Não é fácil deixar de publicar a foto que vem em todos os jornais, mas não ocuparei espaço com ela, por tais porcarias «insólitas e lastimáveis não merecerem demasiada atenção. Porém não se pode deixar de reflectir sobre o que representa a atitude indecorosa de um membro do Governo (terceiro órgão de soberania) na sede do Parlamento (segundo órgão de soberania) e num momento de grande solenidae e interesse para o País e para o Governo por estar a ser analisado o «Estado da Nação». Se os governantes não respeitam quem está acima de si na hierarquia do Estado democrático, mesmo em acto oficial, protocolar, como pode querer que alguém o respeite?
Manuel Pinho comportou-se em local que lhe exigia respeito, como um vulgar carroceiro entre iguais, como o rufião que quer mostrar que é o «gajo mais valentão» do seu bairro. Ele que aconselhou um chefe de bancada da oposição a tomar muita «papa maizena» precisa de um espelho para ver que ele é que precisa de muita papa de farinha amparo, para ser amparado de cometer criancices despropositadas e inoportunas. Mas cada um usa e mostra o que tem, cada um diz o que sabe e age conforme a sua educação, cultura e saber.
Porém, segundo as notícias, isto é apenas a ponta do iceberg, pois os políticos não primam pela cortesia pela compostura nas palavras e nos gestos entre si, em actos oficiais públicos.
Mas este caso, embora de características mais visíveis, não é invulgar, pois a sessão legislativa prestes a terminar foi fértil em cenas de trocas de insultos e até de palavrões. José Sócrates disse a um chefe de bancada: "Senhor deputado, esteja caladinho e ouça", (repito: um deputado é elemento do órgão de soberania de hierarquia superior à do Governo). José Sócrates, em desrespeito pela organização e funcionamento do Parlamento, disse à deputada do PEV: «o seu partido é um embuste». O PM ainda ontem chamou «mentiroso e intelectualmente desonesto» a um líder partidário. Um dia disse ao mesmo líder : «o Sr deputado não tem experiência nem currículo e, no dia seguinte, circulou por e-mail o currículo do referido líder que é o infinito ao lado do zero de Sócrates. Em Março, o deputado José Eduardo Martins disse ao deputado Afonso Candal: "Vai para o c...".
Mas a lista , incluindo palavras mais ofensivas, pode tornar-se muito mais extensa, o que nos leva a perder todo o respeito pelos políticos, os tais que deixam muitos problemas graves do País sem solução mas que se unem todos para votarem a vergonhosa lei do financiamento dos partidos com «dinheiro vivo», felizmente vetada pelo PR. Perante isto o único voto que realmente merecem é o VOTO EM BRANCO.
Seguem-se links para artigos de jornal sobre este caso:
Manuel Pinho demitido em pleno debate
Manuel Pinho demite-se
Episódio não é "insólito" no Parlamento
Imagem do Governo sai afectada
As reacções à demissão de Manuel Pinho
Neste blog e noutros sites do autor poderá prever o futuro do país tal como o presente foi previsto e publicado desde fins da década de 1980. Não é adivinhação, é o que nos outros países há muito se conhece e cá se negam em aceitar. Foi a incredulidade nacional suicidária que deu aos portugueses de hoje o renome de estúpidos e atrasados mentais que defendem os seus algozes sacrificando-se-lhes com as suas famílias. Aconteceu na Grécia, acontece cá e poderá acontecer em qualquer outro país.
Freedom of expression is a fundamental human right. It is one of the most precious of all rights. We should fight to protect it.
3 de julho de 2009
Manuel Pinho o rufião do bairro
Autor: A. João Soares às 10:18
Tópicos: Civismo, Decoro, Educação, sentido de Estado, urbanidade
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2 mentiras:
Muito bem observado. No entanto, a agressividade ou falta de educação do ministro não é coisa tão invulgar no parlamento nacional, é mesmo o prato do dia em quase todas as sessões Afinal, a diferença em ser de modo verbal ou mímico não é nem pode ser tomada como tão diferente. Todos eles mais ou menos se insultam constantemente e indiscriminadamente. São uma corja de ordinários a começar pelo Porco em Pé do PSD que chia, guincha e gesticula como o macaco ordinário que é. As últimas eleições demonstraram claramente que é isso que o povo português – com raras excepções – quer e aprova por o reconhecer e sentir condizer com os seus próprios sentimentos. Não votaram mais em nenhum dos outros candidatos. A escolha não era assim tão exígua. Votaram naquele que melhor representava os seus ideais. Aliás, nem foi por outra razão que a leiteira o escolheu.
Portanto, a demissão do ministro não passa dum novo golpe do PS atirando areia aos olhos dos eleitores fáceis de enganar por já de si atrasados mentais. Uma forma de pensar que em nada condiz com as dos povos avançados e democráticos. Donde, Portugal não pode ser avançado e muito menos democrático. Os deputados são ordinários porque os eleitores assim os preferem.
Caro Amigo,
Embora fosse desejado que as altas funções do Estado fossem desempenhadas por pessoas idóneas e exemplares, verificamos a cada passo que são muito inferiores à media dos cidadãos, parecendo por vezes iguais aos menos dotados.
A política está cada vez mais detestável e só será desejável que apareça uma pá e uma vassoura para fazer uma limpeza radical.
Abraço
João Soares
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