Mentira!

Neste blog e noutros sites do autor poderá prever o futuro do país tal como o presente foi previsto e publicado desde fins da década de 1980. Não é adivinhação, é o que nos outros países há muito se conhece e cá se negam em aceitar. Foi a incredulidade nacional suicidária que deu aos portugueses de hoje o renome de estúpidos e atrasados mentais que defendem os seus algozes sacrificando-se-lhes com as suas famílias. Aconteceu na Grécia, acontece cá e poderá acontecer em qualquer outro país.
Freedom of expression is a fundamental human right. It is one of the most precious of all rights. We should fight to protect it.

Amnesty International


30 de setembro de 2007

O Grande Estoiro do PSD
e os Noticiários Nojentos

Com estas eleições intestinas do bando do PSD assistimos a vários acontecimentos. Uns importantes, outros ridículos ao máximo.

Ridículas foram as notícias que se arrastaram ao longo dos noticiários, em que às lutas internas duma oligarquia portuguesa foi dada muito mais importância pela jornaleirada que o normal num país democrático. Embora muitos desconheçam e não concordem, trata-se de mais uma demonstração de ausência de democracia.

Não eram eleições nacionais para que a jornaleirada rasca nos atirasse à cara tão longos tempos de reportagens, análises e outros abusos. Os noticiários continuam a funcionar a golpe de scoop, inflação noticiosa (ex.: Madeleine e Esmeralda), falta de coberturas noutros casos (ex.: outros desaparecidos). É uma desorientação fomentada pela incompetência e um abuso devido à arrogância e princípios errados em que foram deseducados. É a geração rasca, como ficou conhecida no tempo de Mário Soares, que cresceu e “ocupou” os lugares vagos da precedente.

O PSD foi arrumado pela política seguida pelo governo. Perdeu toda a capacidade de fazer oposição a um partido que ao herdar o seu governo deu continuidade absoluta à sua política, adoptando todos os pontos, alguns apenas com ligeiras modificações. Como pode opor-se à continuidade da aplicação das medidas que ele próprio iniciou quando esteve no governo? Como pode uma qualquer pessoa, entidade ou partido contradizer o que fez sem cair no ridículo ou ser tomada por mentiroso. É o que aconteceu ao PSD. Foi vítima da sua própria política. Todas as suas críticas actuais só se podem assemelhar a birrinhas de crianças.

Ou seja, se o povo não bate o pé com energia, está feito, quer seja um partido ou o outro no governo. Todos sabemos que pior que o PSD, se tivesse tido tempo, teria feito à Segurança Social e ao Serviço Nacional de Saúde só poderia ser acabar com eles de vez. O palavreado pouco importa, só as decisões contam, e essas conhecemo-las por demonstração bem exemplificada. Lembremo-nos de que o nojo televisivo já elevou três abortos burlões e vigaristas ao poder. Medite-se.

Sobre o abuso das notícias e reportagens, não se pôde deixar de notar até que ponto vai a falsidade, vigarice e más intenções destas bestas políticas. Não notámos como o Luisinho Manuel transformou a sua pronúncia nos discursos que fez no norte? E o outro, o Luisinho Filipe, não fez o mesmo quando se deslocou a terras Lusitanas? Que ridículo! Que repugnante banha da cobra!

O PSD está arrumado por alguns anos e deu um enorme estoiro com esta escolha. Se o outro chefe de clã tivesse continuado não teria sido bom, mas esta mudança tem um significado especial. Os militantes, descontentes com as circunstâncias, que do partido não dependem e contra as quais não têm armas para lutar, manifestaram a sua estupidez com o seu voto. Tipicamente português. Pagarão as consequências. Por demais que escolheram um indivíduo conhecido como traiçoeiro e desonesto, como ele se mostrou agora, de novo, para quem tudo vale como meio de luta. Quem votou nele tem que aprovar estes princípios.

Com esta eleição de mais um fala-barato incompetente, o PSD fica assim arrumado por uns tempos. Nada pior poderia ter acontecido agora ao partido. Tal como outras fáceis previsões aqui apresentadas e concretizadas, o futuro o comprovará.

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28 de setembro de 2007

Darfur... Zimbabwé... África

Cai a noite,
Pesada, quente, iluminada pelas fogueiras
Dispersas,
Meio apagadas, meio desfeitas.

Murmúrios na noite
Choro inquieto de crianças

Nao há vento, não há nada......

Rostos cansados,
Rostos enrugados
Sustentados pelo corpo mirrado,
Sombrios na escuridão que os cerca......

Darfur, Darfur...sinónimo de miséria
Sinónimo do desprezo dos poderosos
Darfur...

Amanha é outro dia,
Há que tentar erguer aquela mulher,
Aquela criança, caídas na poeira da rua
Porque forças não há, nem para um suspiro

Darfur,
O teu nome é um suspiro moribundo
À espera de paz e de pão
Ouçam, por Favor,
DARFUR

Ouçam um continente em Agonia,
Vítima de déspotas no poder
Viítima de quem se dizia vitimizado pelos outros.

Zimbabwé....
Onde está o teu povo?
A morrer no mato, caçando animais para sobreviver
Ou sendo caçado
Por animais de duas patas?
Onde está a liberdade?
Onde está a esperança?

Continuam a ser roubados
Pelos que no poder estão
Pelos que continuam a pedir donativos
Que o próprio povo nunca viu
Porque antes, a Segurança, segurou........

África,
Solo rico e poderoso
Chora lágrimas de desespero e impotência ,
Pelos filhos, pela maldita guerra,
Maldita doença,
Maldita ganância ....

Cai a noite
Dormem os corpos famintos,
Num sono e pesadelo
Sem fim.

DARFUR... ZIMBABUÉ... ÁFRICA

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27 de setembro de 2007

O défice tem as costas largas

Li hoje a notícia de que em 2008 o imposto sobre a gasolina vai aumentar, a fim de reduzir o défice orçamental. Isso irá acarretar aumento dos preços de todos os produtos que dependem deste combustível para o fabrico e o transporte.

O défice devia ser reduzido pela diminuição das despesas públicas. Mas os governantes não querem, não estão interessados em prescindir de parte dos seus benefícios, antes pelo contrário...

Os políticos deviam seguir o exemplo hoje noticiado dos médicos que prestam serviço nas urgências do Hospital Distrital Luciano de Castro, em Anadia, que «admitem prescindir de uma parte do vencimento para manter o serviço a funcionar» (Diário de Notícias, pág. 17).

Pelo contrário, os políticos aumentam o número de assessores, de assistentes pessoais dos deputados, criam comissões não produtivas, encomendam estudos para apoio de decisões já preparadas, renovam a frota automóvel, renovam as decorações dos gabinetes, etc.

Somos obrigados a concluir que os nossos políticos parecem tão estúpidos que não compreendem que pertencem a um País pobre sem petróleo, nem diamantes, nem recursos naturais importantes, e tão ambiciosos que, apesar disso, querem ultrapassar, em ostentação e gastos diversos, os seus parceiros dos países com maior PIB per capita.

E o povo contribuinte é que se lixa, tal como o mexilhão, tendo de apertar o cinto com sucessivos sacrifícios com o pretexto de ser necessário reduzir o défice que os políticos provocaram e aumentam com os seus abusos excessivos e incessantes.

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MacCann! MacCann!

Regozijai-vos, ó povo! Venho dar-vos pasto para a má-língua! Esqueçam telenovelas e jogos de futebol! Esqueçam praias, discotecas, amantes, paixonetas, carros, empregos, promoções! Esqueçam todo esse lixo, porque vos vou dar melhor sucata. Depois, não se esqueçam de a pôr no Ecoponto, para lançar no desemprego aquele pessoal que separa o lixo nas fábricas da reciclagem dita ecológica. Perdão, económica!

MacCann! MacCann! Oh, néctar dos deuses! Supremo alimento da alma... Crime, mistério. Estamos a assistir ao maior logro da história dos media, desde a Casa Pia. Só que agora não é pedofilia dos Grandes, dos Senhores do Mundo. É Homicídio! Mataram a criança – não sabemos ainda como – e têm andado a contar-nos histórias da carochinha. Aos poucos, como convém, jornais e televisões vendem o produto MacCann com enorme sucesso. Primeiro, tivemos pena do pobre casal e andámos à procura do infame raptor. Agora, andamos à espera que o infame casal venha de Inglaterra. Para quê? Obviamente, para linchá-lo!

Mais uma vez, a comunicação social – portuguesa e inglesa – cumpre integralmente os seus objectivos: vender produtos consumíveis e descartáveis, para benefício dos seus proprietários e dos detentores do poder. Aos primeiros, oferece-lhes lucro, permitindo-lhes aumentar vendas e angariar clientes para a Publicidade; horas e horas nas têvês, espaço garrafal nos jornais e revistas. Para vender champôs, carros, perfumes, sabonetes, relógios, empréstimos, etc. e tal. Aos segundos, oferece-lhes o prato principal do exercício do poder: alienar as mentes, distraí-las do fundamental. Do facto de que estão no poder para usufruto dos benefícios de estar no poder.

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26 de setembro de 2007

Estado da Justiça Revela Estado do País

Juízes inteligentes, competentes e sabichões opõem-se hoje aos conselhos sobre os interesses da criança (Esmeralda) e decidem contradizê-los por completo.

Afinal, para que serve a justiça em Portugal? Frequentemente, assistimos a decisões jurídicas ilógicas, sem pés nem cabeça, discordantes da realidade, inoportunas, que não satisfazem ninguém nem a finalidade da justiça. Um tribunal decidiu hoje ir contra os princípios que defendem os interesses duma criança (princípios de Direitos Humanos, entenda-se) de, em aberta contradição com as conclusões médicas qualificadas que estudaram o comportamento psiquiátrico da criança. Irracional, quando se nota que estes estudos foram encomendados por instituições oficiais.

Os tribunais portugueses estão a converter-se em autênticos circos onde palhaços vão representar os seus actos de arrogância e incapacidade, não satisfazem a população que contesta constantemente os julgamentos. Portugal é um dos países europeus onde há um maior número de recursos contra as decisões judiciais

Que se passa com a justiça portuguesa? A resposta não pode agradar a ninguém, mas não reconhecer um qualquer problema só pode servir para assegurar a sua continuidade. Afinal, vendo o que se pasno comportamento no que respeita à justiça. Os que formam o seu corpo, não cresceram eles com a restante população? Não andaram nas mesmas escolas? Não tiveram os mesmos pais que educam os filhos como se conhece, num país onde o método educacional nunca foi reformado como em países avançados desde o fim da Segunda Guerra Mundial?

As crianças portuguesas continuam a ser educadas por pais incapazes, que por demais mentalmente atrasados moldam filhos iguais. Que se pode esperar da continuidade deste método? No entanto um governo completamente desnorteado e super-arrogante, cujo primeiro-ministro é acusado de traidor dos Direitos Humanos pela Human Rights Watch, em lugar de solucionar os problemas de base, entretém-se a estoirar o dinheiro público noutra tolice mundialmente reconhecida com uma enorme asneirola, segundo rezam os resultados obtidos noutros países: dar computadores para jogos aos alunos para que desistem da escola mais rapidamente, o que é um investimento para economizar na instrução.

A mentalidade desses juízes, tal como a da quase totalidade dos portugueses, foi moldada segundo princípios arcaicos e obsoletos, substituídos há 60 anos nos países que maior progresso fizeram em todos os campos. Alguma razão apoiou esse progresso e por algum motivo os portugueses de hoje são conhecidos nesses países por profundamente atrasados. Por qualquer motivo Portugal continua a fazer um progresso inferior ao dos melhores, o que equivale a continuar a atrasar-se e a distanciar-se deles.

Assim vai a mentalidade da carneirada nacional conduzida por maus pastores. E assim continuará até que o povo soberano exija prestação de contas a todos os pedantes inúteis que se julgam soberanos do soberano. Se não se colocarem os abusadores rascas no seu lugar, que esperar do futuro, se não a consolidação da miséria e da desgraça?

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25 de setembro de 2007

Que Show de Computadores

Esta campanha com que o nosso Governo nos quis mimosear, nunca me convenceu.........

Computadores para todos, em todas as escolas, a preços irrisórios.... Concordo em absoluto que as escolas e por conseguinte os alunos, deveriam ter um mais amplo acesso a computadores, a sistemas de informática, a toda uma educação visada num futuro. Afinal, as crianças desde muito novas têm uma potencialidade nata para investigar, aprender, avançar e não regredir.Muito bem, instale-se então, computadores para todos, a que todos tenham acesso e não numa meia dúzia por escola, em que os alunos tenham que aguardar vez. Vamos então apostar no futuro.

Mas (sempre um mas, não é verdade?), façamos as contas. A TMN lançou uma campanha em que propunha os computadores a 800 euros. A FNAC, fez o mesmo, mas com os mesmos a cerca de 500 euros e ainda por cima, facilitados por crédito.Então e o governo? Eu só espero que muitos professores e encarregados de educação não caiam em muitos logros, pois pode dar-se o caso de ficarmos sem computadores, ou sairmos defraudados.

Basta fazer as contas e comparar. E esperar que os mesmos para o próximo ano, possam ser dedutiveis no IRS.

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24 de setembro de 2007

Kits

Cheguei há pouco do Centro de Saúde. Tempos intermináveis de espera, pois andava tudo muito ocupado em prevenções, planos de troca de seringas, etc. A rotina de um Centro de Saude com muita "clientela" e poucos funcionários.

Logo na entrada, um largo cartaz chamativo, uma pequena mesa com um Kit e vários panfletos.

Farta de esperar por um simples carimbo e uma receita, farta de ouvir protestos de utentes, que ainda por cima tinham que pagar para uma simples coisa de 1 minuto....resolvi começar a perguntar ás enfermeiras e a um médico (venezuelano?) que por ali passava, que projecto de trocas era aquele........
Trocas de seringas, Kits para os presos..........
"Ah, com direito a algodão, seringa, pensos, preservativos, isso tudo?
Sim, concerteza, a prevenção é a nossa aposta! Foi-me esclarecido.
Voltei á carga, com ironia: "Olhe e já agora, também fornecem a droga? É que eu não quero ser conivente com crimes, criminosos e ir contra a lei........"

Pois então, meus caros, expliquem-me: se me falarem na prevenção da SIDA e derem preservativos, tudo muito bem e até concordo plenamente. Agora, Kits para drogados? Mas o consumo e tráfico de droga não é punido por lei? Não é ilegal?
Então, não é suposto estarem presos muitos deles, por isso mesmo?

Onde moro, foi há pouco tempo preso um cidadão por isso (descansem que já não está a expensas nossas, pois com o tal novo código penal, já esta cá fora de novo, a exercer o métier habitual – passador de droga).
È suposto um preso "ir dentro" para ser punido por crimes contra os cidadãos, estado, etc.
Parece que neste país a ordem das coisas está um pouco alterada.....quem e punido, somos nós..........por ajudar a contribuir para o bem estar e a satisfação dos presos.
Quem será que lhes fornece a droga? O estado? MAS NAO È ILEGAL?

E se nao é o estado, como existe droga lá dentro?
Porque se não a houvesse, nao eram precisos KIts.
E a Metadona? Não era mais certo investir nesse projecto, em vez da distribuição absurda de kits e droga? Pois, mas os presos, coitados, iam logo queixar-se que estavam a ser maltratados e prejudicados no direito deles...a sua dose diária e obrigatória de prazer!, pois para isso, ali estão eles!

Expliquem por favor.......eu não entendo mesmo, meus neurónios.........fundiram.
Só que neste momento, estou a sentir-me criminosa.....e conivente com este estado de coisas.

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23 de setembro de 2007

Bloqueio dos carros é prova de irracionalidade

Há meses, um conhecido cantor pediu uma avultada indemnização por o seu carro ter sido bloqueado durante mais de uma hora. O que merece reflexão não é isso ter acontecido a um notável, mas simplesmente por ter acontecido.

Já há tempos escrevi uma carta aos jornais e um post em blog a expressar a «dúvida» sobre a lógica e o bom senso que poderá ser alegado em defesa de tal repressão. Parece haver uma ausência de racionalidade nesta actuação das forças policiais. Procurando compreender, tenho de partir da função do Estado e da sua máquina administrativa e policial repressiva que é suposto destinar-se a garantir ao cidadãos os seus direitos, liberdades e garantias constitucionais.

Na sequência, deduzo que as proibições de estacionamento num dado local destinam-se a facilitar a vida dos cidadãos quanto a circulação de veículos ou de peões. Até aqui a lógica, teoricamente, não é criticável e continuaria a não o ser se os carros mal estacionados, com prejuízos para terceiros fossem rebocados a fim de deixarem de estar naquele local a lesar os outros cidadãos.

Porém, ao contrário do reboque que defende os direitos do utente, peão ou automobilista, o procedimento dos bloqueios vai contrariar qualquer lógica ou racionalidade, pois acaba, na prática, por obrigar o carro a prolongar desnecessariamente a sua permanência num local em que prejudica outros. Além de o motorista causar danos aos interesses alheios, as autoridades prolongam no tempo esses danos. Se o motorista é um infractor dos direitos dos cidadãos, as polícias, nestes casos, são piores infractores, por serem agentes qualificados e com deveres para com a generalidade dos cidadãos, por terem consciência do mal que o veículo ali produz, e por serem useiros e vezeiros nestas acções.

Porquê esta insensatez?

Se perguntarmos ao agente, ele, pelas suas palavras, traduz um acto de repressão, de retaliação, de vingança, por parte da máquina repressiva do Estado, dirigido ao motorista por ter praticado uma infracção, a qual não era grave, visto lhe ser dada continuidade desnecessária. E, se a infracção não é grave e até pode ser prolongada no tempo, pergunta-se qual a razão de existir a proibição de estacionar nesse local?

E os pressupostos atrás referidos não passam de meras especulações teóricas, pois:

- O Estado e as máquinas administrativa e repressiva não evidenciam vocação para facilitar a vida do cidadão mas, pelo contrário, apenas para lhe sacar mais dinheiro, para o tratar com uma repressão e um sadismo sistemáticos;

- A finalidade da proibição do estacionamento raramente é justificada pelo benefício ao cidadão, mas sim para aumentar os lucro das empresas municipais ou da «confiança» dos autarcas cujo negócio consiste em gerir os parques subterrâneos e o parqueamento à superfície.

- O bloqueamento dos carros, embora agrave o pretenso inconveniente do estacionamento ilegal, é praticado por mero sadismo e desejo de retaliação por parte da lei e dos seus agentes.

- Em tudo isto ressalta a posição incoerente do Estado e seus agentes em relação à população, considerando-a não como objectivo a defender, mas como inimigo a castigar (através de multas, coimas e outras sanções), ao mínimo pretexto.

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21 de setembro de 2007

O essencial e o marginal

Muitas vezes, perdemo-nos na periferia do problema e não entramos na sua essência; a árvore não nos deixa ver a floresta; o fundamental, o indispensável, o necessário fica oculto, ocasional ou intencionalmente, por um ou outro aspecto de pormenor, passageiro, sem importância; o centro fica oculto pelas orlas.


Numa conversa entre dois presos, um deles justificava estar ali pelo facto de a bateria do carro ter perdido a carga e não ter feito o arranque do motor. Mas isso não era motivo para ter sido preso. Pois, mas chegou o polícia. Mas isso também não justificava. Ao fim deste diálogo, ele explicou que tinha saído de uma loja de telemóveis às três da manhã e, quando quis fugir do polícia, o carro não pegou.

Um autarca, bem posicionado no seu partido, explicou uma irregularidade dizendo que houve uma fuga de informação seguida de títulos de caixa alta exagerados, tudo inserido numa conspiração para abater o presidente da Câmara, resumindo-se a gestos desproporcionados face a umas pequenas falhas administrativas. Tal como no caso do preso, não houve a sinceridade de apontar frontalmente a infracção, as tais falhas administrativas.

Quando um condutor é detido pela polícia, a notícia diz que foi detido «por ter sido detectado» com alto grau de alcoolemia ou em alta velocidade. Transfere-se a causa da detenção do acto de ter cometido uma infracção, para o azar de «ter sido apanhado» em falta. Isto é um hino laudatório aos criminosos espertos que infringem mas não são apanhados. É como o caso do tribunal que considerou não haver crime de tráfico de droga porque, embora este tivesse sido comprovado iniludivelmente, as provas mais convincentes assentavam em escutas não autorizadas, portanto inválidas. E deixou de haver crime!

Também os crimes por cheque sem provisão passaram a ser em menor quantidade por o Governo ter decretado que apenas seria crime acima de um valor muito mais alto. No mesmo sentido, no caso da não publicação dos contratos dos assessores e consultores, muito criticado e depois alterado, não foi abordado de frente, não mostrando que o Governo pretendia considerar o País como uma pequena quinta dos governantes, gastando o dinheiro dos contribuintes, nas costas destes, sem a mínima transparência, em benefício dos «boys» e «girls» de confiança política dos detentores do Poder, esquecendo estes que o essencial da sua missão, como delegados do povo - a real sede da soberania - não lhes permite colocar os interesses pessoais e partidários acima de tudo e de todos, mas sim, zelar pelo bem-estar e qualidade de vida, de forma sustentada, da generalidade dos cidadãos.

Neste momento, trava-se num grande partido da oposição uma luta para escolher o futuro líder. Seria de esperar que nos debates e na propaganda divulgada o povo fosse informado sobre os projectos que cada um tem para desenvolver Portugal e melhorar as condições de vida dos cidadãos. Mas não chegam a esse grau de elevação, começando por se maltratarem mutuamente e reafirmando repetidamente que o actual governo governa mal. Não desvendam o que pretendem fazer de melhor se o povo os escolher nas próximas legislativas. O povo terá de escolher apenas sob o efeito das promessas (habitualmente enganosas) da campanha eleitoral. Mas a realidade é que o essencial, segundo os melhores pensadores, será fazer uma alteração profunda no funcionamento da democracia, por forma que o executivo seja devidamente controlado, para não se desviar dos interesses nacionais e da vontade legítima do povo soberano. Será o combate à corrupção, a fim de a máquina administrativa funcionar mais ligeira e com menos custos, etc. No entanto, discutir o essencial, não lhes interessa.

Essa essência do problema fica oculta pela fumaça periférica, ocasional e volátil e iremos continuar com a competição pelas cadeiras onde tudo continuará mais ou menos na mesma, com os mesmos sacrifícios exigidos aos que nada podem fazer senão pagar sem refilar. Porém, este desprezo do essencial, dos objectivos e dos interesses nacionais, sobrepondo-lhe aspectos secundários, está a ser posto em prática com exagerada frequência, tornando-se conveniente inverter tal tendência a fim de o País poder recuperar da actual crise de valores e atingir um nível consentâneo com a sua qualidade de membro da UE.

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17 de setembro de 2007

As multinacionais e os consumidores

Há movimentos a aliciarem os consumidores a rejeitar os produto das multinacionais que saíram do País. Não me parece lógico, porque um comportamento motivado por desejos de vingança ou maldade não está fadado para ter êxito, sendo preferível agir com objectivos positivos, de bondade, de que resulte benefício para o próprio e para outros.

Este movimento acusa as multinacionais de pretenderem obter grandes lucros à custa de mão-de-obra barata. Ora, essa intenção já existia quando elas estavam em Portugal e, então, se elas são más, porque se lamenta a sua saída? Há qualquer coisa errada na argumentação.

O consumidor, para agir racionalmente, pela positiva, deve procurar defender os seus interesses comprando apenas os produtos de que necessita, sem ir atrás de publicidade duvidosa e procurar as melhores condições de preço e qualidade. Qualquer grande empresa procura lucros, sendo essa a sua finalidade essencial, e, para isso, deseja ter custos mais baixos nos factores de produção, produzir com a melhor qualidade, vender muito e ao mais alto preço que o mercado permita. Contra isto nada se pode fazer.

Outro aspecto a considerar, e esse é grave, é o dos postos de trabalho que desaparecem com a deslocalização. Mas só é de lamentar que o trabalhador não possua saber geral e capacidade técnica que lhe permita trabalhar com grande eficiência, adaptar-se sem dificuldade à modernização e à inovação, por forma a poder mudar de ramo de actividade em caso de necessidade ou de conveniência, à procura de melhores condições. Quanto a isto, há que apontar o dedo ao Estado que encerrou as antigas «Escolas Comerciais e Industriais» e aos sindicatos que não estimulam os seus associados a aumentarem os seus conhecimentos técnicos para darem à empresa melhor colaboração e merecerem melhores salários e para poderem mudar de emprego sem dificuldade. Conheço exemplos muito positivos das vantagens da preparação profissional e das consequentes melhorias através de mudanças de emprego. A propósito, há cerca de dois anos, um empresário espanhol instalou em Trás-os-Montes uma empresa de exploração e industrialização de granito. Quando o jornalista lhe perguntou quantos postos de trabalho ia criar para os transmontanos, respondeu que a mão-de-obra seria toda espanhola, o que aparentemente lhe traria custos mais elevados mas mais vantagens reais por assim obter maior produtividade. Isto merece reflexão, mostrando que a vantagem das empresas não está nos salários baixos, mas na melhor produtividade, na qualidade do trabalho.

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14 de setembro de 2007

Combate à pobreza e à exclusão

A revolução de Abril, já lá vão 33 anos, ao preconizar nos seus objectivos o desenvolvimento, dava a este o significado de, além do crescimento económico, as implicações sociais tais como equidade, preservação do ambiente, saúde, emprego e coesão social. Haveria que fazer convergir as medidas governativas para conseguir uma melhoria sustentada das condições de vida.

As pessoas passariam a dispor de habitação, alimentação adequada, educação e saúde. Porém, não tem havido da parte dos sucessivos governantes e autarcas medidas convergentes para estas finalidades, apesar de muitas promessas e discursos brilhantes quanto à utilização sonora das palavras, mas sem repercussão positiva na realidade.

Contudo, nem sempre as palavras dos políticos são vazias de conteúdo. Por vezes distraem-se, descontraem-se um pouco e, como seres humanos, deixam escapar a verdade, com sinceridade. Foi o caso do Sr. ministro da Saúde que, em resposta a pergunta de jornalista, disse que em caso de emergência nunca recorreria a um SAP e iria à urgência de um hospital ou de uma organização credível, pois o SAP não tem condições para ser eficiente. Não era necessário ele dizê-lo. Já o primeiro-ministro, quando torceu um tornozelo, na Suíça dirigiu-se sem hesitação ao Hospital da Força Aérea. Segundo os políticos evidenciam com os seus comportamentos, SAP, Centros de saúde e outros organismos estatais, estão mal preparados e só servem para o cidadão comum. Os políticos são uma elite que paira a outras altitudes e, por isso, dispõem de regalias semelhantes às dos Deuses do Olimpo.

Mas é grave que o ministro da saúde tenha feito publicamente esta crítica a um serviço da sua tutela, esquecendo que é sua missão colaborar na melhoria sustentada da qualidade de vida dos cidadãos, permitindo a estes a fruição garantida e segura do apoio à saúde. Mas a sua acção começou por se centrar na luta contra médicos e farmacêuticos, com uma visão economicista, esquecendo o cidadão comum, aquele que mais precisa do eficiente combate à pobreza e à exclusão, e a quem ele não hesitou em fechar centros de saúde, maternidades, urgências e valências hospitalares e dificultou o apoio medicamentoso.

Mas a pouca atenção às condições de vida dos cidadãos não têm ficado por aqui. E as desigualdades sociais tem sofrido agravamento continuado.

O partido maioritário não tem evidenciado capacidade eficaz para emagrecer o Estado na sua quota parte das despesas públicas e tem incrementado os controlos a todos os níveis, mesmo que eles não conduzam à melhoria das condições de vida da comunidade, e as desigualdades agravam-se continuamente, sem que haja medidas efectivas para tornar a vida mais justa, moral e equitativa. Há poucos meses o tema das conversa e do correio electrónico era o das reformas milionárias, por vezes acumuladas, pagas pelo Estado. Depois veio o caso dos assessores em quantidades colossais, nomeados por critérios de confiança política, com ordenados inimagináveis em comparação com os dos funcionários mais qualificados, deixando no desemprego licenciados tecnicamente mais competentes, mas sem paternidade política. Depois veio a notícia de que, além dos assessores dos grupos parlamentares, passa a haver um conselheiro pessoal para cada deputado, o que aumenta o peso despesista dum órgão que já é criticado por ser superdimensionado. Há tempos surgiu a notícia de que os portugueses mais ricos aumentaram os seus activos de 13% em 2005. Agora aparece a notícia de que os principais bancos lucraram mais de 30% à custa da subida dos juros, dos arredondamentos e do aumento das comissões pelos diversos serviços, onerando os clientes.

Fica no espírito a pergunta se não haverá possibilidade de impedir que os bancos, os seguros, as empresas de serviços (gás, água, electricidade, telefone, etc.), os hipermercados, e outras grandes empresas exagerem na sua margem de lucro e nos custos dos seus serviços, sobrecarregando injustamente os utentes. É que os reformados e os pensionistas (que não sejam políticos) vêem o seu poder de compra a reduzir para valores insuportáveis perante os custos inflacionados dos produtos de primeira necessidade. O descontentamento é enorme, embora não se manifeste de forma «revolucionária», mas deve merecer melhor atenção dos governantes e autarcas porque os regimes democráticos têm vulnerabilidades, não sendo resistentes a vagas profundas da insatisfação popular a longo prazo. Para evitar crises sociais graves, o remédio aconselhado pelo bom senso consiste em prevenir, eliminando as causas reais.

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8 de setembro de 2007

Governo e Funcionários Públicos

Que se passa com os funcionários públicos? Os funcionários sempre foram arrogantes, mas até há umas décadas eram competentes, conhecedores das suas funções e rigorosos no trabalho.

Com o decorrer das ultimes décadas a corrupção e a ganância dos políticos, assim como todas as outras qualidades que lhes conhecemos foram crescendo com o consentimento da população. Os governantes de todos os partidos patentearam que outro interesse não têm senão o de amassar tanto quanto possível enquanto apregoam inteligência, profissionalismo, competência, dedicação, etc. Tudo fictício e vendido em publicidade rasca de banha da cobra a um povo consentidor de espertalhaços que se deixam enganar como atrasados mentais.

A experiência demonstrou-nos que os discursos eleitorais são autênticas histórias hipnóticas para um povo que se tem comprovado incauto e de uma profunda imaturidade política. Irresponsável também, porque não vota – “não vale a pena, já se sabe quem ganha e as abstenções e os votos em brancos são contados a favor do que ganhar”. Nem discorre como fazer um voto inválido, nem com isso se incomoda.

Os funcionários não puderam ser indemnes a estas tácticas, sobretudo notando que os seus chefes são parasitas incapazes designados pelos corruptos, ineptos nas suas funções. Os funcionários foram, geralmente, o último elo na corrupção da distribuição duma parte dos fundos comunitários durante os governos do Cavaco e Silva (aquele que nos atirou para e estrumeira em que agora nos encontramos e provocou a falta de médicos) e tiveram que dar-se conta de (1) quantas vezes estes fundos foram atribuídos a «apadrinhados e compadres», (2) como esses beneficiados se tornaram novos-ricos da noite para o dia, como todos sem amnésia se recordam.

É justo o que se diz dos funcionários públicos de todos os departamentos do Estado. Não trabalham com eficiência, são mandriões, irresponsáveis, arrogantes – tudo copiaram e herdaram dos políticos corruptos e dos parasitas incapazes que estes lhes deram como chefes. É justo e é pouco.

Os funcionários de hoje formam um bando de pulhas que tem passado a vida profissional a gozar o Zé Povinho. Tratam as pessoas com arrogância desmedida, com ar de superioridade ou com desprezo. Juntam-se aos grupos a conversar e na risota, a atenderem os seus telemóveis, enquanto nos fazem esperar, esperar, esperar. Dão-nos por vezes informações erradas que originam problemas desastrosos e recusam-se a assumir a responsabilidade pelas asneiras que fazem. São uns mandriões e uns inúteis parasitas que vivem à nossa conta. Por isso que por muito pouco que alguns ganhem é sempre de mais. As excepções entre eles são raríssimas. E os bandalhos ainda têm o descaramento de dizer que são poucos para fazerem o trabalho.

Não fazem lembrar os funcionários dos tribunais, os juízes e os magistrados, outra oligarquia de parasitas? Vendo bem, para que serve a justiça que temos? Os juízes não resolvem senão metade dos número de processos que os seus outros colegas europeus. Abandalham-se conscientemente fazendo greves como os funcionários e querem que lhes chamem soberanos, mentindo sobre onde reside a única e verdadeira soberania. Como se numa democracia pudesse existir outro soberano que o povo a quem todos sem excepção têm obrigação de prestar contas: rei ou presidente, governo e justiça. A função de todos é servir o povo soberano. Se assim não for, será tudo menos uma democracia.

No entanto, não se pode deixar de ter em consideração que os maiores culpados da situação dos funcionários são os políticos corruptos que se colocaram a eles e aos amigos nos lugares de direcção, os quais deveriam estar em mãos de gente capaz e ganhos por concurso público, como as direcções gerais, chefes de repartições, de alfândegas, etc. Esses concursos deveriam estar abertos também a todos os funcionários, como em qualquer país e como aliás já foi, antes desta banda de canalhas corruptos ter usurpado os cargos de direcção para eles, bando de parasitas ladrões. É o cúmulo da corrupção arvorada pelas oligarquias reles de chupistas inúteis de todos os partidos, que fizeram da política uma carreira de parasitagem.

Nestas circunstâncias, como poder discordar das medidas tomadas pelo governo a este respeito? Todavia, não se pode esquecer que todo e qualquer nivelamento por baixo é um atentado à população, sobretudo quando esta já se encontra no fundo do poço e com mais de 52 anos de atraso sobre a média europeia, de acordo com o Eurostat.

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6 de setembro de 2007

O estado da Segurança Interna do Estado

Na passagem de Agosto para Setembro, reentramos na tragédia da realidade nacional. Depois de um mês de alívio, de distanciamento, caímos esmagados pela variedade de notícias que, por entretanto nos termos desabituado, nos parecem dramáticas.

Como diz o sociólogo Paquete de Oliveira, «reabrem as escolas, os tribunais, as repartições, as fábricas. Toca o gongo para o trabalho e todas as obrigações. Os políticos recomeçam nas suas disputas. As querelas futebolísticas sustentam grandes discussões. Voltam os julgamentos em atraso de anos. Dá-se conta do aumento da gasolina em 7,8 %, dos cursos de Engenharia e outros tantos que existem a mais, que metade dos seguranças da vida nocturna está ilegal, que os portugueses usam cada vez menos protecção contra a sida, que 80% das doenças mentais ficam por tratar (ui!), que nem com escola a tempo inteiro há lugar para muitos daqueles que do ensino faziam a sua profissão, que pelas estradas portuguesas, este Verão, deixámos dezenas e dezenas de mortos. Eu sei lá, é um rol de coisas que por Agosto passavam desapercebidas. Com a acalmia da estação quente, quase não se toma consciência do que significam na cooperação estratégica os vetos do presidente da República e quase se esquece que a presidência europeia está cá no burgo. Setembro é, de facto, um mês com certa crueldade. Tira-nos a ilusão que Agosto criara.»

Também o advogado José Luís Seixas, dá umas pinceladas nesta tela: « Os acontecimentos da madrugada de domingo no Campo Grande replicam, de forma trágica, um qualquer filme de gangsters. As balas, porém, foram a sério e o sangue jorrou pela rua.

Associando o que se passou com as reportagens publicadas sobre o funcionamento de muitas discotecas de Lisboa e do Porto fica-se com a preocupante ideia de que a "noite" e os seus negócios vivem numa situação de marginalidade consentida. As denúncias são tantas e tão graves que ninguém entende a passividade das polícias e a ineficácia do Estado.

- Podem crianças com 12, 13 ou 14 anos frequentar estes estabelecimentos? Não podem, mas frequentam aos magotes.
- Podem-lhes ser vendidas bebidas alcoólicas? Não podem, mas são vendidas.
- Podem estas discotecas e bares exercer o seu comércio sem uma autorização especial denominada por licença? Não podem, mas grande parte permanece aberta não a tendo, sequer, requerido.
- Podem funcionar sem horário, até às seis ou às oito da manhã? Não podem, mas funcionam.

Ou seja, o Estado não fiscaliza, não age, não zela pelo cumprimento da lei e não pode garantir a segurança e a tranquilidade públicas. Assim sendo, estão criadas as condições necessárias para que a criminalidade organizada se estabeleça, domine o negócio e estabeleça territórios. A tiro, se tal for necessário.»

Segundo Isabel Stilwell, «denominam-se bens não-rivais aqueles que não se gastam e podem ser usados, simultaneamente, por quem quiser. Por exemplo, se contemplar uma paisagem fantástica, não roubo nem um bocadinho da sua magia a ninguém. É um bem público, colectivo, de todos sem ser de ninguém em especial.

É preocupante a pouca importância que o Estado, e cada um de nós, dá a este tipo de bens fundamentais. Logo a começar pela desvalorização da sabedoria, do mimo, da educação. E do espaço em que vivemos. O caos das nossas cidades, a falta de um planeamento urbanístico que satisfaça os olhos e facilite o nosso dia-a-dia, as escolas a cair aos bocados, ou as paredes inundadas de tags nojentos são provas do nosso desprezo por aquilo que, não estando cotado em bolsa, contribui, de forma incalculável, para a nossa qualidade de vida. Ou para a falta dela. Viver numa grande cidade é uma fonte acrescida de stress, sobretudo, para quem não tem poder e dinheiro.

Se entendêssemos que as sardinheiras da nossa janela são um bem não-rival, uma epidemia boa, entenderíamos que tomar conta das nossas cidades, dos nossos bairros, dos nossos cantos, era um investimento que valia a pena. Temos o direito, e o dever de exigir, que os políticos cumpram as suas promessas, e, se entendêssemos mesmo esta ideia, desconfio que a felicidade chegava mais depressa.»

Após palavras vindas de tão doutas origens, a tela ficaria completa se o caudal dos acontecimentos não continuasse a fluir. Mas ele não pára. É a notícia de que muitos fogos florestais foram iniciados a meio da noite, certamente por razões estranhas ao calor solar, a continuação das mortes na estrada para estragar as estatísticas do Governo, a superabundância das infracções detectadas pelos radares em Lisboa, indo muitas ficar impunes devido a incapacidade burocrática, o aumento escandaloso dos preços dos combustíveis, ao lado do aumento escandalosamente pequeno dos salários mínimos, ao contrário da evolução nos parceiros europeus, a fome que nos espera se deixarmos de poder comer os transgénicos, o fecho de valências hospitalares, como a oncologia, o combate ao défice orçamental à custa de sucessivos aumentos de impostos. E, por outro lado, a basófia governamental a ostentar uma riqueza que não possuímos.

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4 de setembro de 2007

Férias
Aproveite Para se Suicidar

O cão é o mais antigo companheiro do homem, com quem vive há mais de 114.000 anos. Com ele aprendeu muitas manhas e se habituou a viver, caçar, comer, ajudar no que lhe exigiu e ensinou, treinou. Obedece e cumpre sem reclamar.

Conhecendo o velho ditado dos países desenvolvidos e civilizados, que diz que pelo comportamento das crianças e dos cães se conhece a mentalidade dos adultos, chegamos à óbvia conclusão de que difícil seria aos portugueses de terem sentimentos e comportamentos mais atrasados e selvagens.

Costuma ensinar o seu cão a ser agressivo e a morder às pessoas de que não gosta. Acha giro? Se não o fizer ele não morderá. Só o cão dum selvagem morde nas outras pessoas: o cão copia o comportamento e os sentimentos do seu dono, não apenas o que o dono diz, mas muito mais o comportamento e, sobretudo, o que o cão sabe que ele sente. Quando diz ao seu rebento para não fazer uma certa coisa porque não está bem, mas a faz, o que vai ele aprender, o que lhe disse ou o que lhe ensinou com o seu exemplo? O ditado é certo e é pouco conhecido em Portugal porque todos têm vergonha do que ele revela. Desmascara totalmente.

Cão com um dono intelectual

Costuma abandonar o seu cão quando vai de férias? Adquiriu um cão para o seu filho pequeno ter alguma coisa em que bater? É o método mais eficiente e altamente psicológico para formar o carácter duma futura besta humana, que de humano terá tudo menos a mentalidade.

Se está num destes casos, não se esqueça de aproveitar a oportunidade magnífica que tantos aproveitam para nestas férias se suicidar na estrada. Será um contributo patriota para acabar com o mau nome que os portugueses angariaram por todo o mundo para onde foram desde há umas décadas.

Pelo caminho, faça uma paragem para assar um frango numa pequena fogueira. Sabe muito melhor que em casa. Se após ter terminado já não tiver nenhum líquido para apagar, é simples, urine em cima e espalhe o restante com os pés. Mais adiante, ao atravessar uma propriedade bem arborizada, se tiver terminado o seu cigarro, atire a beata acesa para as ervas secas da orla.

Bombeiros Voluntários de Ermesinde

Agora que já contribuiu para os bombeiros justificarem a sua existência, só lhe falta mostrar o que tem entre as pernas para poder consumar tranquilamente o acto essencial. Tente aproveitar estradas vazias para não matar mais ninguém, acelere a fundo e atire-se contra qualquer coisa dura ou para debaixo dum pesado bem grande, se possível pela frente. As mulheres não têm nada entre as pernas, por isso que raramente têm coragem para se suicidarem deste modo.

Vista de longe: pontaria certeira!

Quase uma obra prima.
Conseguiu encaixar-se quase todo sob o pesado.

Aqueles que se virem livres de si agradecerão com reconhecimento, contentamento e alívio. Saudades? Duas ou três semanas. O mundo será um pouco melhor.

Quando o seu espírito pairar sobre o asfalto e olhar para o corpo donde acabou de sair, verá qualquer coisa como isto.

Só tenho tripas e pernas?!
Então e o resto do meu corpo?


Oh! O resto!...

São imagens geralmente não publicadas a fim de evitar que os suicidas percam a coragem no momento crucial, perpetuando assim a matança nas estradas.

Nota – Clique nas fotos para as ver em detalhe.

Veja o post adaptado em diapositivos.

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2 de setembro de 2007

Armas em profusão. Inutilidade da lei

Tem sido verificada a existência de armamento massivo espalhado pelos mais diversos contextos e detectado nos mais variados tipos de ilícito. Recentemente o facto foi notório nos crimes violentos da vida nocturna do Porto e de Lisboa. Até no âmbito de investigações em que nada faz prever a existência de armas, os órgãos de polícia criminal, em buscas domiciliárias, têm com frequência encontrado destes objectos. São, por vezes, mesmo encontradas armas de calibre e sofisticação superiores às das próprias forças de segurança.

Não é difícil concluir haver facilidade de acesso e um eventual descontrolo do mercado e tráfico de armas.

O curioso é que recentemente os ilustres deputados criaram uma lei que regulamenta o uso e porte de amas de fogo. Para que serviu a lei? Pelos vistos serviu apenas para melhorar as estatísticas do trabalho de produção legislativa. Pessoas que a leram com atenção ficaram espantadas com tanto pormenor, muitos deles de difícil execução, que fazem com que poucos detentores de armas procurem conhecer inteiramente o diploma e ainda menos lhe consigam dar cumprimento. E o resultado é tudo continuar na mesma, isto é, cada vez pior.

Trata-se de um fenómeno muito conhecido dos automobilistas. As alterações ao Código da Estrada que era suposto serem destinadas a criar mais segurança e a acabar com a enormidade de mortes nos acidentes rodoviários, não têm evitado que estes continuem com pequenas variações devidas a factores desconhecidos.

«O país não tem um problema de falta de legislação, mas sim o problema de falta da sua aplicação. É uma doença crónica dos nossos legisladores: perante uma situação que há muito preocupa a opinião pública, enchem-se de brios e arremetem em frente, sem analisarem as circunstâncias causais, e parem mais uma lei, com penas mais graves ou com mais complicómetros e, convencidos de que fizeram um milagre a bem da Nação, vão nessa noite dormir mais descansados por terem cumprido o seu dever. Depois, tudo continua na mesma, só com a diferença de que a profusão de leis não acatadas, faz perder o já pouco respeito pela legalidade. As leis são apenas papel.» (da carta «Fúria legislativa» enviada aos jornais em meados de Outubro de 2005).

Um caso concreto muito simples: O pára-brisas dos carros tem que trazer colado um papel do imposto e outro do seguro. Para quê? Supõe-se que seria para facilitar o controlo oportuno daqueles que não cumprem a lei e intimá-los a reparar o erro, com urgência. Mas não tem havido esse efeito, e as notícias têm divulgado ser detectados milhares de carros sem seguro. Então, para quê aquele papel a tornar opaca uma parte do pára-brisas?

Ou as leis não são simples e cumpríveis, ou nem sequer há essa intenção e são feitas apenas para satisfação do dever cumprido. Estes casos aqui citados são exemplos de que os legisladores não têm razões para merecer aplausos. Mas... talvez agora que os deputados vão passar a ter um gabinete com boa guarnição, passemos a ter legislação que coloque o País num patamar de mais civismo, segurança e noção de cidadania!!!

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