Mentira!

Neste blog e noutros sites do autor poderá prever o futuro do país tal como o presente foi previsto e publicado desde fins da década de 1980. Não é adivinhação, é o que nos outros países há muito se conhece e cá se negam em aceitar. Foi a incredulidade nacional suicidária que deu aos portugueses de hoje o renome de estúpidos e atrasados mentais que defendem os seus algozes sacrificando-se-lhes com as suas famílias. Aconteceu na Grécia, acontece cá e poderá acontecer em qualquer outro país.
Freedom of expression is a fundamental human right. It is one of the most precious of all rights. We should fight to protect it.

Amnesty International


28 de maio de 2007

Um ministro suicidou-se ontem no Japão por vergonha da sua corrupção.

Se os políticos portugueses tivessem um mínimo de honestidade e seguissem o seu exemplo, ficaríamos sem políticos.

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A zona deserta do governo

Tenho procurado seguir neste blogue uma linha editorial, segundo a qual dou principal destaque a factos e situações políticas menos conhecidas da opinião pública, precisamente porque essa é uma das formas através da qual o poder prefere actuar: pela calada, em suma. O que não retira, evidentemente, que ache importantíssimo, na minha acção anarquista, comentar os factos óbvios, os que são praticados descaradamente, com a convicção arrogante típica do governante instalado.

E foi o que aconteceu desta vez. O ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações – pasta certamente muito pesada, dada a sua extensa designação salazarenta – o Mário Lino, considerou “faraónica” a construção do novo aeroporto de Lisboa na margem Sul do Tejo porque, segundo disse, se trata de uma zona deserta. Uma opção em relação à qual, mais uma vez, o Lino foi categórico e afirmou, em francês, Jamais! Sugiro que leiam esta notícia que publiquei no meu Contracorrente sobre esta verdadeira anedota.

Ainda hoje, passados dois dias, e certamente nos tempos que se avizinham, os comentários do Lino ecoam e ecoarão ressentida e repetidamente na cabeça de muita gente, desde os líderes e deputados de todos os partidos com e sem representação parlamentar, passando pela maior variedade de comentadores políticos (entre os quais modestamente me conto), de académicos e autarcas, até ao homem e à mulher mais simples do povo, entre os quais também me conto. Todos justamente indignadíssimos com uma das maiores bujardas que um homem de Estado poderia atirar aos sete ventos. Suplantando, inclusivamente, os delírios tremendos do da Economia, o Manuel Pinho! Como anarquista regozijo-me prazenteiramente, pensando nos extremos auto-destrutivos a que a posse e o exercício do poder podem conduzir, não só um homem, como todo um governo.

(Publicado originalmente n'O Anarquista, a 25 de Maio de 2007)

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26 de maio de 2007

Cheque em branco por quatro anos?!!!

Mendo Castro Henriques, professor da Universidade Católica e um dos autores da obra «O Erro da Ota» escreveu uma carta aberta ao ministro Mário Lino em que, a dada altura diz : "A democracia, para si, sr. ministro, é um cheque em branco passado de quatro em quatro anos, não tanto a um Governo, mas a um partido político que selecciona esse Governo". Há quem não se fique pela figura do «cheque em branco» e chegue a afirmar que, perante a arrogância, petulância e comportamento autista de muitos governantes, o actual regime português é uma «ditadura a prazo» de quatro anos renováveis.

Sobre este caso da localização do novo aeroporto de Lisboa (NAL), em vez de transparência na explicação das razões da decisão do Governo, por forma a que o Povo, detentor da soberania, compreenda porque é que o seu dinheiro é utilizado desta e não de outra forma, o Sr. ministro atira poeira aos olhos dos eleitores, fala de deserto, argumenta com a população do Oeste esquecendo que a grande massa de utilizadores dos aviões parte de Lisboa ou ali se destina e que a geografia, a topografia, a orografia e os aspectos específicos da segurança de voo não podem ser postergados na escolha do local. E, nisso, é apoiado por uma tosca argumentação, acerca de pontes, de um seu camarada de partido, já muito desactualizado e que, pela força do hábito, se convence que em Portugal, inteligente só há um, ele, e mais nenhum.

Os argumentos do MOP, repetidos e sem carrearem nada de novo para o esclarecimento da localização do NAL estão de acordo com a sua «piada» de, sabe-se lá com que finalidade, dizer que é engenheiro civil inscrito na Ordem dos Engenheiros», ou quando de visita oficial a Espanha, onde era suposto ir defender os interesses de Portugal, ter declarado que é iberista. Não podia escolher melhor local nem oportunidade para o dizer!

Parecido com isto recorda-se a gafe de Sócrates, que deu as boas-vindas aos imigrantes que chegam a "um país cada vez mais pobre". Um acto falhado que traduz a verdade que domina o mais íntimo do seu subconsciente, e que é permanentemente reprimido por necessidade de propaganda. Recorde-se também a falha de Manuel Pinho, quando prometeu aos desempregados da cidade da Guarda empregos em postos de trabalho na mesma empresa na cidade de Castelo Branco e que a empresa veio dizer já estarem preenchidos. Esta, depois da tentativa de aliciamento de chineses por cá haver salários muito baixos e das desculpas imberbes do excesso de velocidade de 212 quilómetros à hora, é mais um caso desta «ditadura a prazo» dos oligarcas todo poderosos.

Mas, se realmente há serviços de segurança, interna ou estratégica, convém averiguar o que está por trás da indicação dada à Al-Qaeda de que seriam significativos os feitos de um acto terrorista na ponte sobre o Tejo (qual delas?). Parece estarem esquecidos de que o bom senso, a que muita gente recusa importância, é um auxiliar importante e imprescindível da gestão da vida privada e, principalmente, na pública.

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25 de maio de 2007

CASA PIA ERA...ZERO

O novo Ministro da Administração Interna, Drº Rui Pereira, quando estava à frente do "SIS", entre 31 de Março de 1997 e Dezembro de 2000, mandou elaborar um relatório sobre a pedofilia em Portugal. O documento revelava um profundo conhecimento das nossas «secretas» sobre a matéria a investigar, nomeadamente, os locais frequentados por pedófilos, identificava alguns estrangeiros, mas, curiosamente, omitia os nomes de «ilustres portuguses» que frequentavam o Parque Eduardo VII, não fazendo qualquer referência à rede pedófila da Casa Pia. Agora, instado pelo semanário o «crime» a comentar este facto, Rui Pereira disse, de uma forma surpreendente, que o seu conhecimento sobre o que se passava na Casa Pia «era zero». Esperemos que agora investido nas suas funções de Ministro da Administração Interna e o desenrolar do julgamento do processo "casa pia" possam fazer com que Rui Pereira se inteire de todos os pormenores sobre um dos maiores escândalos da actualidade e que provocou grandes «fissuras» na estrutura do Estado. O referido relatório fala em nomes de pedófilos da "rede francesa" que efectuaram filmes com menores casapianos.
Fonte: Jornal "O crime" de 17/05/2007.
"O crime não compensa; mais cedo ou mais tarde o criminoso acaba por apanhar uma multa de estacionamento" (Ted Zeigler).

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Burros de Chapéu na Cabeça

Os noticiários portugueses continuam a ser forjados ao gosto de jornaleiros não só incompetentes, como enganadores.

Em noticiários recentes impingiram-nos uma montagem da reportagem sobre a visita do casal McCann a Fátima, mostrando-os quase constantemente afastados da restante população, sublinhando o caso comentando-o nesse sentido.

Segundo os repórteres dos jornais ingleses, em que o casal foi literalmente assaltado pelo peregrinos nacionais, que os abraçavam, cobriam de beijos e lhes davam as suas próprias crianças a beijar. Veja-se, por exemplo, o que sobre esta visita nos relata a conceituado jornal The Guardian. Quem mente?

Não há maneira de se poder confiar nesta pandilha de pedantes sebosos, que por um lado são uns comprovados aldrabões que não param de nos mentir, inventar histórias, pasteurizar as notícias; por outro lado, como se patenteia nalgumas entrevistas, são uns ordinários que cortam a palavra a quem fala sem que para isso façam uso de termos educados, enquanto fazem perguntas sobre assuntos irrelevantes, “esquecendo” completamente ou mostrando-se incapazes de fazer perguntas sobre o que realmente interessa. Ou será um estúpido e enredado encobrimento dos entrevistados corruptos?

À parte estes factos, continuam a afirmar a sua incompetência de outros modos. Por exemplo, depois do tempo que ouvem não diariamente, mas quase constantemente, cidadãos de língua maternal inglesa pronunciarem os nomes Madeleine e McCann, ainda são raros os que aprenderam. Muitos, há anos que teimam em manter os nomes próprios no singular quando se referem a um conjunto de pessoas com o mesmo nome. Teriam tido professores estúpidos como eles, que não lhes ensinaram que os nomes próprios são substantivos (não colectivos) e que, como tal, têm número?

Se têm assim tanta dificuldade para aprender, não deveriam obrigá-los a consultar psiquiatras e pô-los fora de serviço se os exames o recomendassem? É como antes se dizia nalgumas partes do país quando se via tanta estupidez junta a pedantismo (não era bem assim que me recordo exactamente, mas de certo haverá quem se lembre bem; o sentido porém, era este): «até chamam doutores aos burros de chapéu na cabeça».

Que melhor prova da desgraça mental em que vivem, que apoiam e defendem, do que sabermos que os poucos verdadeiros jornalistas competentes dignos desse nome e de grande consideração, que não pretendem que lhes chamem doutores, têm sido afastados das suas posições por intrigas, por despeito, por inveja e muitos outos atributos que caracterizam a canalha indigna em que essa casta se insere.

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24 de maio de 2007

Ota. Justificação mal contada

São frequentes, na Comunicação Social e na Internet referências a interesses obscuros na defesa do NAL (novo aeroporto de Lisboa) vir a ser localizado na Ota. Há quem critique azedamente o emprego do adjectivo «obscuro». Mas, perante tão vultoso investimento e argumentos tão convincentes nos aspectos negativos de construção, de segurança nas fases inicial e final dos voos e na distância a Lisboa, ninguém tem dúvidas de que, forçosamente, terá de haver grandes interesses. Quanto à sua obscuridade, esta vai sendo clarificada com o tempo, mas talvez não ficando totalmente transparente em data útil.

Efectivamente, já vieram a lume os interesses de empresas e autarquias da região, incluindo mesmo autarcas de partidos da oposição, e bem evidenciados pelos delineados investimentos na área do turismo. Num futuro relativamente próximo, os turistas em vez de virem a Portugal visitar os Jerónimos irão ver a capela de Ponde do Rol.

Quanto aos interesses ainda ocultos e embiocados, o véu começa a mexer-se deixando entrever indícios significativos. Ontem ouvi na TV o inefável, ofuscante, imperscrutável, insondável, Dr. Almeida Santos opor-se à construção do NAL na margem Sul do Tejo visto que «a OTA é uma boa opção porque não há pontes e, no caso de atentados ficava-se com um aeroporto isolado na margem sul, se fosse ali construindo». Enfim, uma indicação de alvo remunerador aos terroristas e nada mais de válido. Tão inteligente que ele era ! e como está agora tão diminuído pela idade! Mesmo que uma ponte fosse destruída, Lisboa não ficaria isolada do seu aeroporto na outra margem porque a ele está ligada por várias pontes ( e estão previstas outras) e há sempre a possibilidade da travessia por barco.

E, se o Sr. Dr. actualizasse as dioptrias dos seus óculos, talvez conseguisse vislumbrar que entre Lisboa e a Ota passa-se por, não uma mas, entre grandes e pequenas, dezenas de pontes todas vulneráveis a actos terroristas. Além de que a pista do NAL na Ota terá de ser construída sobre várias pontes dado que irá ser colocada sobre, pelo menos, três ribeiras importantes, além de outras linhas de água criando vãos menores.

Mas além deste ilustre causídico e político nos querer lançar poeira aos olhos para não vermos os seus interesses, o «engenheiro civil inscrito na Ordem», ministro das Obras Públicas, iberista e sabendo umas palavras de francês, argumentou de forma muito «elucidativa» que o aeroporto não devia ser construído na margem Sul por aquelas paragens serem um deserto sem população, escolas, hotéis, etc. Ora o Sr. ministro, a quem não atribuo adjectivos para não ser perseguido como o Dr. Fernando Charrua, para evitar o deserto, podia manter o aeroporto na Portela, em Lisboa, bastando demolir alguns prédios para a sua ampliação. E, para o instalar em local ainda menos deserto, podia situá-lo no centro de Lisboa, em que Avenida da Liberdade, após alguns trabalhos de engenharia, mais baratos que os da Ota, dava uma bela pista. E a Fontes Pereira de Melo dava outra pista para ventos de direcção diferente. Afinal, ao querer sair-se de Lisboa, não se pretende sair de uma área densamente povoada?!!! Onde está a lógica Sr. ministro?

Se os interesses das gentes o Oeste são claramente visíveis, os destes políticos, argumentados de maneira tão infantil e incomprensível, têm de ser classificados de «ocultos». Se alguém achar que estou errado, agradeço que me ajude a compreender que neste caso estão em jogo verdadeiros interesses nacionais, integrados numa estratégia patriótica consistente. Sem essa explicação continuo confuso, cheio de dúvidas e considerando tudo isto muito pouco transparente.

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22 de maio de 2007

Um despacho contra o direito à greve

Na actual fase deste campeonato político em que – mistério!... - todos os clubes ganham, embora só o governo some mais vitórias, ainda há situações que, pelo seu incrível, me continuam a espantar, não só como anarquista que me prezo de ser, mas também como cidadão de um “suposto” Estado democrático de tipo ocidental. Para que melhor possam compreender aquilo a que me refiro, sugiro que leiam esta notícia, que acabo de publicar hoje no meu Contracorrente.

O Teixeira dos Santos, sim, o ministro das Finanças, publicou um despacho na página de internet da Direcção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP) que cria junto deste organismo uma base de dados, na qual os serviços da administração directa e indirecta do Estado – ou seja, todos os serviços do Estado – têm de passar a inscrever “dados sobre o número total de trabalhadores e o número total de trabalhadores ausentes por motivo de greve”. Espantoso, não é?

Nem vale a pena mencionar a indignação que esta medida arbitrária causou junto dos sindicatos e organizações sindicais. Directamente e sem qualquer vergonha democrática, o governo faz passar por “via administrativa”, aquilo que eu qualificaria da mais fascizante tentativa de controlo sobre o direito à greve a que assisti nestes últimos 33 anos de democracia! Vendo aproximar-se o dia 30 de Junho, para o qual está prevista a greve geral da Administração Pública - que contará com a adesão da esmagadora maioria dos sindicatos e organizações sindicais do sector - o governo pensa, desta forma, assustar, desmobilizar, acobardar, os trabalhadores através de um despacho. Um despacho, como aqueles que o Salazar adorava assinar.

(Publicado originalmente em O Anarquista, a 18 de Maio de 2007)

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20 de maio de 2007

Ignorância, Pedantismo e Indignidade

Desde o desaparecimento da pequena Madeleine McCann que somos matracados com as pronúncias dos basbaques pedantes que são os jornaleiros portugueses.

Ouvindo eles, muito mais frequentemente do que nós, os nacionais ingleses e escoceses pronunciarem os nomes da criança, a única desculpa que se encontra ma insistênjcia do erro só pode ser atribuída a uma verdadeira necedade nata. É virtualmente impossível chegar-se a qualquer outra conclusão.

Com efeito, qualquer bom dicionário inglês com pronúncia figurada representa o a em Madelein pelo símbolo a: do Alfabeto Fonético Internacional, o que equivale a um a aberto e longo. Tal como se tem ouvido Gerry McCann pronunciar o nome da filha. O ditongo ei, no mesmo nome, é pronunciado como um i curto e não se compreende que haja quem o queira pronunciar como se de alemão se tratasse. O caso do a em Cann é idêntico ao de Madeleine.

Ao fim de mais de duas semanas de se ouvir o mesmo – dum lado como do outro – só a razão evocada no primeiro parágrafo poderá explicar a insistência nos erros, que deixam assim de o ser para se tornarem diplomas de estupidez. Há excepções, as dos poucos mais honestos que não se envergonham por terem aprendido. Para a mentalidade dos outros, aprender e ser correcto é um erro.

Não se pode compreender que qualquer pessoa que pretenda ter um mínimo de cultura e de mioleira, que aparente ter alguns estudos e a presunção de que lhe chamem doutor(a), fale como um(a) moço(a) de estrebaria que pouco mais conheça que limpar o excremento do gado. São assim os “doutores” portugueses, pedantes e ignorantes até ao tutano, com muito orgulho em serem estúpidos e atrasados. É por isso que não se lhes conhece qualquer valor nem mérito em países civilizados e mais adiantados. É por isso que quando há umas décadas se ficava certo de se ser bem recebido nesses países quando se dizia que se era português, hoje é preferível escondê-lo o melhor que se possa a fim de evitar ser-se tratado como um atrasado mental e vigarista. Com um sorriso a encobrir o pensamento, evidentemente.

De certo que toda a gente já reparou na diversidade de como os nossos jornaleiros pronunciam o nome Shakespeare. Raros são os que acertam, pois que a sua alta cultura nem mioleira lhes permitem compreender que mesmo que a primeira duas sílabas tenha alguma força, a tónica é a última. Este facto parece incrédulo a quem quer tenha “empinado” a ideia errónea de que em inglês a sílaba tónica é sempre a última e que lhe basta “saber” essa asneira para conhecer a língua a fundo.

Nada do que atrás fica pode ser considerado uma crítica para gente comum, com pequena cultura mas simples, honesta e sem pretensões. Todavia, aqueles de que aqui se fala não poderão ser incluídos nesta descrição.

Um facto muito semelhante é aquele que dá origem a tantos e constantes cochichos nos corredores das instalações da União Europeia, Bruxelas ou Estrasburgo. Os ditos cochichos são a chacota de que os senhores políticos portugueses fazem objecto devido a quererem mostrar-se mais espertos e superiores aos seus homólogos dos outros países, para o que pretendem falar inglês com a pronúncia dos cidadãos dos Estados Unidos. Os gozo sobre estes papalvos teve o seu auge há menos de dez anos, mas continua de vento em poupa. Os intelectuais de arrieirada estão convencidos de que ser inteligente é copiar tudo o que estiver mal. Não é como essas oligarquias bandalhas e corruptas fazem por cá? Não é esse o seu método de trabalho, a sua máxima? Os resultados não o patenteiam?

Porque será que desde há algumas décadas, em todos os países se tem a mesma ideia acerca dos portugueses? Será que estarão todos errados, que os portugueses é que estão certos e não são como os julgam? Será que os portugueses são hoje um povo super-civilizado e super-inteligente e que todo o mundo sem excepção está enganado sobre eles? Ou será que os portugueses mudaram? Para melhor, como se crêem?

Haverá motivos para deduzir que políticos corruptos e infames, apoiados por uma jornaleirada indigna anestesiaram a população insuflando-lhe um orgulho desmesurado pela miséria e estupidez em que os primeiros a projectaram e os segundos lhe encobrem?

Os resultados estão lá para o confirmar, ou será apenas o corolário duma sucessão de azares sem fim por décadas a fio?

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19 de maio de 2007

Fumadores, atenção às multas!

Venho, desde já, avisar os meus amigos e visitantes não-fumadores de que este post poderá ferir sensibilidades mais apuradas... No entanto, desafio-vos a lê-lo e a dizerem de vossa justiça, doa a quem doer! Como devem calcular, pela imagem que escolhi para o meu perfil de anarquista, sou fumador: não de cachimbo, mas de cigarros. E devo confessar que, dada a minha provecta idade para estas andanças (45 anitos que já cá cantam), devia mas era ter juizinho...

Vem esta introdução a propósito da proposta de lei sobre o tabaco que o ministro da Saúde – essa figura governamental tão simpática aos portugueses – o Correia de Campos, apresentou na Assembleia da República. Segundo poderão constatar através desta notícia que publiquei no Contracorrente, de acordo com esta “brilhante” proposta, as multas aplicadas aos fumadores de tabaco serão mais pesadas do que as que estão em vigor para os consumidores de drogas ilícitas, como a cocaína ou a heroína!

Segundo esta original lei – tão ao gosto da Europa comunitária e dos States, refira-se – fumar em lugares proibidos obriga a uma multa que vai de 50 a 1000 euros. Por seu lado, a multa aplicada aos consumidores de drogas proibidíssimas, situa-se entre os 25 e os 403 euros. Grande diferença, não acham? Por acaso, não tenciono consumir heroína nem cocaína, mas até parece que compensa, sob o ponto de vista económico... Em suma, mais uma lei fascizante de um governo democrático-ditatorial.

(Publicado originalmente em O Anarquista, a 9 de Maio de 2007)

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11 de maio de 2007

O Exército corrige erro

Deparei com a notícia intitulada «Exército planeia centralizar os comandos funcionais» que se refere a uma directiva do CEME (Chefe do Estado-Maior do Exército) aos seus generais em que determina a elaboração de estudos para a concentração dos serviços recentemente deslocalizados para locais distantes da capital. Embora seja agradável ter-se conhecimento da emenda de tal inqualificável erro, lamenta-se que o assunto tenha saído prematuramente para a Comunicação Social. Está realmente a perder-se, no país, o respeito pelo segredo – nos tribunais, nas polícias e, agora, também no Exército. Teria sido preferível manter o estudo em âmbito de confidencialidade e de secretismo, até uma fase mais avançada ou, mesmo, até à decisão final. Dessa forma se evitavam pressões egoístas ou mesquinhas de interessados nas consequências de uma ou outra solução.

A deslocalização anteriormente decidida, quando se terminava com divisão do País em Regiões Militares e se substituíam estas por comandos nacionais para os diversos sectores, dificilmente ela era justificada pela missão superior do Exército - a consecução da defesa terrestre, como parte da defesa militar, por sua vez integrada na Defesa Nacional, no seu significado lato. Nem a actividade de gestão dos recursos humanos no Porto, nem a de instrução e doutrina em Évora têm mais capacidade para o cumprimento da sua missão fundamental do que se estivessem localizadas em Lisboa, com mais facilidades de contacto e de reuniões com os restantes sectores da cúpula do Exército e dos outros Ramos e a obtenção de despachos mais fundamentados e esclarecidos pela discussão oral dos pontos menos lineares. Se alguma coisa poderia beneficiar com alguma descentralização, para ser obtida melhor execução prática, seria o Comando Operacional que poderia beneficiar com antenas de operações e informações no Norte, Centro e Sul, podendo estas, devido ao seu reduzido volume, ficar instaladas em quartéis de unidades. Porém este Comando ficou nas proximidades de Lisboa, em Oeiras. Mas, na realidade, dadas as dimensões territoriais do País e o pequeno efectivo global do Exército, a concentração não traz obstáculos consideráveis ao cumprimento da missão.

Resta então o enigma, a explicação, da decisão do «exílio» de dois sectores gerais, com influência em todo o Exército, para o Porto e Évora. Há quem diga que tal se deveu ao interesse provinciano e «pequenino» de querer manter os palácios das antigas RMN e RMS. É possível que tenha sido esse o motivo, mas parece anedótico. Primeiro, porque isso não poderia ser considerado um factor decisivo em qualquer estude da situação, em moldes clássicos, que se orientasse pela luz do farol que a missão constitui. Quem diz missão, diz objectivo ou finalidade a ela conducentes. Segundo, porque essa posse de espaçosas instalações para efectivos totais que não precisam de ir muito além da dezena de homens, não iria manter-se por muito tempo. Muito se pode dizer do efectivo máximo que no auge da guerra no Ultramar, tiveram as repartições e serviços ligados à instrução do EME e das Direcções das Armas e dos Serviços, ou ligadas ao pessoal, no EME e na DSP, e então não havia o recurso à informática de que hoje se dispõe. Convém não perder os bons esquemas de organização e de trabalho que deram boas provas em épocas de grande intensidade operacional com um produto acabado grande em quantidade e razoável em qualidade.

Mas, colocando de lado esta hipótese de ter sido dada preponderância à pose das instalações, talvez deva olhar-se para possíveis pressões quer de militares interessados em colocação próximo das suas terras de origem quer de autoridades civis que desejam usufruir do prestígio de possuir um quartel e ter o prazer de ver homens fardados nas suas cerimónias e momentos festivos. O certo é que nenhum destes aspectos devia ser decisivo na fundamentação da decisão. E é para evitar estas pressões perversas que se alerta no início deste texto para a conveniência do segredo, durante a elaboração dos estudos, até ao momento a decisão.

A aprendizagem das boas regras de preparar decisões fazia parte das matérias ensinadas nos Cursos de Estado-Maior, para fins tácticos, mas tais regras são aplicáveis a qualquer tipo de decisão em qualquer assunto, devendo ser considerados os factores mais relevantes para cada caso. Mas parece que a maior parte daqueles que as decoraram não as compreenderam totalmente e muitos ocupantes de cargos de responsabilidade poderão nunca as ter aprendido.

Mas, felizmente, o erro vai ser reparado, o que mostra que o conceito estratégico de defesa terrestre está a ser adequado às realidades actuais, deixando de ser eivado de antiquadas ideias de batalhões de caçadores sobre a fronteira e de cobertura de quadrícula. A dimensão territorial do País e as facilidades de transporte não exigem fraccionamentos dos efectivos que ocasionam sempre custos de vária ordem.

A actual equipa de chefia está de parabéns pela racionalidade de gestão que esta medida representa.

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3 de maio de 2007

Portugal. O País somos nós.

Portugal. O País somos nós.

Na sequência das reflexões suscitadas pelos posts a seguir indicados Celebremos o 1º de Maio ; Ética... e responsabilidade; Quem atrapalha a sua vida? ; Incapacidade de planear e racionalizar ; Acorda, povo adormecido!, recebi por e-mail, este texto que é um retrato talvez muito realista do nosso País, e que, por dizer muitas verdades, acaba por ser bastante perturbador, para quem recusa uma observação objectiva. De um conjunto com determinadas características não pode, logicamente, sair algo diferente, porque os milagres só acontecem eventualmente.

É PARA PENSAR!

A crença geral anterior era de que Santana Lopes não servia, bem como Cavaco, Durão e Guterres. Agora dizemos que Sócrates não serve. E o que vier depois de Sócrates também não servirá para nada. Por isso começo a suspeitar que o problema não está no trapalhão que foi Santana Lopes ou na farsa que é o Sócrates. O problema está em nós. Nós como povo.

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1 de maio de 2007

1º DE MAIO: "EM PROL DOS DIREITOS DO HOMEM"


«Atrevo-me a acreditar que, em toda a parte, os povos podem ter três refeições por dia para o corpo; uma educação e uma cultura para alimentar o pensamento; a dignidade, a igualdade e a liberdade para alimentarem o espírito. (...) Continua a acreditar que venceremos.» (Martin Luther King Jr.)
Martin Luther King, Nelson Mandela, Êmile Zola, mas também centenas de milhares de cidadãos defendem os prisioneiros de opinião, favorcendo, assim, o nascimento de uma sociedade mais justa e unem os seus esforços para chamar à ordem os poderosos. É um trabalho, de facto, ingrato, anónimo, que não suscita o interesse dos meios de comunicação social - agora também manipulaveis - mas representa um elemento motor na defesa das liberdades desta e das futuras gerações. O 1º de Maio, dia do trabalhador, também deve ser um dia onde se fale daqueles que, fisicamente presentes, ou não, lutaram pela liberdade e o sorriso das gerações que hão-de vir.
Paulo

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