Mentira!

Neste blog e noutros sites do autor poderá prever o futuro do país tal como o presente foi previsto e publicado desde fins da década de 1980. Não é adivinhação, é o que nos outros países há muito se conhece e cá se negam em aceitar. Foi a incredulidade nacional suicidária que deu aos portugueses de hoje o renome de estúpidos e atrasados mentais que defendem os seus algozes sacrificando-se-lhes com as suas famílias. Aconteceu na Grécia, acontece cá e poderá acontecer em qualquer outro país.
Freedom of expression is a fundamental human right. It is one of the most precious of all rights. We should fight to protect it.

Amnesty International


27 de agosto de 2007

Soberania, Povo e Estado

Ultimamente tem-se ouvido citar estes conceitos de forma pouco consentânea com o seu significado ortodoxo. Cada um tem o direito de ter a sua ideia, mas quando se comunica, é necessário utilizar significados correntemente aceites. E reflectindo nesses significados, verificamos que há muita gente a levantar poeira que dificulta a visão dos demais. Seguem-se umas ligeiras reflexões que bem merecem ser mais aprofundadas.

Quando se fala em soberania quer-se dizer a autoridade suprema do poder político do Estado ou Nação, sendo o Estado a Nação politicamente organizada, num território bem definido e reconhecido internacionalmente. Segundo a maioria das teorias da ciência política, a soberania nacional é a que corresponde ao povo, do qual emanam todos o poderes do Estado, ainda que sejam exercidos por via da representação.

Por Nação entende-se o conjunto de indivíduos que constituem uma sociedade cimentada por uma cultura de comunhão e de tradições em que a identidade de língua, de religião ou de etnia são importantes, embora não imprescindíveis. Trata-se de indivíduos unidos por uma consciência nacional de interesses, necessidades e aspirações.

A democracia não poderá ser interpretada à letra de influência do povo na governação pública. Não significa, de facto, exercício real do poder pelo povo; pretende dizer que o povo, a Nação, exerce uma influência decisiva no exercício do poder político, podendo esta influência ser variável em intensidade, efectividade e capacidade. Em suma, a democracia fundamenta-se no consentimento dos governados, reflectido na opinião pública e na vontade popular.

Na sua época e no seu país, Luís XIV era o detentor da soberania absoluta e dizia «o Estado sou eu». Mas, mais modernamente, em democracia, deparamos com indivíduos a esgrimir o dedo apontador, ameaçadoramente, como ponteiro de severo professor de antigamente, como que a dizer «quem aqui manda sou eu» ou «eu sei o que quero para Portugal».

Ora, segundo os conceitos acima referidos e segundo os textos das modernas constituições que dizem que «a soberania reside em a Nação», os detentores da soberania são os cidadãos que, em democracia, a delegam em representantes, através de formalidades estabelecidas, vulgarmente, por eleições. Daí que, ao contrário do que muitas vezes se diz, o Estado é mais do que a estrutura administrativa e política, sendo o seu elemento mais preponderante a Nação, a população, cujo bem-estar e condições de vida devem constituir o objectivo principal da governação.

Porém, a democracia realmente existente padece de um autoritarismo abusivo dos eleitos pelo povo que se consideram mandatados pra fazer tudo o que lhes vem à real gana, sem admitirem observações, sem permitirem a expressão livre da indignação (termo de Mário Sores) e exigindo dos eleitores a total resignação (termo de Cavaco Silva).

E, no meio deste autoritarismo, surgem decisões de tal maneira estranhas e nocivas que o povo e, por vezes as autarquias, manifestam o seu desacordo, a sua indignação do que muitas vezes resulta o governante da tutela recuar, provando dessa forma a leviandade da decisão que tinha tomado sem ter tido em atenção factores fundamentais. Tais casos evidenciam que estamos perante uma gestão dos interesses nacionais segundo o método de tentativas, erros, reclamações e correcções, do que resultam prejuízos para o Estado, de vária ordem, desde os financeiros, o tempo perdido, até à perda de confiança da Nação nos seus eleitos.

E o problema da confiança nos eleitos conduz a reflexão para o sistema eleitoral. O povo soberano de um qualquer distrito, independentemente do seu grau de escolaridade, do seu grau de cultura e da acumulação de informação pela experiência da vida, é chamado a escolher uma de várias listas de pessoas que não conhece, de pessoas que, em muitos casos, nada sabem dos problemas dos habitantes do distrito. Terá de fazer uma escolha com base na propaganda de falsas promessas com que é bombardeado numa campanha dispendiosa como se se tratasse de um qualquer produto comercial, tipo banha da cobra. É, portanto, uma escolha às cegas tal como quem escolhe a chave com que vai jogar no totoloto.

Esta imagem de «lotaria» não está exagerada. Vejamos que os primeiros da lista vencedora raramente vão ocupar o lugar para o qual foram eleitos pelo povo inocente e crédulo. Muitos dos outros acabam por sair da AR, por irem para ministros, secretários de Estado, e outras agradáveis funções da estrutura do Estado. O povo acaba por não ter a «representá-lo» nenhuma das poucas figuras de que se recorda da campanha em que foi assediado a votar.

Portanto, dizer que o povo é soberano é uma falsa verdade, porque não tem qualquer realismo, enquanto não lhe for permitido expressar-se livremente, através de qualquer meio, sobre os grandes problemas do País que a todos dizem respeito. Há que retirar as ameaças ao povo, afastar os «bufos» do SMS e de outros métodos, dar liberdade ás trocas de e-mails e à expressão através de cartas aos jornais e de blogs. O Governo não deve deixar de analisar o que esses meios transportam, mas apenas para melhor conhecer as opiniões dos cidadãos e melhor se orientar na prossecução da soberania que deles emana, e não para os amordaçar, amedrontar e levantar processos criminais por delitos de opinião, quando eles afinal defendem a moralidade e a ética da vida da sociedade nacional, dentro dos princípios da democracia e cheios de grande esperança num futuro com melhor justiça social, mais desenvolvimento e melhor qualidade de vida.

Não deve, porém, permitir-se calúnias e ofensas pessoais que vão além daquilo que a tradição e a vivência cultural consideram aceitável. É imperioso que se respeitem as pessoas do mais pobre ao mais rico, em qualquer sentido.

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24 de agosto de 2007

Bombas e Mortes Para Breve
Agradeçamos ao Iberista

O iberista já foi acusado de traidor dos Direitos Humanos pela Human Rights Watch. Que de admirar que agora tenha resolvido ajudar os bandidos e selvagens castelhanos a massacrarem o povo Basco na luta pelos seus direitos, os quais lhe têm sido negados ao longo da história. A sua «guerra contra o inimigo», como Picasso lhe chamou.

O traidor iberista sabe o que está a fazer. Pode ser bastante estúpido, mas não se diga que é inocente e incapaz de discorrer que a ajuda que der aos terroristas castelhanos para massacrarem os Bascos se reflectirá em ceder-lhes o direito para rebentarem bombas em Portugal e matarem portugueses. O cobarde traidor põe assim em risco a vida dos cidadãos nacionais. O povo português deve ajudar os Bascos na sua luta contra os sanguinários castelhanos, oportunistas falsos, segundo a HRW que demonstra como usam todos os meios internacionalmente reconhecidos como ilícitos para massacrarem os Bascos. O site da HRW está repleto de críticas a este procedimento, o qual vai ainda contra o texto da Carta das Nações Unidas e as bases da fundação dessa organização. Claro que para quem já atraiçoe os princípios fundamentais isto não passa de mais um pequeno passo, afinal na mesma direcção, a afirmação dum ser indigno e abjecto.

O Blog do Leão Pelado publicou já um artigo que engloba os problemas do terrorismo e como as suas causas se identificam. Nele se inclue uma referência ao caso basco. Trata-se dum artigo para reflectir sobre estes acontecimento internacionais que, aliás, nem se encontram tão longe de nós e em que, por de mais, nos querem mesmo imiscuir.

O Blog do Leão Pelado publicará em breve um artigo onde se demonstra o ódio mundial aos castelhanos em todo a parte do globo onde esses assassinos estiveram. É simples de descrever, basta citar os casos históricos e os relatos dignos de confiança, inclusivamente o dum espanhol; não é necessário acrescentar nem aumentar a triste realidade. São casos escondidos por iberistas e outros traidores mentirosos no intuito de fazerem passar as suas ideias. A razão de existência do blog da Mentira! é precisamente essa: desmascarar as mentiras.

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20 de agosto de 2007

Esmagamento da Primavera de Praga

Faz hoje 39 anos que a União Soviética, temendo os efeitos da Primavera de Praga nas nações socialistas e nas "democracias populares", mandou tanques do Pacto de Varsóvia invadirem a capital Praga em 20 de Agosto de 1968. Os inevitáveis confrontos entre tropas do Pacto e manifestantes aconteceram nas ruas da cidade. O Presidente Dubcek foi detido por soldados soviéticos, levado para Moscovo e destituído do cargo. Esta repressão tinha o antecedente da Hungria de 1956 e veio a inspirar o movimento Solidariedade na Polónia em 1981. Eram sinais de decadência do império Soviético.

A Primavera de Praga foi o movimento gerado em 1968 por intelectuais reformistas do Partido Comunista Tcheco interessados em promover grandes mudanças na estrutura política, económica e social do país. A experiência de um "socialismo com face humana” foi conduzida pelo líder do Partido Comunista local, Alexander Dubcek, e, ao ser conhecida em 5 de abril de 1968, pelo inusitado, surpreendeu a sociedade tcheca, quando soube das propostas reformistas dos intelectuais.

O objectivo de Dubcek era "desestalinizar" o país, removendo os vestígios de despotismo e autoritarismo, que considerava aberrações no sistema socialista. Com isso, o secretário-geral do partido prometeu uma revisão da Constituição, que garantiria a liberdade do cidadão e os direitos civis. A abertura política abrangia o fim do monopólio do partido comunista e a livre organização partidária, com uma Assembleia Nacional que reuniria democraticamente todos os segmentos da sociedade tcheca. A liberdade de imprensa, o Poder Judiciário independente e a tolerância religiosa eram outras garantias expostas por Dubcek.

As propostas foram apoiadas pela população e o movimento que defendia a mudança radical da Tchecoslováquia, dentro da área de influência da União Soviética, foi chamada de Primavera de Praga. Aderindo á proposta, diversos sectores sociais manifestaram-se em favor da rápida democratização. No mês de Junho, um texto de “Duas Mil Palavras” saiu publicado na Liternární Listy (Gazeta Literária), escrito por Ludvík Vaculík e assinado por personalidades de todos sectores sociais, pedindo a Dubcek que acelerasse o processo de abertura política. Acreditavam que era possível transformar, pacificamente, um regime ortodoxo comunista para uma social-democracia de moldes ocidentais. Com estas propostas, Dubcek tentava provar a possibilidade de uma economia colectivizada conviver com ampla liberdade democrática.

Como todo o autoritário ou ditador teme a mínima ameaça à sua segurança e vê inimigos e perigos por todos os lados, a URSS não gostou da experiência, invadiu Praga, em 28 de Agosto, com carros de combate e causou pesadas baixas nos civis que se manifestavam. Dubcek foi levado para Moscovo e destituído, e as reformas foram canceladas e o regime de partido único continuou a vigorar na Tchecoslováquia. O povo não serenou e em protesto contra o fim das liberdades conquistadas, o jovem Jan Palach ateou fogo ao próprio corpo numa praça de Praga em 16 de janeiro de 1969.

Exemplo da Hungria

A URSS já tinha tido uma má experiência com a Hungria, em 14 de Novembro de 1956, com a invasão por tropas soviéticas, para reprimir a revolta, de que resultou terem sido executados centenas de húngaros, aprisionados milhares e terem fugiram para a Áustria quase 200.000 pessoas.

Tudo começou em 1953, quando depois da morte de Estaline, Rakosi foi substituído por Imre Nagy, de linha mais moderada, que concedeu amnistias a prisioneiros políticos. Mas a ditadura temeu os perigos à sua força e em 1955 Nagy foi destituído pela ala dura do partido comunista húngaro, após ter tentado a abertura política.

Mas o povo gostou do cheiro a liberdade e, entretanto, aumentou o descontentamento social, nomeadamente de estudantes e operários, provocando uma revolta contra o regime, que explodiu em Budapeste, em 1956. Janos Kádar estabeleceu um contra-governo e pediu auxílio à URSS. E a 14 de Novembro, tropas soviéticas invadiram o país, como atrás se disse, foi instaurada uma ditadura comunista com Kádar na presidência, situação que se manteve durante cerca de três décadas. Nagy foi preso e executado.

Repressão na Polónia

As sementes tinham sido deitadas à terra na Hungria, germinaram e frutificaram na Tchecoslováquia, e, apesar da invasão, vieram a mostrar-se novamente, desta vez, na Polónia.

Wałesa tornar-se-ia fundador e líder do Solidariedade, a organização sindical independente do Partido Comunista que obteve importantes concessões políticas e económicas do Governo polaco em 1980-1981, sendo nessa altura ilegalizado e passando à clandestinidade.

Em 1980, Wałesa liderou o movimento grevista dos trabalhadores do estaleiro de Gdansk, em que cerca de 17 000 protestavam contra a carestia de vida e as difíceis condições de trabalho. A greve alargou-se rapidamente a outras empresas. Embora com dificuldade, as reivindicações dos trabalhadores acabaram por ser satisfeitas e tiveram consequências claramente políticas quando foi assinado um acordo que lhes garantia o direito de se organizarem livremente, bem como a garantia da liberdade política, de expressão e de religião.

Wałesa, por ter liderado as greves e por ser católico beneficiou de uma grande base de apoio popular. Porém, os seus ganhos tiveram um carácter efémero ante a resistência do regime que, no entanto, mercê das reacções à violência na Hungria e em Praga, não tomou aspectos de grande gravidade repressiva. Com efeito, em Dezembro de 1981 o Governo impôs a lei marcial, o Solidariedade foi considerado ilegal e a maioria dos líderes foram presos, incluindo Wałesa.

O país passou a ser governado pelo general Wojciech Jaruzelski. Mas a agitação operária continuou, embora de forma mais contida. Walesa só seria libertado em 1982 e, um ano depois, era galardoado com o Prémio Nobel da Paz, facto que motivou críticas do governo polaco. O Solidariedade saiu da clandestinidade após negociações com o Governo em 1988-1989, assim como outras organizações sindicais.

Com o desmoronamento do Bloco de Leste e a liberalização democrática do regime, ficou consagrada a realização de eleições livres. Em Dezembro de 1990 Wałesa foi eleito.

NOTA: Para elaborar este texto utilizou-se o apoio bibliográfico de:
Guia do Mundo, editora Trinova,
Pesquisa Google,
Wikipédia.

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17 de agosto de 2007

Democratas ou ditadores?

Por regra, o déspota é tão ambicioso de poder como inseguro e medroso. Sofre de complexos síndromas existenciais, tem pavor de fantasmas e, quando algum destes toma forma física, ele esmaga-o sem dó nem piedade. Vê ameaças por todos os lados e sente-se cercado por inimigos. Há exemplos concretos em toda a parte, em grau mais ou menos elevado. Se conseguem alcançar o degrau mais alto da estrutura do poder no seu país, consideram este como sendo sua propriedade privada e procuram controlar tudo e todos, abafando s vozes que não lhes teçam elogios. Pretendem que a Nação funcione como um grupo coral bem ensaiado a cantar em uníssono, bem afinado, loas ao querido chefe, sendo qualquer fífia punida exemplar e severamente.

Muitos políticos perdem a noção da ética, deixam de ter capacidade de resistir à tentação do Poder que corrompe, que domina e submete, pior do que a pior droga. Será que se consideram semi-deuses, donos do seu país? Será que são ofuscados pelas loas dos lambe-botas que os cercam para colher vantagens, e perdem a noção da sua função de serviço público?

Fala-se de democracia, mas todos têm tendências autoritárias que por vezes chegam ao extremo das atitudes ditatoriais. Como se compreende que a democracia não passe de uma palavra para muitos governantes?

Há exemplos vivos, que dispensam o recurso aos casos da história recente.

Na Coreia do Norte, o grande líder põe e dispõe dos recursos do país, apoiado por uma corte de servidores submissos incondicionais. Tendo transformado uma república numa espécie de monarquia, é aplaudido e ovacionado por todos aqueles que, amedrontados e amantes da sobrevivência, querem evitar represálias.
A atracção pela monarquia não é vista apenas na Coreia do Norte, pois na Síria, a descendência de Hafiz al-Hassad (que esteve no poder até à morte) foi meticulosamente preparada, o mesmo tendo sido feito no Iraque (mas interrompida pelo derrube de Saddan Hussein) e está em preparação na Líbia e no Egipto.
No Zimbabwe, Robert Mugabe pretende morrer no trono, esmagando qualquer veleidade de oposição ou simples manifestação de desagrado.
No Sri Lanka a sr.ª Chandrika Bandaranaike não abandona uma milésima do poder nem por milagre, reprimindo com mão de ferro as aspirações dos Tigres Tamil, apesar das tentativas de negociação patrocinadas por um país da Europa do Norte. Para melhor controlar o Estado e evitar oposições indesejadas, formou governo com familiares, tendo a mãe sido primeira-ministra até à véspera da morte.
No Myanmar (antiga Birmânia), a ditadura militar considera-se proprietária do país, ao ponto de, após as eleições de Maio de 1990, não deixar formar governo o partido vencedor de Daw Aung San Suu Kyi, filha do líder da independência Aung Sang, anteriormente falecido. A senhora Suu Kyi, não pôde formar governo e passou a viver em prisão domiciliária, incomunicável, nem sequer se tendo ausentado para receber o prémio Nobel da Paz de 1990 que lhe fora concedido.
Em Cuba, Fidel só abandonou o poder por motivo de doença que o colocou à porta da morte e, mesmo assim, entregou-o ao irmão como se fosse propriedade sua ou de sua família e não do país.
Em Angola, ao fim de 30 anos, Eduardo dos Santos, porque se sente perto da morte devido a mal na próstata, parece decidido a fazer eleições no próximo ano, mas já antes fizera promessa idêntica que não cumprira.

E as ditaduras nem sempre surgem na sequência de revoluções ou de golpes palacianos, sendo frequente aparecerem progressivamente, a partir de situações de aparente democracia normal, como no caso de Hitler e, agora, na Venezuela. Há pequenos sintomas da ambição desmedida pelo abuso do poder que podem escorregar para o centralismo, exagerado, com autoritarismo que tudo controla e reprime, por vezes, com base em denúncias que conduzem à partidarização de cargos públicos a qualquer nível. Não é por acaso que seja considerado necessário alertar as populações para os verdadeiros problemas que as afligem, despertá-las para perderem o medo de, como diz Mário Soares, manifestar a sua indignação e refilar no momento e local certo. Como disse Cavaco Silva, é preciso não se resignar ao sofrimento.

Quando tais sintomas começam a ser evidentes, há que criar nesses países, uma onda de fundo, agir sem pressa, mas sem esmorecer, sem desistir, sem demoras, com perseverança. Agindo assim, serenamente, talvez consigam criar melhores condições para os seus filhos e netos e mentalizar os mais jovens de que o mundo deles está agora a ser construído e eles têm de colaborar, porque serão os beneficiados. Com populações bem esclarecidas e com capacidade de analisar fria e calmamente a situação em que vivem, o mundo poderá ser mais pacífico e desenvolvido e as pessoas mais felizes em liberdade democrática.

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7 de agosto de 2007

Emigração – fenómeno a ponderar

Tem-se falado na incomodidade dos nossos emigrantes devida ao encerramento de consulados e, como que por acaso, deparo com um texto de Eça de Queiroz, datado de Janeiro de 1872, inserido no livro «Uma campanha alegre», 14º volume das Obras completas, da Resomnia Editores, onde a páginas 216-221, aborda este tema. Dele vou aqui transcrever um excerto que é muito esclarecedor daquilo que ainda hoje se passa.

Agitou-se, e agita-se ainda a questão da emigração. Há um homem, Mr. Charles Nathan, que leva para Nova Orleães, com bons salários, todas as actividades que se ofereçam.

A emigração, entre nós, é decerto um mal.

Em Portugal quem emigra são os mais enérgicos e os mais rijamente decididos; e um país de fracos e de indolentes padece um prejuízo incalculável, perdendo as raras vontades firmes e os poucos braços viris.

Em Portugal a emigração não é, como em toda a parte, a trasbordação de uma população que sobra; mas a fuga de uma população que sofre. Não é o espírito de actividade e de expansão que leva para longe os nossos colonos, como leva os ingleses à Austrália e à Índia; mas a miséria que instiga a procurar em outras terras o pão que falta na nossa.

Em Portugal, a emigração, tomando o rumo dos países estranhos, contraria a necessidade urgente de regularizar interiormente uma emigração de província a província.

Em Portugal, a emigração não significa ausência – significa abandono. O inglês, por exemplo, vai à Austrália e à América fazer um começo de fortuna – para voltar a Inglaterra, casar, trabalhar, servir o seu país, a sua comuna, trazendo-lhe o auxílio da vontade robustecida, da experiência adquirida, do dinheiro ganho; para Portugal, o emigrante que volta, provido de boa fortuna, vem ser um burguês improdutivo, uma inutilidade a engordar.

Enfim e emigração é má, o Sr. Nathan funesto. Somente o nosso pesar é que o Sr. Nathan, em lugar de alguns centenares dos nossos – não nos queira levar a nós todos. Porque partimos já, sem hesitação, em massa. Fugimos das cebola do Egipto. E, mais felizes do que os israelitas, temos em lugar do incerto milagre do mar Vermelho – os excelentes vapores da Liverpool and Mississipi Stream Campany.

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6 de agosto de 2007

Corrupção no Comando da Polícia

Denuncia-se um acontecimento constatado na segunda-feira 6-8-2007, entre cerca das 18h30 e cerca das 20h00.

Em Lisboa, junto à Universidade Católica, a Rua Azevedo Azevedo Neves liga a Rua das Laranjeiras à Av. dos Combatentes e pode ser considerada como um prolongamento geográfico da Rua das Laranjeiras, apenas com mudança de nomenclatura. Esta Rua Azevedo Neves é praticamente apenas constituída por uma ponte sobre o Eixo Norte-Sul, entre a Universidade Católica e o Hotel Mariott. Em toda esta rua, antes da ponte, na ponte e depois dela, durante pelo menos todo tempo referido, estiveram estacionados 13 autocarros enormes, os quais cobriram por completo toda a faixa de rodagem no sentido Sudoeste-Nordeste, causando enormes distúrbios na circulação, como facilmente se depreende.

Para «regular» o trânsito foram destacados vários agentes da PSP.

Tratava-se duma obstrução planeada. Ou seja, na circunstância em causa, o fornecimento de transporte. Era duma dupla infracção grave do Código da Estrada: a obstrução duma via de circulação e a paragem ou estacionamento sobre uma ponte. Contrariamente ao que nos querem impor, nem a polícia nem qualquer entidade tem o direito de obstruir qualquer via de circulação ou de infringir o Código da Estrada, salvo por questão de salvamento, socorro, emergência ou outra urgência da mesma ordem. Um qualquer planeamento é uma agravação da infracção.

Porque é que em Portugal tudo se passa ao contrário do que acontece em países democráticos? Só pode ser por não ser uma democracia. Porque é que quando se trata de adaptar qualquer organização que funcione bem em países avançados e democráticos, políticos altamente malandros e corruptos nos respondem invariavelmente que para Portugal não dá? Só pode ser porque Portugal não é uma democracia nem eles querem que seja. Vejam-se as respostas sistemáticas do Cag~o Feliz, aquele que não acabou completamente com a Segurança Social (pior que estes alarves fizeram) apenas por ter ido para a rua e não ter tido tempo para o fazer. Note-se que «do mal o menos» também não é opção acertada.

Muito menos se pode compreender tal desrespeito aos cidadãos e abuso inqualificável quando se trata de transporte de pessoas (mal) organizado. Em último caso, os autocarros poderiam estar estacionados no parque existente para esse efeito em frente à entrada do Jardim Zoológico, bastante perto, e serem chamados por rádio conforma fossem sendo necessários.

Ao que se consta, qualquer atrasado mental poderia ter tomado esta solução entre outras viáveis. Pelo que o responsável que autorizou o acontecimento deverá ter um QI ainda inferior.

O que se pretende denunciar não é, porém a mentalidade extremamente atrasada do responsável – sobejamente conhecida por parte de quem ocupa lugares de (ir)responsabilidade pública – mas a corrupção que só pode ter envolvido tal acontecimento. Com efeito, que houve corrupção é indubitável, seja de que modo se tomar. Se o responsável pelo consentimento recebeu dinheiro para autorizar, é corrupção. Se em lugar disso se limitou a emitir a autorização, é corrupção por abuso de autoridade, por tomar uma decisão para a qual ninguém tem direito. Note-se que nos casos das excepções acima nomeadas, uma autorização torna-se desnecessária, pois que urgências não são previsíveis.

Estamos pois em face de mais um caso de abuso, de estupidez, de arrogância de quem deveria fazer respeitar as leis, mas que as infringe descarada e arrogantemente, que se tornam assim interpretáveis e maleáveis ao grado de quem as aplicar. Impunidade garantida. Casos deste género são tão comuns que definem a organização abandalhada, atrasada e a inexistência de democracia. Só tolos que forem atrás de qualquer publicidade podem acreditar que Portugal possa ser uma democracia, pois que tudo sem excepção nos garante o contrário, desde a corrupção no desrespeito da vontade do povo nas eleições, escolhendo os partidos quem querem, à aplicação da justiça por uma outra oligarquia onde não faltam juízes que tentam esconder a inaptidão e a mândria com acessos de arrogância.

Como sempre, ninguém tem o direito de se queixar, pois que tudo os carneiros admitem.


Marketing vergonhoso, nojento e macabro, explorando a morte dum acidentado – só mesmo de político.
Um caso recente da vigarice publicitária do governo, dias antes do supracitado, foi a publicidade sobre a excelente actuação do governo quando um avião-tanque caiu e o piloto. O ministro da administração interne dirigiu-se ao local. Quando ouvimos a reportagem ele só falava do que o seu governo tinha feito de bem contra os incêndios. Após lhe ter sido chamada a tenção pelos repórteres, por duas vezes, lá se decidiu a falar pelo que justificava a despesa da sua deslocação àquele local: a morte do piloto. Afinal, estava a usar o dinheiro gasto para uma auto-publicidade estupidamente despropositada. O que também não se compreende é como na montagem os jornaleiros não apagaram aquele lixo poluidor.

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