação de bens mais duráveis, assim como a diminuição da população mundial são imprescindíveis se quisermos que os nossos netos tenham netos. Não subsiste hoje qualquer dúvida a este propósito.

Tanto os planos do governo, anti-vida terrestre, ruinosos e supérfluos, quando outros investimentos se justificam como muito mais necessários, como as bestiais barbaridades da Manela Leiteira são contra a natureza, para o empobrecimento e, sobretudo, perpetuam a continuidade do mau sistema.

Se queremos realmente extirpar este cancro das oligarquias mafiosas, gananciosas e corruptas, teremos de pôr um cabresto nos corruptos que as formam para dominá-los por completo. Enquanto não se operar nesse sentido não se tem o direito de reclamar.

Conheça mais sobre a história do consumismo e de como começou, do bem-estar fictício, do progressivo e inexorável extermínio da vida na terra, num filme instrutivo. Nota: Este filme pode vir a ser retirado do servidor.

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11 de abril de 2009

Férias e o estado da Nação

Transcrição de texto recebido por e-mail :

Férias de Páscoa para alguns…
Por Susana Barbosa

Quando já todos estávamos cientes de que o Presidente da República, Cavaco Silva, estaria de férias antecipadas de Páscoa, eis que esta semana ele faz uma aparição súbita ao país, quebrando o seu aterrorizante silêncio, que perdura há já algumas semanas, precisamente para que os portugueses possam ouvir a sua boa-nova: Sua Excelência, o Sr. Presidente da República, quebra o seu silêncio, para dizer aos portugueses que se silencia!

Ora aí está uma atitude digna de registo! De resto, ter-se-á recolhido de novo às suas recatadas férias, pois as visitas de cortesia, e as inaugurações aliadas aos cortes de tantas fitas, são de uma canseira incalculável, que só mesmo nós, pobres e comuns cidadãos, não conseguimos valorizar devido a outros tipos de cansaços…

É realmente extraordinário este “Jardinzinho” em que vivemos, à beira-mar plantado! Cada vez mais infestado de ervas daninhas… onde tudo, mesmo “TUDO” pode acontecer, que já ninguém se surpreende…, e até onde mesmo assim, nos continuamos a dar ao luxo de continuar a sustentar e a fazer a manutenção dos Reais Jardins de quem se está “nas tintas” para a nossa triste Pátria, e sobretudo, para quem nos desgoverna todos os dias.

Tudo isto, claro está, a bem da famosa estabilidade! Quem o diz, é sua reverência, o Sr. Presidente da República.

Mas, questionamos nós, mas que estabilidade? “Eles” querem-nos fazer crer na estabilidade de quê, e de quem? Só se for a bem das suas próprias estabilidades… porque neste pobre país, o desequilíbrio é de tal ordem, que não tardará muito, que também quem nos (des)governa, passe a viver na “corda bamba”.

Enquanto isso, o “intocável” e “implacável” José Sócrates, continua com espaço de manobra para ludibriar quem deseja, pois lá diz o velho ditado “com papas e bolos, se enganam os tolos”!

Revoltas para quê? Mais manifestações a quem interessam? Então, se até as taxas de juro estão mais baixas do que nunca, e se até os combustíveis baixaram, e se até os salários dos funcionários públicos subiram 2,9%, vá-se lá entender quem continua a dizer que o país vai mal… Já alguém ouviu dizer que as empresas municipais despediram pessoal? Já alguém ouviu dizer que o governo diminuiu pessoal ou demitiu assessores? Já alguém ouviu dizer que o Estado anda preocupado em diminuir custos?

Pois não, efectivamente, só ouvimos falar em cobranças e em fiscalização de impostos. A alta tecnologia só chega em condições perfeitas, ao Parlamento e às Repartições de Finanças. Os cruzamentos de dados e as investigações neste país, também só servem para quem trabalha e não para quem rouba!

Há dias, num encontro após uma conferência, ouvíamos dizer que de férias de Páscoa, um dos conferencistas iria de férias para o sul de Itália, outro para o Algarve, e ainda um outro para o Brasil. Por incrível que pareça, eram todos funcionários públicos bem instalados, porque será?

José Sócrates, esse, poderá ir até para o Inferno a preço de ouro, que ninguém se preocupará. Tudo isto, enquanto for ano de eleições. Tudo isto enquanto o Estado não retirar regalias ao próprio Estado... Tudo isto, enquanto uns sangram e outros engordam. Tudo isto, enquanto quem está dentro do sistema está alimentado, e quem se encontra fora dele desespera à míngua.

Tudo isto, repetimos, enquanto é ano de eleições! Temos por certo que o pior está para vir. O pior, virá depois. E o pior é que nessa altura será para todos os portugueses sem excepção.

Susana Barbosa

NOTA: Não conheço a autora e a consulta Internet deu-me várias pessoas com igual nome. Porém, o texto merece ser lido, com os cuidados habituais, e meditado porque há pontos de grande interesse. Não me parece que, em momentos difíceis, se deva falar em ESTABILIDADE, pois isso representa resignação à crise o que contraria as palavras do PR quando aconselha a não nos resignarmos. Em vez de estagnação precisamos de acção, de reestruturação, de reorganização, de procura de soluções para reduzir desperdícios e controlar as despesas não produtivas ao mínimo indispensável, de avaliar o desempenho de cada quadro superiore (assessores p.e.). Há que analisar o que tem estado mal, opado, inflacionado e emagrecer, eliminando a obesidade do aparelho do Estado, criadora de burocracia bloqueadora que propicia a corrupção e o tão falado enriquecimento ilícito. Os portugueses que vivem com dificuldades extremas não podem sentir-se confortáveis ao ponto de desejarem a estabilidade da sua miséria, vendo outros, que vivem dos seus impostos, continuarem cada vez melhor.
Em vez de estabilidade, precisamos de recuos corajosos naquilo que está errado.

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4 de abril de 2009

Hipocrisia e Cinismo, Valores Basilares dos Políticos

Hipocrisia, malandrice, vigarice, cinismo, instinto baixos e de roubo, falsidade e má fé são as qualidades que caracterizam a ampla maioria dos políticos. Os políticos portugueses não só as têm todas como as têm aperfeiçoado com o maior esmero.

O primeiro-ministro faz jus à sua fama de mentiroso, de prometer o que nem lhe passa pela cabeça cumprir, de afrontoso arrogante. Acusado de traidor pela Human Rights Watch, tem tido um percurso vergonhoso marcado por acções anti-sociais/anti-socialistas, tais como as descritas em alguns dos posts da mesma autoria do presente: Déspota Iluminado Mete a Pata na Poça, O Nazismo Ressuscitado em Portugal, O Déspota Iluminado, assim como pelo menos noutra meia dúzia de posts que realçam as suas façanhas. É um carácter bem enquadrado nas linhas dos políticos nacionais, um exemplo do que jamais deveria ser e de que os carneiros dos eleitores tudo permitem.

Não obstante o que Sócrates tem demonstrado ser, não está só na sua cátedra ranhosa e há mesmo quem lhe bata a palma. Com efeito, a Manela Leiteira tem demonstrado a sua exímia superioridade na falsidade, na banha da cobra, na blasfema mentira que equivale a chamar de estúpidos, aos gritos a quem a houve, por julgar que a vão acreditar. E muitos acreditam para seu próprio mal. Por uma vez que o Sócrates disse uma única verdade, possivelmente a única em anos, desmente-o ao ele referir que o partido dela queria destruir a Segurança Social e o Serviço Nacional de Saúde, tornando-os privados e pagos.

Ora isto é verdade, não passando duma simples constatação, um assunto que foi abordado em devida altura em pelo menos cinco posts do Blog do Leão Pelado [1, 2, 3, 4, 5]. De acordo com as explicações do Cagão Feliz, por ele testemunhadas em diversas entrevistas e alocuções, a Seg. Soc. e a Saúde em Portugal deveriam seguir caminho idêntico ao que seguiram noutros países da Europa, ou seja, segundo ele, serem pagas por contribuições privadas e asseguradas também privadamente. Por outras palavras, ter dois serviços, um para os que podiam pagar e outro para os pobres, cavando ainda mais o fosso entre uns e outros, instituindo oficialmente uma separação de classes de cidadania.

O que o miserável canalha escondeu foi que não contava senão uma parte da verdade, construindo uma mentira monstruosa sobre uma verdade parcial. Com efeito o sistema existe, mas não desse modo e sem ter como consequência uma separação de classes. Tomemos, por exemplo a Suíça, precisamente por ser tão bem conhecida como país super capitalista, ainda que também de democracia directa. O serviço de saúde do Estado é efectivamente financiado por instituições seguradoras privadas. Começou por ter contribuições de diferentes níveis, criando uma separação entre mais ricos e mais pobres, notando-se, todavia, que todos tinham direito aos mesmos médicos e serviços de saúde, sendo a diferença apenas ao nível da hotelaria. Contrariamente ao sistema de inspiração comunista português que provoca os «engarrafamentos» conhecidos e restringe os nossos direitos, qualquer pessoa sempre pôde e pode consultar o médico que quiser e tratar-se onde deseje.

Mais tarde, mesmo sendo estas diferenças apenas ao nível das contribuições e dos serviços anexos de hotelaria, os governos eliminaram ainda todas as diferenças, obrigando as seguradoras a praticarem contribuições idênticas em todo o país e em todas as condições, democraticamente. Continuou, contudo a possibilidade de se ser internado em quarto privado, sendo esta diferença paga à parte. Aliás, todos os actos médicos são tabelados não é possível a qualquer hospital, do estado ou privado, aplicar uma tarifa diferente do previsto na tabela. Era isto o que o pulha do Cagão queria fazer? Não, como muito bem explicou tratava-se dum sistema livre em que quem não pagasse não tinha direitos. O monstro encobriu a verdade porque queria tramar os portugueses.

Ainda no país deste exemplo, quanto à Seg. Soc., como as reformas e pensões estavam a ser ameaçadas por os fundos não serem suficientes para as providenciarem num futuro relativamente próximo, na década de 1970 foi criado um sistema de contribuição adicional, semi-privado. Neste sistema, cada empregado e entidade patronal passaram a descontar ou contribuir para um fundo junto duma seguradora, o qual foi regido por um regulamento restrito. Este fundo destinou-se a vir ser acrescentado à pensão de reforma, de invalidez ou outra equiparada. No caso em que o empregado mude de emprego tem direito a uma parte do que o empregador descontou a seu favor, proporcional aos anos que o seu emprego durou, chegando a ser à totalidade. Em certos casos previstos pela legislação, apenas em certas condições especiais, o titular do fundo pode usar o seu dinheiro noutra aplicação que não seja a sua pensão de reforma. Era isto o que o pulha do Cagão queria fazer? Não, como muito bem explicou tratava-se dum sistema livre em que quem não o pagasse não tinha direitos. O monstro encobriu a verdade porque queria tramar os portugueses.

Aqui está como os monstros políticos nos tratam, verdadeiramente ao coice, logro, mentira, falsidade, genuína malvadez, oportunismo nojento. Tudo lhes serve para conquistarem o poder para dele se aproveitarem e enriquecerem roubando-nos de diversos modos. A forma como se debatem, tão evidente na Leiteira e que mais clara é impossível, não esconde nem ensombra que o único alvo não é o de servir a nação (a nós) mas o de correrem com o partido que estiver no governo, seja ele qual for, para eles se apoderarem dele.

Quando ela fazia parte do governo, esse governo só não destruiu completamente a Segurança Social e o sistema de pensões por falta de tempo. A Mizé das Nozes Pintainho, por exemplo, provedora da Stª Casa da Misericórdia, planeou tratar da saúde aos idosos sem meios de subsistência, suprimindo todas as ajudas de urgência ou não, participações nos medicamentos, etc., pura malvadez. Algum destes canalhas ressuscitará aqueles que assassinaram?

A ter em mente que em todos os países genuinamente democráticos, a Saúde, as Pensões para idosos e a Segurança Social em geral são considerados como bases dos Direitos Humanos.

Quando será que vamos ouvir a Manela confessar que a falta actual de médicos com todos os males que dela resultam são obra 100% de quem decretou a diminuição das vagas para medicina: o Cavaco? Claro que como os médicos levam muitos anos em formação e estágio, só muito mais tarde essa decisão veio a mostrar os seus resultados funestos para toda a população.

Quando será que vamos ouvir a Manela confessar que a actual situação da miséria e incapacidade profissional das empresas e seus empregados, agravada pela crise mundial, se deve ao modo corrupto e mal intencionado como os governos do Cavaco usaram os fundos de coesão europeus, roubados, esbanjados e mal utilizados. As empresas ficaram sem ser modernizadas e os empregados nunca tiveram a formação, muito menos contínua como nos países que avançaram. Assim, todos nos têm passado facilmente à frente.

A Manela é actualmente a política mais repulsiva, incrivelmente vencendo até o próprio Sócrates de longe.


Não se pode continuar a permitir a formação duma Nova Classe acima da Constituição, da Justiça e da Cidadania nacional, que tudo e todos controle impunemente, aliada aos magnatas da exploração humana.

É esta a bases de todos os males em Portugal e nada mudará sem que antes se resolva este caso basilar. A atacar por todos os meios. A democracia directa apresenta-se como a panaceia indicada: rédeas neles!

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Freeport. Quem pressiona?

Na sequência do post «Freeport. Há pressões ou não?», referem-se três textos integrados no semanário Sol que vêm trazer algumas achegas às cogitações que o post poderia ter sugerido. Trata-se de Alberto Costa fez pressões em nome de Sócrates, Conselho Superior do Ministério Público vai abrir inquérito e Ministro da Justiça nega pressões sobre magistrados.

Como os crimes de corrupção não estão devidamente cobertos pela legislação vigente, apesar dos esforços feitos pelo então deputado engenheiro João Cravinho, e devido aos interesses dos políticos no poder, não é fácil confirmar os conteúdos daqueles três artigos, embora sejam inteiramente coerentes com a lógica dos comportamentos a que nos habituaram, dos atropelos à verdade, já no post bem visíveis, e aos interesses em jogo.

Ao contrário dos dois magistrados corajosos, há muitos servidores obedientes e reconhecidos que preferem ocultar a sua personalidade e dignidade a correr o risco de sofrer represálias. Para a maior parte dos actuais políticos, o pior risco é deixarem de merecer o apoio do seu dono (his master’s voice), porque isso os deixaria entregues à sua competência que vale zero (ou pouco mais), como diria por outros termos Guerra Junqueiro.

E um líder partidário no poder é tentado a usar e abusar desse pragmatismo dos seus servos, mais subservientes e interesseiros.

Este estado de coisas aumenta o valor intrínseco dos militantes que, apesar de tudo, ousam manter a dignidade, como temos ouvido a Mário Soares, Manuel Alegre, Manuel Maria Carrilho, Henrique Neto e Víctor Ramalho, os quais não abdicam da sua maneira de ser e da sua opinião pessoal sobre as realidades da política nacional e partidária. Não receiam manifestar as suas opiniões quando divergentes e politicamente menos correctas.

Um amigo enviou-me por e-mail a entrevista dada pelo advogado Dr. José António Barreiros que se transcrevo:

Entrevista de Dr. José António Barreiros a "O Independente", de 28/10/2005
Publicação verbojuridico, 29.Outubro.2005

José António Barreiros. O Advogado José António Barreiros quebra um silêncio de 16 anos e aceita falar sobre como demitiu, em Macau, o actual ministro da Justiça, na sequência de tentativas de pressão sobre um juiz feitas por Alberto Costa.

«QUISERAM PARA MINISTRO QUEM EU NÃO QUIS PARA DIRECTOR DE SERVIÇOS»

Qual a razão verdadeira por que demitiu Alberto Costa em 1988 do cargo que ele
desempenhava em Macau, director dos Assuntos de Justiça?

A razão verdadeira é a que está escrita. Achei que estava quebrada a confiança pessoal,profissional e política na pessoa dele e que a Administração Pública de Macau não podia conviver com um tal dirigente, que tinha tido uma "conduta imprópria" como a dele. Isto mesmo face aos critérios de Macau.

Mas o governador Carlos Melancia revogou o seu despacho.

É verdade, mas não na parte em que o demitia, só na parte em que eu dizia por que o tinha demitido. Foi uma situação única, caricata, mas sintomática. O governador parecia incomodado com o que eu dizia no despacho de demissão. Mas o que eu escrevi na fundamentação do meu despacho foi a mera cópia do que concluiu o inquérito disciplinar que ele próprio mandou instaurar: que Alberto Costa tinha contactado o juiz, à revelia da tutela, alegadamente para o elucidar sobre os aspectos técnico-jurídicos e económicos do caso; e esclarecimentos que, em seu entender, justificariam uma revisão da sua decisão ou decisões sobre a situação prisional dos arguidos e, eventualmente, a sua cessação e subsequente soltura.

E porque haveria o governador de estar incomodado, a ponto de se dar ao trabalho de
revogar a fundamentação do seu despacho, mesmo não revogando o despacho?

É uma longa história. Mas uma coisa boa resultou para Alberto Costa desta actuação bizarra do governador: que ele, recorrendo para os tribunais administrativos do despacho do governador, que o demitia sem fundamentação, ganhasse a causa, com razão, e fosse contemplado com uma lauta indemnização. Bem lhe pode agradecer.

Mas de que história se tratava?

A história que toda a gente veio a conhecer e com a qual ninguém se incomodou: o processo em causa desembocava, então, nos meandros da aquisição pela empresa Emaudio de uma participação no milionário negócio da televisão de Macau. Ora, se pensarmos em quem eram os sócios da Emaudio, os interessados e os beneficiários no negócio...

E quem são?

Não me peça pormenores. Tudo isso faz parte de uma história a que ninguém quis ligar, em que todos, hipocritamente, viraram a cara para o lado. Digamos, o senhor Robert Maxwell, que está sepultado no Monte das Oliveiras, em Israel, e os seus amigos portugueses. Grandes amigos e amigos grandes.

Envolvendo...

Envolvendo quem estava no negócio e todos aqueles que tinham a obrigação de se terem
preocupado com essas e outras questões que vieram a seguir e que as deixaram passar em claro, mesmo quando foram escândalo público. Eles estão aí.

Acha que Alberto Costa estava ao serviço desses interesses?

Não tenho que achar o que ninguém achou. Ele disse que tinha ido falar com o juiz para esclarecimento técnico-jurídico recíproco, a nível académico, e sobretudo face a
"perplexidades" de amigos dele, um dos quais, segundo ele denunciou, assessor da
Presidência da República. Pelo que, no seu entender, tudo se passou numa base de
amizade, confiança pessoal, etc.

Mas o juiz não considerou isso...

Pelo menos na manhã seguinte queixou-se por escrito, por envolver um funcionário sob
minha tutela. E tinha Costa ido, por duas vezes, como cidadão ou como director, falar com o juiz - não foi falar com um amigo mas sim com um juiz em funções - por causa de um processo-crime a seu cargo em que havia duas pessoas presas preventivamente. Aliás, o juiz não era amigo dele. Ele é que vinha por causa das "perplexidades" dos seus próprios "amigos". Enfim, eis uma curiosa maneira de considerar a magistratura: considerar normal que um dirigente da administração pública fale com juízes com processos com presos a cargo, para os fazer rever decisões nesses processos e depois dizer que isso foi feito a nível académico e a título particular. E foi isto o que sucedeu.

Abandonou o PS por causa do caso Alberto Costa?

Sim. Escrevi uma carta a Vítor Constâncio, então secretário-geral, a relatar o que vi em Macau e, ao regressar, onde andavam muitos socialistas e ao que andavam. Nem tive resposta. Ou melhor: o chefe de gabinete dele respondeu-me a dizer que o PS "nada tinha a ver com Macau"! Hilariante.

E o PS tinha a ver com isso?

Não sei se deva confundir o PS com os negócios, os interesses e as ambições de certas
pessoas, por mais bem colocadas que estivessem dentro do partido. O PS foi, aliás, o único partido em que estive, inscrito em 1974 por proposta de Francisco Salgado Zenha. Desde que saí não voltei nem voltarei a qualquer partido. Concorri a Sintra pelo PSD, mas como independente. E hoje estou a anos-luz da política e destes políticos.

Mas ficou agastado com a história...

Não tinha que ficar. A consequência directa de ter demitido Alberto Costa foi ser demitido Pelo Presidente da República, Mário Soares, alegadamente a meu pedido. É verdade que foi a pedido: não queria continuar. Mas é também verdade que já ninguém me queria ali. Cada um de nós foi - desculpe o óbvio igual a si próprio. E não pense que tive orgulho no que fiz. Tive vergonha de ter de conviver com isto e de assistir ao que se seguiu.

Mas o que se passou na realidade?

O inquérito disciplinar mandado instaurar pelo governador considerou que a conduta de
Alberto Costa não integrava uma "pressão sobre magistrado", de onde não era fonte de
responsabilidade disciplinar ou criminal mas uma simples "conduta imprópria" da parte dele. Claro que o hoje ministro tenta desvalorizar a conclusão do inquérito dizendo que é uma simples" opinião". Isto na parte em que diz ter sido uma conduta imprópria da sua parte, porque quanto ao resto - o não ser infracção disciplinar - já acha que é o seu certificado de boa conduta. Do que ninguém se livra é dos factos.

Surpreende-o vê-lo agora ministro da Justiça?

Já poucas coisas me surpreendem. Mas, ao ter visto na altura que no rol de testemunhas de Alberto Costa no processo disciplinar estavam Jorge Sampaio, Jorge Coelho, Jaime Gama e António Vitorino, percebi logo o que ainda hoje entendo muito bem: aquele rapaz tinha futuro na política. Um grande futuro.

Mas eram testemunhas abonatórias...

Claro, e numa fase em que o processo nem sequer acusação tinha. Eram pessoas que,
segundo ele, podiam testemunhar o seu "perfil moral, profissional e cívico". Por isso indicou também dois juízes e um procurador-geral-adjunto.

Quem?

Acha que isso interessa?.. Note, eu não quero confundir. Uma coisa são os amigos
"perplexos" do dr. Costa, por causa dos quais ele foi falar com o juiz, outra as pessoas que se prestaram a ser citadas como testemunhas de carácter. Houve quem me escrevesse depois a explicar-se, alegando que não sabia ao que ia. Felizmente guardo tudo em lugar seguro, o pior dos quais ainda é a minha memória.

Seja franco, pensa que ele tem perfil para ser ministro da Justiça?

Quiseram para ministro quem eu não quis para director de serviços. São critérios. Mas o problema não é ele ser ministro agora. O problema é ele ter sido deputado, ministro da Administração Interna e sei lá mais o quê. Acho que quem permite isso e com isso coexiste que responda. Eu respeitei-me, demitindo-o. Ponto final.

Não pensa que isto está agora a ser agitado por causa da greve dos magistrados?

Não imagino o seu jornal ao serviço dos grevistas... Acho que isto preocupa muitos
magistrados, o saberem o currículo do ministro que lhes coube desta, embora alguns
"quadros" tenham uma postura mais complacente...

Está a referir-se a quem?

Aos que gostam, a nível sindical, de negociar com dirigentes fracos ou enfraquecidos. Esses,quando dialogam com o poder, fingem ignorar os defeitos e exaltam mesmo discretamente alguma virtude, na mira do melhor para as suas reivindicações...

Isto aconteceu há muito tempo...

Isso de Macau, pois a complacência com a criatura é de hoje. Pois foi. Aliás, curiosamente, no "site" do Ministério da Justiça, S. Exa. omite esta sua função de director do Gabinete dos Assuntos de Justiça em Macau, de que o demiti. No "site" do PS é que vem esta parte do seu currículo. Muito interessante, não acha?

Posso perguntar-lhe por que motivo aceitou falar agora?

Porque, finalmente, a nível dos factos, se sabe agora tudo - e está tudo documentado -, para que quem quiser julgar julgue por si. A revelação pelo blogue Verbo Jurídico do acórdão do Tribunal Administrativo é o ponto final. Nada fica à mercê de especulações. Percebe-se enfim quem é quem. Alberto Costa escreveu um dia um livro a que chamou "Esta não é a Minha Polícia". Eu, que ando pelos corredores da Justiça, posso dizer: este não é o meu ministro. Só que sei porquê - e explico. Neste momento talvez seja uma boa altura para se explicar. Talvez haja quem, finalmente, queira ouvir, pelo menos parte da história. Não é que algo mude. É só para não fazerem de conta.

Um outro amigo enviou este texto:

O ministro Alberto Costa é um indivíduo cujas declarações não merecem credibilidade. E explico porquê.

Há uns anos a esta parte, quando foi ministro da Administração Interna, houve um problema grave em Évora com a PSP, ligado ao envio para prisão preventiva, para junto dos restantes detidos, de um guarda que, em perseguição de gatuno, através de disparo que fez ricochete no chão, acabou por lhe causar a morte.

Os polícias fizeram uma manifestação junto ao tribunal, o que originou que a juíza se enchesse de medo e recusasse sair das instalações, dando como resultado a recusa por parte dos polícias de andarem armados.

O dito ministro, convocou o Comandante Geral da PSP - Ten.Gen. Gorge Gabriel Teixeira (nessa altura ainda não era Direcção) e deu-lhe instruções para ir a Évora resolver o assunto (o que não era preciso, pois que ele já tinha decidido lá ir) e bem assim, que lhe apresentasse uma PROPOSTA sobre a actuação da PSP, dentro de 3 dias.

O assunto foi resolvido em Évora e dentro dos 3 ditos dias, o Comandante Geral dirigiu-se ao MAI para apresentar a Proposta pedida.

Só que foi recebido por representante do ministro, que o informou não valer a pena pretender falar com o ministro para apresentar a Proposta pois que o ministro já despachara... a sua exoneração do Comando da PSP.

Como acreditar num sujeito destes ?

M.G.

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3 de abril de 2009

Freeport. Há pressões ou não?

O caso Freeport está a monopolizar, indevidamente, a Comunicação Social, pois há problemas nacionais verdadeiramente preocupantes que, com tais artimanhas, estão na sombra com o perigo da solução demorada, como, por exemplo o do atraso de quase um ano da eleição do Provedor de Justiça.

E quanto ao Freeport, que não passa de uma simples questão de justiça, possivelmente, a verdade nunca virá a ser conhecida oficialmente, tais são as confusões criadas a todo o momento, o que gera suspeitas que permanecerão por muitos anos. E, para mais tarde se poder reflectir sobre este caso, faço aqui uma referência a alguns títulos da imprensa, com os respectivos links, para facilitar, então, a pesquisa de dados.

Merecem ser meditadas as perguntas (1) constantes da lista publicada por Mário Crespo recentemente no JN. Além de muitas e variadas intervenções públicas, o caso parece estar nas mãos da Justiça, apesar das interferências constantes de alguns políticos.

Agora consta que há pressões sobre os magistrados encarregados do processo (2), (3), (4) e (5) mas, segundo a voz autorizada de Maria José Morgado, “Nenhum magistrado corajoso é pressionável” (6)

Entretanto surgem próceres do líder socialista, como Vitalino Canas (7), Alberto Martins (8) e Augusto Santos Silva (9) a declararem que não houve pressões sobre os magistrados. Fica-se espantado com o desplante destas afirmações, porque só quem esteja em condições de ser pressionado pode dizer se o foi ou não. Aqueles ilustres políticos não têm a mínima forma de garantir que estão a falar verdade e, não a tendo, perdem credibilidade e retiram aos cidadãos a confiança que ainda possam ter nos políticos em geral.

O próprio PGR (10) e (11) peca do mesmo erro ao fazer idêntica afirmação, não se sabendo as razões que o levam a tal atitude, mas acaba por ter de recuar. E um recuo, em tal caso, não é nada favorável à posição dos que negam tais pressões. Curiosamente, directora do DCIAP, Cândida Almeida, também nega pressões (12) mas pela inconsistência na afirmação como atrás ficou referido quanto aos militantes do PS, é acusada de estar “confundida” com o que se está a passar (13). Entretanto, PCP e Bloco declaram-se insatisfeitos com explicações do procurador sobre alegadas pressões a magistrados (14).

Surgem referências à autoria das pressões pertencer a Lopes da Mota, presidente do Eurojust, que foi secretário de Estado quando Sócrates era ministro do Ambiente no Governo do Engenheiro Guterres, mas ele desmente ter pressionado (15) e (16). O presidente do Eurojust reuniu-se com o PGR, Pinto Monteiro (17), mas a reunião terminou sem declarações (18).

O PGR, além de declarar abrir um inquérito para apurar pressões sobre magistrados do Freeport (19), reuniu-se com estes magistrados, o presidente do Eurojust e duas entidades da PGR, tentando obtar uma declaração conjunta dos magistrados sobre o caso das pressões (20). Mas esta reunião terminou sem declarações públicas (21). Os magistrados, mostrando a coragem a que se referiu Maria José Morgado (6), reafirmaram que sofreram pressões (22).

Abundam as palavras contraditórias de difícil comprovação e pouco ou nada convincentes, parecendo que alguém não fala verdade. Será difícil encontrar respostas para as perguntas de Mário Crespo (1) mas, certamente cada leitor, no seu íntimo, não deixará de esboçar as suas. Porém, haja pressões ou não, não deixa de ser muito sintomático de que tenha sido assaltado escritório da advogada de Zeferino Boal (23), alegado autor da carta anónima que desencadeou o caso Freeport, tendo sido levado o computador portátil com documentos do processo.

Provavelmente a «telenovela» continuará, com prejuízo para os mais graves problemas do país, a disponibilidade de tempo e a paz de espírito têm limitações que são imperiosas.

Links referidos no texto:

(1) Perguntas, por Mário Crespo
(2) Pressões sobre magistrados levam sindicato a pedir audiência urgente ao Presidente da República
(3) Freeport: pressões a magistrados chegam a Cavaco
(4) Nova ida a Belém é por motivo grave
(5) Juiz é testemunha de pressões no Freeport
(6) Maria José Morgado: “Nenhum magistrado corajoso é pressionável”
(7) Porta-voz socialista reafirma inexistência de pressões no caso Freeport
(8) Freeport: Sócrates está a ser vítima da calúnia, da intriga e inveja
(9) PS desafia Sindicato do Ministério Público a esclarecer quem exerce pressões
(10) PGR desmente pressões mas é contrariado
(11) Procurador nega pressões no caso Freeport e avisa que manobras para criar "suspeições" vão fracassar
(12) Freeport: directora do DCIAP, Cândida Almeida, nega pressões
(13) Caso Freeport: Cândida Almeida acusada de estar “confundida” com o que se está a passar
(14) PCP e Bloco insatisfeitos com explicações do procurador sobre alegadas pressões a magistrados
(15) Um amigo no Eurojust
(16) Freeport: Lopes da Mota nega pressões
(17) Freeport: presidente do Eurojust reúne-se com Pinto Monteiro às 15h30
(18) Freeport: reunião entre PGR e presidente da Eurojust terminou sem declarações
(19) Procuradoria abre inquérito para apurar pressões sobre magistrados do Freeport
(20) PGR tenta declaração conjunta dos magistrados sobre o caso das pressões
(21) Reunião com PGR terminou sem declarações públicas
(22) Freeport: Magistrados reafirmam que sofreram pressões
(23) Freeport: Assaltado escritório da advogada de Zeferino Boal

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