Mentira!

Neste blog e noutros sites do autor poderá prever o futuro do país tal como o presente foi previsto e publicado desde fins da década de 1980. Não é adivinhação, é o que nos outros países há muito se conhece e cá se negam em aceitar. Foi a incredulidade nacional suicidária que deu aos portugueses de hoje o renome de estúpidos e atrasados mentais que defendem os seus algozes sacrificando-se-lhes com as suas famílias. Aconteceu na Grécia, acontece cá e poderá acontecer em qualquer outro país.
Freedom of expression is a fundamental human right. It is one of the most precious of all rights. We should fight to protect it.

Amnesty International


19 de novembro de 2007

Vil Propaganda à Conta dos Mortos

No dia de memória pelos mortos na estrada, o propagandista do ministro da administração interna (nome pomposo para um ministro do interior – se não fosse administração, que seria? Máfia?) no seu estilo de cúmulo de cinismo, não quis desperdiçar a ocasião para mais um afronto aos mortos na estrada e às suas famílias. A sua propaganda enoja mais que os desventrados dos acidentes.

Que outra coisa se poderá dizer dum aborto que em lugar de providenciar para o fim da matança na estrada se aproveita para uma propaganda infame e abjecta e para roubar a população com multas que os construtores e sinalizadores deveriam pagar? Que demonstração de desonestidade e de malvadez mais descaradas! Se fosse honesto, em lugar de se aproveitar da desgraça dos outros para a sua propaganda asquerosa, proveria a que as cartas de condução fossem dadas apenas a quem soubesse conduzir, que os instrutores fossem competentes, que o manual fosse compreensivo. Se quisesse verdadeiramente terminar com a matança, além disto deixaria de ser cobarde e diria aos portugueses que se matam por serem selvagens incivilizados, que se comportam na estrada como na vida comum, mas que neste caso a consequência é a morte ou a invalidez.

Para que serve ter uma carta de condução quando a sua posse não tem qualquer significado nem garante seja o que for, pelo que nem justifica multar que conduza sem ela? Porque é que conduzem embriagados? Porque é que excedem uma velocidade razoável? Gente civilizada não o faz, nem nos países onde a velocidade não é limitada em auto estradas.

Que é isso da chamada Prevenção Rodoviária em Portugal, se não mais um acto propagandista para pretender justificar multas que para nada servem senão para o saco azul para os ministérios e outros comprarem veículos de luxo? Uma máfia podre que rouba e assassina os cidadãos.

Afinal, segundo o seu comportamento, este ministro não passa dum execrando cobarde depravado e nojento, um repugnante como todos os outros cobardes da sua laia, mas pior, pois que com a sua cobardia é o maior contribuidor nacional para o massacre, o assassino da estrada número um.


Sobre o mesmo assunto:
Férias – Aproveite Para se Matar (artigo e diapositivos)
Os Assassinos da Estrada
Bloqueio dos Carros é Prova de Irracionalidade
A Estrada Espelha o «Civismo» dos Portugueses
Mortes na Estrada Continuam
Acabar com Mortes na Estrada
As Mortes na Estrada Continuam
A Tragédia Rodoviária Continua
O Trânsito, as Leis e a Realidade

Ler mais...

18 de novembro de 2007

Governantes abusam do erário

Em 14 do corrente, o jornalista Manuel António Pina referiu na última página do DN um mau uso dos dinheiros públicos.

Mão amiga trouxe-me o recorte do artigo com o título «parabéns portugueses» de que extraio algumas linhas, por serem interessantes no sentido de comprovarem, mais uma vez, o desrespeito, despudor e ausência de escrúpulos dos políticos em relação aos dinheiros que nos são sacados através de crescentes impostos.

Diz que o Ministério da Justiça «comprou cinco limusinas de luxo, uma para o ministro, duas para os secretários de Estado, outra para o presidente do Instituto de Gestão Financeira e de Infra-Estruturas da Justiça (mais que justificadamente, pois esta só já tinha uns velhíssimo Audi A6 e Peugeot 404 de 2003) e mais uma para a secretaria-geral».

Refere também outra notícia que lhe «dava conta de que o OE gastará, em 2008, 3,4 milhões de euros (mais 15,4% do que este ano) com viagens de deputados». E cita mais aspectos interessantes que não transcrevo, para não perder mais tempo a digitar, porque o tempo é dinheiro e este é muito pouco para os impostos!

Temos que pagar a crise para eles se gaudiarem.

Mas, pensando melhor, talvez isto não passe de más línguas. Não se pode exigir que a secretaria-geral do Ministério, os secretários de Estado e o Ministro se desloquem em carros tão velhos e de fraca potência como os agentes da polícia e da GNR, nem tão obsoletos como as viaturas blindadas Chaimites e as espingarda automáticas G3 do Exército. Estes que apertem o cinto e se conformem com as fracas performances no cumprimento das suas missões!!!

Temos que compreender (!) que, para haver justiça, legal e social, neste pobre País, temos que reverenciar um ministro que se sinta feliz e ufano da sua posição. E, para ser feliz, o Sr. Alberto precisa imperiosamente de luxos básicos, coerentes com a sua condição de ex-colonialista de Macau, onde foi brilhante (!) e impoluto (1), de elemento influente do denominado grupo de Macau, de ex-MAI onde ficou célebre com o espectáculo dos «secos e molhados» e com a frase «esta não é a minha polícia», e, agora, de ministro da Justiça onde se fez notar com a guerra às férias judiciais, do fecho de tribunais no interior do País, da despenalização de «pequenos» crimes, do novo, brilhante (!) e incontroverso (!) Código do Processo Penal e, também, da nomeação da assessora Susana Dutra de quem os jornais muito falaram sem pretenderem beliscar a honorabilidade da licenciada, pois o alvo era o despudor de seu pai.

Teve o referido Sr. a «coragem» de garantir publicamente que não existem escutas telefónicas ilegais, como se alguém possa ser tão genial ao ponto de dar garantias credíveis de que, em qualquer sector da vida nacional, não existam acções ilegais! Os próprios tribunais só tomam conhecimento de ilegalidades muito após a sua ocorrência e desde que haja denúncia, queixa ou rumor público.

A sua obstinação na «reforma» jurídica ficou bem patente quando, há dias, disse que a sua política irá para a frente, mesmo que a oposição tenha opinião adversa!

Quanto às limusinas de luxo, ficou bem patente que o Sr. Alberto tem absoluta necessidade de sinais exteriores de valor intelectual e cultural, neste caso, constituídos por boas máquinas de quatro rodas de topo de gama obtidas à custa dos pagadores de impostos cujo cintos já têm falta de mais furos para apertar, dado que a grave crise criada e alimentada por tais políticos sem escrúpulos cuja vaidade os impede de ver à frente do nariz, os deixou na miséria e quase sem estômago.

Ler mais...

8 de novembro de 2007

Lamento de um professor

À Sra Dra Fátima Campos Ferreira

Os meus respeitosos cumprimentos:

Para vosso conhecimento envio cópia da carta aberta por mim endereçada ao Sr. Presidente da República.

Grato pela atenção

Carta aberta ao Senhor Presidente da República Portuguesa

Ílhavo, 22 de Outubro de 2007

Senhor Presidente da República Portuguesa

Excelência:

Disse V. Excia, no discurso do passado dia 5 de Outubro, que os professores precisavam de ser dignificados e eu ouso acrescentar: "Talvez V. Excia não saiba bem quanto!"

1. Sou professor há mais de trinta e seis anos e no ano passado tive o primeiro contacto com a maior mentira e o maior engano (não lhe chamo fraude porque talvez lhe falte a "má-fé") do ensino em Portugal que dá pelo nome de Cursos de Educação e Formação (CEF).
A mentira começa logo no facto de dois anos nestes cursos darem equivalência ao 9º ano, isto é, aldrabando a Matemática, dois é igual a três!
Um aluno pode faltar dez, vinte, trinta vezes a uma ou a várias disciplinas (mesmo estando na escola) mas, com aulas de remediação, de recuperação ou de compensação (chamem-lhe o que quiserem mas serão sempre sucedâneos de aulas e nunca aulas verdadeiras como as outras) fica sem faltas. Pode ter cinco, dez ou quinze faltas disciplinares, pode inclusive ter sido suspenso que no fim do ano fica sem faltas, fica puro e imaculado como se nascesse nesse momento.
Qual é a mensagem que o aluno retira deste procedimento? Que pode fazer tudo o que lhe apetecer que no final da ano desce sobre ele uma luz divina que o purifica ao contrário do que na vida acontece. Como se vê claramente não pode haver melhor incentivo à irresponsabilidade do que este.

2. Actualmente sinto vergonha de ser professor porque muitos alunos podem este ano encontrar-me na rua e dizerem: "Lá vai o palerma que se fartou de me dizer para me portar bem, que me dizia que podia reprovar por faltas e, afinal, não me aconteceu nada disso. Grande estúpido!"

3. É muito fácil falar de alunos problemáticos a partir dos gabinetes mas a distância que vai deles até às salas de aula é abissal. E é-o porque quando os responsáveis aparecem numa escola levam atrás de si (ou à sua frente, tanto faz) um magote de televisões e de jornais que se atropelam uns aos outros. Deviam era aparecer nas escolas sem avisar, sem jornalistas, trazer o seu carro particular e não terem lugar para estacionar como acontece na minha escola.
Quando aparecem fazem-no com crianças escolhidas e pagas por uma empresa de casting para ficarem bonitos (as crianças e os governantes) na televisão.
Os nossos alunos não são recrutados dessa maneira, não são louros, não têm caracóis no cabelo nem vestem roupa de marca.
Os nossos alunos entram na sala de aula aos berros e aos encontrões, trazem vestidas camisolas interiores cavadas, cheiram a suor e a outras coisas e têm os dentes em mísero estado.
Os nossos alunos estão em estado bruto, estão tal e qual a Natureza os fez, cresceram como silvas que nunca viram uma tesoura de poda. Apesar de terem 15/16 anos parece que nunca conviveram com gente civilizada.
Não fazem distinção entre o recreio e o interior da sala de aula onde entram de boné na cabeça, headphones nos ouvidos continuando as conversas que traziam do recreio.
Os nossos alunos entram na sala, sentam-se na cadeira, abrem as pernas, deixam-se escorregar pela cadeira abaixo e não trazem nem esferográfica nem uma folha de papel onde possam escrever seja o que for.
Quando lhes digo para se sentarem direitos, para se desencostarem da parede, para não se virarem para trás olham-me de soslaio como que a dizer Olha-me este!" e passados alguns segundos estão com as mesmas atitudes.

4. Eu não quero alunos perfeitos. Eu quero apenas alunos normais!!! Alunos que ao serem repreendidos não contradigam o que eu disse e que ao serem novamente chamados à razão não voltem a responder querendo ter a última palavra desafiando a minha autoridade, não me respeitando nem como pessoa mais velha nem como professor. Se nunca tive de aturar faltas de educação aos meus filhos por que é que hei-de aturar faltas de educação aos filhos dos outros? O Estado paga-me para ensinar os alunos, para os educar e ajudar a crescer; não me paga para os aturar! Quem vai conseguir dar aulas a alunos destes até aos 65 anos de idade?
Actualmente só vai para professor quem não está no seu juízo perfeito mas se o estiver, em cinco anos (ou cinco meses bastarão?...) os alunos se encarregarão de lhe arruinar completamente a sanidade mental.
Eu quero alunos que não falem todos ao mesmo tempo sobre coisas que não têm nada a ver com as aulas e quando peço a um que se cale ele não me responda: "Por que é que me mandou calar a mim? Não vê os outros também a falar?"
Eu quero alunos que não façam comentários despropositados de modo a que os outros se riam e respondam ao que eles disseram ateando o rastilho da balbúrdia em que ninguém se entende.
Eu quero alunos que não me obriguem a repetir em todas as aulas «Entram, sentam-se e calam-se!»
Eu quero alunos que não usem artes de ventríloquo para assobiar, cantar, grunhir, mugir, roncar e emitir outros sons. É claro que se eu não quisesse dar mais aula bastaria perguntar quem tinha sido e não sairia mais dali pois ninguém assumiria a responsabilidade.
Eu quero alunos que não desconheçam a existência de expressões como obrigado", "por favor" e "desculpe" e que as usem sempre que o seu emprego se justifique.
Eu quero alunos que ao serem chamados a participar na aula não me olhem com enfado dizendo interiormente "Mas o que é que este quer agora?" e demorem uma eternidade a disponibilizar-se para a tarefa como se me estivessem a fazer um grande favor. Que fique bem claro que os alunos não me fazem favor nenhum em estarem na aula e a portarem-se bem.
Eu quero alunos que não estejam constantemente a receber e a enviar mensagens por telemóvel e a recusarem-se a entregar-mo quando lho peço para terminar esse contacto com o exterior pois esse aluno "não está na sala", está com a cabeça em outros mundos.
Eu sou um trabalhador como outro qualquer e como tal exijo condições de trabalho! Ora, como é que eu posso construir uma frase coerente, como é que eu posso escolher as palavras certas para ser claro e convincente se vejo um aluno a balouçar-se na cadeira, outro virado para trás a rir-se, outro a mexer no telemóvel e outro com a cabeça pousada na mesa a querer dormir?
Quando as aulas são apoiadas por fichas de trabalho gostaria que os alunos, ao sair da sala, não as amarrotassem e deitassem no cesto do lixo mesmo à minha frente ou não as deixassem "esquecidas" em cima da mesa.
Nos últimos cinco minutos de uma aula disse aos alunos que se aproximassem da secretária pois iria fazer uma experiência ilustrando o que tinha sido explicado e eles puseram os bonés na cabeça, as mochilas às costas e encaminharam-se todos em grande conversa para a porta da sala à espera que tocasse. Disse-lhes: "Meus meninos, a aula ainda não acabou! Cheguem-se aqui para verem a experiência!" mas nenhum deles se moveu um milímetro!!!
Como é possível, com alunos destes, criar a empatia necessária para uma aula bem sucedida?
É por estas e por outras que eu NÃO ADMITO A NINGUÉM, RIGOROSAMENTE A NINGUÉM, que ouse pensar, insinuar ou dizer que se os meus alunos não aprendem a culpa é minha!!!

5. No ano passado tive uma turma do 10º ano dum curso profissional em que um aluno, para resolver um problema no quadro, tinha de multiplicar 0,5 por 2 e este virou-se para os colegas a perguntar quem tinha uma máquina de calcular!!! No mesmo dia e na mesma turma outro aluno também pediu uma máquina de calcular para dividir 25,6 por 1.
Estes alunos podem não saber efectuar estas operações sem máquina e talvez tenham esse direito. O que não se pode é dizer que são alunos de uma turma do 10º ano!!!
Com este tipo de qualificação dada aos alunos não me admira que, daqui a dois ou três anos, estejamos à frente de todos os países europeus e do resto do mundo. Talvez estejamos só que os alunos continuarão a ser brutos, burros, ignorantes e desqualificados mas com um diploma!!!

6. São estes os alunos que, ao regressarem à escola, tanto orgulho dão ao Governo. Só que ninguém diz que os Cursos de Educação e Formação são enormes ecopontos (não sejamos hipócritas nem tenhamos medo das palavras) onde desaguam os alunos das mais diversas proveniências e com histórias de vida escolar e familiar de arrepiar desde várias repetências e inúmeras faltas disciplinares até famílias irresponsáveis.
Para os que têm traumas, doenças, carências, limitações e dificuldades várias há médicos, psicólogos, assistentes sociais e outros técnicos, em quantidade suficiente, para os ajudar e complementar o trabalho dos professores?
Há alunos que têm o sublime descaramento de dizer que não andam na escola para estudar mas para "tirar o 9º ano".
Outros há que, simplesmente, não sabem o que andam a fazer na escola…
E, por último, existem os que se passeiam na escola só para boicotar as aulas e para infernizar a vida aos professores. Quem é que consegue ensinar seja o que for a alunos destes? E por que é que eu tenho de os aturar numa sala de aula durante períodos de noventa e de quarenta e cinco minutos por semana durante um ano lectivo? A troco de quê? Da gratidão da sociedade e do reconhecimento e do apreço do Ministério não é, de certeza absoluta!

7. Eu desafio seja quem for do Ministério da Educação (ou de outra área da sociedade) a enfrentar ( o verbo é mesmo esse, "enfrentar", já que de uma luta se trata…), durante uma semana apenas, uma turma destas sozinho, sem jornalistas nem guarda-costas, e cumprir um horário de professor tentando ensinar um assunto qualquer de uma unidade didáctica do programa escolar.
Eu quero saber se ao fim dessa semana esse ilustre voluntário ainda estará com vontade de continuar. E não me digam que isto é demagogia porque demagogia é falar das coisas sem as conhecer e a realidade escolar está numa sala de aula com alunos de carne, osso e odores e não num gabinete onde esses alunos são números num mapa de estatística e eu sei perfeitamente que o que o Governo quer são números para esse mapa, quer os alunos saibam
Estar sentados numa cadeira ou não (saber ler e explicar o que leram seria pedir demasiado pois esse conhecimento justificaria equivalência, não ao 9º ano, as a um bacharelato…).
É preciso que o Ministério diga aos alunos que a aprendizagem exige esforço, que aprender custa, que aprender "dói"! É preciso dizer aos alunos que não basta andar na escola de telemóvel na mão para memorizar conhecimentos, aprender técnicas e adoptar posturas e comportamentos socialmente correctos.

Se V.Excia achar que eu sou pessimista e que estou a perder a sensibilidade por estar em contacto diário com este tipo de jovens pergunte a opinião de outros professores, indague junto das escolas, mande alguém saber. Mas tenha cuidado porque estes cursos são uma mentira…

Permita-me discordar de V. Excia mas dizer que os professores têm de ser dignificados é pouco, muito pouco mesmo…

Atenciosamente

Domingos Freire Cardoso
Professor de Ciências Físico-Químicas
Rua José António Vidal, nº 25 C
3830 - 203 ÍLHAVO
Tel. 234 185 375 / 93 847 11 04
E-mail: dfcardos@gmail.com

NOTA: Como vai o nosso ensino!!! Como serão os cidadãos de amanhã? Como será a produtividade da nossa economia? E a sua competitividade? Como sobreviverão as futuras gerações na economia globalizada?

Ler mais...

3 de novembro de 2007

Os Assassinos da Estrada

Os portugueses continuam a matar-se nas estradas a si mesmos e aos outros. A quantidade de mortes é maior do que nalguns países em guerra. As diminuições, tão frequentemente proclamadas por uma jornaleirada mentirosa, nunca têm passado de meras flutuações num aumento que se tem verificado mais ou menos contínuo. Este ano, para não variar, o aumento é mais uma vez aterrorizador. Como se o facto não fosse só por si suficiente, ainda matam cada vês mais peões.

Durante as últimas décadas, levados pelos exemplos dos políticos corruptos, os portugueses tornaram-se num dos povos mais incivilizados do mundo, independentemente das classificações atribuídas aos países sob qualquer critério. Daí também a desconfiança que reina entre eles. Em toda a Europa se conhece, menos em Portugal, onde tudo é escondido pela corrupção política e jornaleira. Quando um repórter pergunta a um estrangeiro a sua opinião sobre Portugal, a população ou a comida, só um campeão da estupidez poderá acreditar que o interpelado vá dizer que não gosta de alguma coisa. Vão ouvi-los de volta nos seus países a falar das suas férias e logo conhecerão a verdade.

Esta falta de civismo e de consideração pelo próximo, de serem incapazes de viver em sociedade é descomunal e mostra-se claramente no seu comportamento e por todo o lado, sobretudo pelas pequenas coisas. Um exemplo gritante é como estacionam num espaço de dois lugares, ocupando ambos. Os outros que se lixem. São mentalmente incapazes de se juntarem. Continuam a cantarolar que “O povo unido jamais será vencido”, não compreendendo que o contrário também é verdade. Em Portugal não existe consciência cívica; foi totalmente apagada pela corrupção política. Em seu proveito.

Nenhum português se considera mau condutor, são sempre os outros. No entanto, ao conduzirem, retiram a máscara e revelam claramente como são. Políticos e jornaleiros insuflaram um orgulho demente na população e que disfarçam, chamando-lhe auto-estima, unicamente por interesses próprios corruptos. Em consequência, crendo-se tão avançados e perfeitos, ficaram inibidos de reconhecerem os seus defeitos para os poderem corrigir, pelo que só puderam piorar continuamente, logicamente, atingindo o ponto em que se encontram.

Como podem, pois, reconhecer que o seu ridículo orgulho, oco e fútil, sem base nem justificação, para além de lhes impedir o progresso os transformou nos piores assassinos da estrada? Tanto que transformou e que não o compreendem, que persistem e continuam a matar-se.

A obrigação dos políticos governantes seria a de corrigir o mal, compelindo e ajudando a população a civilizar-se, mas no meio de tudo isto, os políticos, com uma pura malvadez assassina, em lugar de tomarem as medidas necessárias para evitar a desgraça, gozam os carneiros, sacando-lhes dinheiro com controlos de velocidade, dos quais muitos dificilmente poderiam ser mais estúpidos. Põem obstáculos nas estradas, como se fossem gincanas. Mandam a polícia fazer caça à multa, dizem que a culpa de tudo é da velocidade e do álcool. Se assim for, então porque o fazem e continuam? E porque é que os países onde a velocidade nas auto-estradas não tem limite, são dos que menos acidentes registam? A questão da velocidade ser demasiada ou não é bastante subjectiva e particular em cada caso, dependendo de vários factores, os quais nem são suficientemente analisados nos manuais de aprendizagem mal concebidos e praticamente inúteis.

A selvajaria geral é a causa número um das mortes na estrada, mas não só. Nunca falam nas armadilhas que os parasitas que nomeiam têm sistematicamente espalhado pelas estradas de todo o país, como delegados de Satanás.

  • Os semáforos não são adequadamente sincronizados, obrigando frequentemente os condutores a acelerar. Vemos nas outras cidades europeias que a sincronização possibilita atravessar as cidades sem parar fora das horas de ponta, mantendo uma velocidade regular de 50Km/h.
  • Não há radares nos semáforos para fotografarem quem passa ao vermelho. Quebram o direito de defesa e de prevenção ao tornarem os detectores de radares ilegais. Afinal, o que importa não é a prevenção, mas a extorsão. Quem souber da existência dum rada,r abranda; se não souber pode matar-se, mas paga a multa.
  • A sinalização é desadequada, por vezes contradizendo-se. Os sinais de fim de qualquer obrigatoriedade são raros. As marcações nas vias estão frequentemente invisíveis e grande número delas parece ter sido copiada de desenhos de atrasados mentais.
  • Um enorme número de estradas foi mal concebido. Algumas delas até ganharam renome internacional. Foram concebidas pelos nomeados dos partidos que as construíram, tão aclamados na altura do crime pelos corruptos que os nomearam e cujos crimes continuam impunes. Algumas estradas encontram-se em estado impraticável.
  • Muitas passagens de peões não promovem a segurança para que se justifique a sua existência. Outras estão colocadas em locais que os peões rejeitam por inconvenientes. Seria preciso colocá-las onde os peões as querem e torná-las seguras. Em países civilizados, quando mal colocadas são deslocadas.
  • Estacionamentos perigosos são permitidos, tanto em curvas como até em cima das passagens de peões (o Código da Estrada proíbe-os, mas não passa de teoria; veículos da polícia passam constantemente por eles como se nada fosse). Não é raro ver veículos da polícia estacionarem em lugares proibidos precisamente devido ao perigo que geram. Preocupam-se com bloquear rodas obrigando os veículos a continuar a infringir as regras em lugar de os rebocarem. É mais uma cópia do que está mal noutros países. Esta vem-nos dos EUA, em que passa primeiro um polícia a cavalo e faz marcas no rodado dos pneus com um ponteiro longo; algum tempo depois passa a carrinha com os bloqueadores e aqueles que ainda lá se encontrarem são bloqueados.


Somos governados por verdadeiros tarados, pois que todos os postos de responsabilidade estão nas mãos de corruptos parasitas e incompetentes, que ocupam esses cargos por nomeação e não por concurso, por serrem militantes das oligarquias políticas ou seus amigos. Ou serão apenas malvados que querem que o povo se mate nas estradas?

Mais factos elucidativos podem ser encontrados nos links ao alto da coluna azul, sob o título "Sangue na Estrada".

Aditamento

Leia-se a opinião da Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados no seu artigo intitulado Uma tragédia à espera de acontecer, sobre os recentes assassínios no Terreiro do Paço, assim como as armadilhas espalhadas pelos corruptos parasitas que ficam sempre impunes, como citado no presente artigo.

Ler mais...

2 de novembro de 2007

Ajudar não é coisa fácil

Ajudar poderá significar o exercício de um esforço em colaboração com o agente principal da acção em curso, com vista a incrementar os resultados do esforço total, aliviando um pouco o daquele agente.

A ajuda só se compreende quando for desejada pelo agente principal e que este a saiba utilizar com vista a potenciar o seu esforço, obtendo melhores resultados. Quem ajuda deve ter a sensatez e o cuidado de coordenar o seu esforço de forma integrada com a acção e os resultados pretendidos, evitando substituir o agente principal ou a ele se sobrepor.

Hoje, numa visita rápida a dois jornais diários, retirei cinco títulos que nos fazem meditar seriamente neste assunto.

- Um dos títulos coloca em evidência a oferta de um carro de lixo que já não está em condições de exercer a função para que foi construído. Em «Moçambicanos e mal agradecidos» o autor com muita ironia, diz « O camião do lixo que Rui Rio ofereceu à Cidade da Beira e esta recusou poderá "não conferir" utilização na recolha do lixo, mas sempre há-de "conferir" outra utilização qualquer. A Câmara da Beira poderia, por exemplo, oferecê-lo por sua vez à Câmara de Ouahigouya (Burkina Faso), esta à Câmara de Phuntsholing (Butão), esta à de Tanjakent (Tajikistão), esta à de Natitingou (Benin), esta à de Nak'fa (Eritreia), e por aí fora, e o camião do lixo do Porto tornar-se-ia (como os medicamentos fora de prazo que as multinacionais farmacêuticas desinteressadamente doam aos países pobres, poupando milhões em impostos) num verdadeiro embaixador da generosidade internacional, perpetuando o nome de Rui Rio junto dos descamisados de todo o Mundo. A coisa seria ainda mais louvável se o génio económico de Rui Rio se tivesse lembrado de, em vez do camião, oferecer o próprio lixo da cidade (e por que não mesmo a vereação PSD/CDS?) ao Terceiro Mundo.» Não são necessários comentários.

- Em «Ajudar não é para todos» são bem expressivas as seguintes palavras: «A trapalhada em que caiu a ONG Arca de Zoé, no Chade, demonstra que o trabalho humanitário é sério de mais para ser deixado nas mãos de amadores. Dir-me-ão que amador e amar estão ligados e que sem amar não se pode fazer trabalho humanitário. Pois acho preferível a secura profissional. De boas intenções estão os campos de refugiados cheios de gente que só atrasa e, isso, com a presunçosa intenção de ajudar. (...) Os lugares de intervenção das ONG são por definição trágicos. O mínimo de prudência aconselha que para essas circunstâncias tão más só acorra quem sabe. É como num incêndio: pataratas só servem para atrapalhar os bombeiros. Entre os crimes da Arca de Zoé já há este, provado: atrapalharam as ONG sérias.»

- Em «Arca de Zoé e crianças do Chade» podem destacar-se as seguintes palavras «Os elementos da ONG (organização não governamental) Arca de Zoe podem até merecer o benefício da dúvida quanto às suas intenções. Mas são indesculpáveis na sua irresponsabilidade. Estes "amadores", como escreveu em editorial o Libération, foram longe de mais. Ao tentarem levar 103 crianças do Chade para França - pelas quais várias famílias francesas já tinham pago milhares de euros -, puseram em causa toda a constelação de ONG. Países como o Sudão já ameaçaram expulsar as organizações humanitárias estrangeiras. (...)
A acção humanitária é algo de nobre. Mas é preciso cautela, porque sob a sigla de ONG se escondem realidades muito diferentes. Tanto pode haver uma Arca de Zoe como uma Amnistia Internacional com o seu profissionalismo irrepreensível. Quando se trata de vidas, profissionalismo é o mínimo que se pode exigir. Não chegam boas intenções.

- Em «Crianças raptadas tinham pais e não eram de Darfur» pode ler-se «Um relatório de duas agências da ONU e da Cruz Vermelha, ontem divulgado, afirma que a maioria das 103 crianças africanas que um grupo francês planejava levar do Chade para a Europa tinha famílias. O relatório diz que 91 das crianças vieram de um lar com "pelo menos um adulto considerado um dos pais" e que, portanto, não eram órfãs, como alegavam os franceses. O documento também afirma que a maioria das 21 meninas e 82 meninos, com idades entre um e dez anos, veio de aldeias no Chade, perto da fronteira com o Sudão, e não das zonas de conflito de Darfur, contrariando outra alegação dos franceses que pertencem à Arche de Zoé.»

- No artigo «Sentimento anti-ocidental está a crescer no Chade» lê-se «O governo de Idriss Deby já declarou que os ocidentais se aproveitaram do conflito de Darfur e que não seria a primeira vez que os franceses fariam tráfico de crianças. O governador do sul de Darfur afirmou: "Todos sabemos que as ONG ocidentais têm um impacto negativo na cultura islâmica. Dizer que há demasiadas aqui não é uma opinião, é um facto". Entre a população e nos jornais, os estrangeiros, à excepção dos árabes, são agora vistos como esclavagistas e raptores. Um dos diários publicava: "Negreiros violadores dos tempos modernos". E Idriss Deby, responsável pela campanha, incendeia a fogueira do nacionalismo africano e do perigo do neo-colonialismo, recusando, que esta seja uma forma de hostilizar a presença ocidental no Darfur, e de paralisar as conversações de paz para a região, organizadas pela ONU na Líbia.»

Enfim, não bastam as boas vontades. É preciso saber actuar de modo a não produzir catástrofes em vez de salvar vítimas das circunstâncias. O bom senso é indispensável. A adequada preparação prévia é fundamental. A escolha criteriosas dos componentes das missões das ONG é imprescindível. AJUDAR NÃO É TRABALHO PARA MEROS AMADORES.

Ler mais...

Confusões no ensino

Há pouco tempo era a confusão da TLEBS que nos proporcionou dois secretários de Estado a fazerem declarações, com muito calor, de sinais opostos, com poucos minutos de intervalo. Antes tinha sido o problema de os professores terem de passar todo o horário dentro das escolas, mesmo que não tivessem aulas calendarizadas para essas horas. Outros pomos de discórdia têm surgido, como o problema da violência escolar e o controlo da disciplina.

Agora o Diário de Notícias diz que o «PS recua no novo estatuto do aluno». O leitor fica sem perceber se «os alunos do ensino básico com excesso de faltas poderão ficar retidos no mesmo ano de escolaridade, caso não tenham aproveitamento na prova de recuperação. Na mesma situação, os estudantes do secundário serão excluídos da disciplina em que falharam a aprovação na prova» ou se haverá alteração desta proposta.

Qualquer recuo mostra humildade dos dirigentes que aceitam o seu lado humano de errarem. Mas evidencia também a sua incapacidade de analisar rigorosamente o assunto, por forma a decidir da forma mais correcta e inatacável que não obrigue a recuos. Tais erros são incongruentes dada a quantidade de assessores e de outros «trabalhadores» que superlotam os gabinetes e serviços afins. Seria suposto que a colaboração de tanta gente «bem escolhida» resultasse numa gestão impecável do ensino e da educação. Mas, pelos vistos, não é!

Se as faltas dos professores não devem ser negligenciadas, as dos alunos também não devem ser ignoradas. Os alunos devem aprender a ser responsáveis, a saber gerir as suas vidas de adultos que virão a ser. Para isso devem ser estimulados a estudar, embora, pelo que me dizem, os psicólogos defendem que não se devem forçar as crianças porque isso as traumatiza e impede que cresçam naturalmente. Mas, com a falta de valores, do culto pela excelência, do prestígio do saber, da meritocracia, teremos um futuro de ignorantes que só pensam na ostentação de riqueza, adquirida de qualquer forma. Exceptuam-se, certamente, uns poucos, curiosamente, de famílias onde ainda se respeita a ética, a moral e outros valores tradicionalmente válidos, que, por se distinguirem numa sociedade mal preparada, acabarão por ser alvos da inveja dos medíocres.

Muitas faltas e o abandono escolar poderia ser evitado com a reactivação das escolas técnicas de outrora, em que se formariam técnicos necessários à economia nacional. Hoje é reconhecido que o encerramento das escolas comerciais e industriais foi uma asneira crassa. Alegava-se que se condenavam as crianças a não seguirem para a universidade. Mas é errado porque temos muitos licenciados e até professores universitários oriundos dessas escolas.
Profissões como as de serralheiro, marceneiro, etc. aprendem-se na adolescência e não na vida adulta depois de se ter falhado na universidade, altura em que já não se tem disposição para ser aprendiz, por falta de humildade e de motivação.

A falta de preparação profissional metódica e sistemática resulta em Portugal ficar nas mãos de imigrantes que vêm fazer aquilo que os portugueses não querem ou não sabem fazer, acabando por haver desemprego ao mesmo tempo que termos cá muitos estrangeiros a trabalhar. Por isso, o futuro do país está em risco.

Ler mais...