Mentira!

Neste blog e noutros sites do autor poderá prever o futuro do país tal como o presente foi previsto e publicado desde fins da década de 1980. Não é adivinhação, é o que nos outros países há muito se conhece e cá se negam em aceitar. Foi a incredulidade nacional suicidária que deu aos portugueses de hoje o renome de estúpidos e atrasados mentais que defendem os seus algozes sacrificando-se-lhes com as suas famílias. Aconteceu na Grécia, acontece cá e poderá acontecer em qualquer outro país.
Freedom of expression is a fundamental human right. It is one of the most precious of all rights. We should fight to protect it.

Amnesty International


24 de janeiro de 2008

Portugal vai ressurgir!!!

A forma como o Hino Nacional é sentido pelas pessoas merece reparos parecidos com os do Pai Nosso. Nem todos o cantam ou rezam, mas muitos dos que papagueiam as suas palavras não meditam nas ideias por elas expressas.

A frase «levantai hoje de novo o esplendor de Portugal» não está devidamente interiorizada pela grande maioria dos portugueses nem, o que é mais preocupante, pela generalidade dos representantes políticos.

Mas já surgem novos sóis a despontar no horizonte

No artigo do Público, «Dura lex sed lex?», Maria José Nogueira Pinto, faz um diagnóstico , que embora não sendo original, diz que «na nossa tradição portuguesa é conhecida a febre legislativa que tem conduzido a leis mal pensadas e pior redigidas. Ora uma má lei é pior que lei nenhuma e uma lei repleta de contradições, omissões e lacunas vai perdendo os fundamentos e os objectivos que a justificaram, de excepção em excepção, transformando-se num mero articulado que todos querem furar»

Já há quase um ano, Cavaco Silva disse que "não é bom que o legislador crie leis que geram expectativas nas populações e depois constata-se que não consegue dar cumprimento àquilo que legislou". No mesmo jornal a deputada do PS Maria Antónia Almeida Santos disse que «é importante haver uma lei que seja efectivamente para cumprir".

É curioso que entidades diferentes em locais distintos e de forma bem significativa, reconheçam a doença dos políticos legislarem para vaidade própria sem terem em atenção a viabilidade do cumprimento das leis que dão à luz. Esse vício insensato cria a descredibilização da política. As leis devem ser cumpríveis.

Não faltam diagnósticos de que existe doença e é preciso aplicar a devida terapia. Vejamos alguns sinais de que ela poderá estar a caminho.

Começo pela notícia de que « MP arquivou queixa de José Sócrates contra o autor do blogue Do Portugal Profundo», por as procuradoras considerarem «que escritos de António Balbino "se inscrevem no exercício do direito de crítica" e Sócrates queixara-se de ofensa pessoal e política. Isto demonstra que a Justiça está independente de eventuais pressões ocultas da parte do Poder, o que é um bom sintoma.

Segundo o artigo «O negócio das ideias», Rui Rio não faz ideia do que há-de fazer com o património municipal, e decide abrir um concurso de ideias (para o Bolhão, para o Ferreira Borges, para isto e aquilo). Há que reconhecer a sua lucidez, sabendo de quem está rodeado, arranjou uma solução engenhosa. Sairia muito mais caro à cidade se a vereação desatasse a pensar pela sua cabeça e a ter ideias de que resultassem mamarrachos disformes para cedo terem de ser demolidos, do que Rui Rio mandar comprá-las fora.

Um outro sintoma de mudança aparece na bancada parlamentar do PSD que recorre à assessoria que a agência de comunicação Cunha Vaz e Associados (CV&A) vai passar a dar ao grupo parlamentar do partido. Realmente, com o recurso a consultores da «classe civil» para suprir a incapacidade dos responsáveis políticos, apesar de profusamente assessorados, começa a sentir-se a aproximação do momento em que se fará a redução dos órgãos do Estado e das Autarquias à expressão mais simples e contratar um mínimo de consultores devidamente seleccionados em concursos, em função da sua competência já comprovada, da sua isenção imparcialidade, honestidade e rigor. Certamente, com um contrato por tarefas bem especificadas em que o objectivo seja servir Portugal e os portugueses, ficaremos melhor servidos e não teremos as leis «mal pensadas e pior redigidas» nem as Autarquias terão pessoal inútil que tenha de ser suprido por «concursos de ideias» ou por contratos de assessoria.

Além desta réstia de esperança num futuro melhor, há uma outra que muito me agradou. Alimentava uma ligeira fé que na geração das actuais crianças de 10 anos apareça meia dúzia de superdotados que se insurjam contra a herança podre que recebem dos pais e avós, dêem um ponta-pé no sistema e avancem segundo um rumo que conduza a objectivos mais consentâneos com o desenvolvimento do bem-estar e do poder de compra da população.

Essa fé parece ter sido ultrapassada e parece não ser preciso esperar tanto tempo para que se levante de novo o esplendor de Portugal. Segundo a notícia «100 jovens querem desenvolver o país», uma centena de empreendedores de várias áreas, com menos de 45 anos, e que não pretende ser mera "espectadora de Portugal", vai apresentar um documento com as "opções de uma geração" para o futuro do país. "Não se trata de um movimento contra nenhum Governo, mas de uma geração que se recusa a aceitar tranquilamente as escolhas de outros». «É uma geração que herdou da geração anterior a democracia e a integração no espaço europeu, mas entende que isso hoje não basta e é preciso outro tipo de exigência." "Não é um ponto de chegada, mas de partida", será uma tomada de posição de uma geração "que não se revê num Portugal sentado de mão estendida para Bruxelas, à espera de um cheque para resolver os problemas". "Devemos ser actores, não espectadores".

O País precisa de inteligências, com boa vontade e honestidade que definam objectivos e programem a acções que a eles conduzam, com metas bem fixadas e resultados quantificados sem fantasias e combatam as iniquidades, corrupções e desperdícios de recursos. Só uma organização eficiente servida por pessoas motivadas para a criatividade, a produtividade e o rigor, se consegue a competitividade que traz o prestígio de que necessitamos. Esse prestígio que desejamos e não temos não se consegue com corridinhas na Praça Tianmen ou nos jardins da Casa Branca. Essas manifestações não passam de vaidade infantil com ambição de visibilidade. O verdadeiro valor dum País e a sua melhor imagem assentam em valores muito mais elevados.

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23 de janeiro de 2008

Presidente do LNEC desmente Sócrates e Lino

Governo conhece conclusão desde Dezembro

O primeiro-ministro conhece as conclusões do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) sobre o novo aeroporto de Lisboa desde 19 de Dezembro, garantiu, ontem, o presidente do organismo. Segundo Carlos Matias Ramos, o ministro Mário Lino, por seu turno, estava ao corrente da preferência por Alcochete desde o início de Dezembro.

De acordo com Matias Ramos, que falava numa audição na Comissão parlamentar de Obras Públicas, o primeiro-ministro chamou-o à residência oficial no dia 19 de Dezembro onde, numa reunião em que também estavam os ministros Mário Lino e Silva Pereira, apresentou as conclusões do estudo que foi revelado publicamente a 10 de Janeiro passado. Na altura, explicou, ficou decidido que se manteria silêncio sobre o documento, para que a decisão pudesse depois ser tomada "sem fugas de informação".

Já Mário Lino, adiantou, estava ao corrente da "inclinação" por Alcochete "muito antes", pois o estudo ficou concluído, "em termos de aglutinação de equipas", a 30 de Novembro. "No início de Dezembro fui apresentá-las (as conclusões) ao ministro", que, desde aí as "conhecia perfeitamente".

No dia 10 de Dezembro, após o Conselho de Ministros onde o Executivo decidiu lançar a avaliação ambiental estratégia para a confirmação de Alcochete, o primeiro-ministro disse ter recebido o estudo apenas na véspera. Um dia antes, Mário Lino afirmara, ter recebido o documento "de manhã", garantindo que estava já "a trabalhar nele".

Matias Ramos confirmou, contudo, que o relatório completo só foi, de facto, entregue a 9 de Janeiro, após o LNEC ter "cerzido", ou unificado num só documento, os relatórios parciais, o que justificou o adiamento do prazo previsto para a entrega do documento (12 de Dezembro].

As declarações de Matias Ramos desmentem, na prática, quer o primeiro-ministro, quer o ministro das Obras Públicas, que antes de dia 10 de Janeiro garantiram sempre desconhecer as conclusões do LNEC. No entanto, o dirigente do organismo público acabou, também, por se contradizer a si mesmo dia 9 de Dezembro, depois de o semanário "Sol" ter avançado com a indicação de que o documento do LNEC dava "preferência" por Alcochete, o LNEC emitiu um comunicado a desmentir "categoricamente" o jornal.
RDL, Jornal de Notícias

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20 de janeiro de 2008

A hipótese de guerra nuclear não desapareceu

O general Iúri Baluevski, chefe do Estado Maior das Forças Armadas da Rússia, declarou ontem que Moscovo poderá recorrer a armas nucleares em caso de necessidade, nomeadamente como estratégia preventiva. Disse que "não tencionamos atacar ninguém, mas consideramos necessário que todos os nossos parceiros compreendam claramente e ninguém tenha alguma dúvida de que, para defender a soberania e a integridade territorial da Federação da Rússia e dos seus aliados, serão empregues as Forças Armadas, nomeadamente de forma preventiva e com o uso de armas nucleares", declarou o general numa conferência científica realizada em Moscovo.

"A força militar pode e deve ser empregue como demonstração da decisão da mais alta direcção do país de defender os seus interesses, bem como medida extrema, mesmo em massa, quando mostrarem ser ineficazes todos os restantes meios", frisou.

Esta linguagem leva-nos aos esconsos da memória, recordar os tempos da guerra fria. Que não deve ser posta de lado a eventual utilização de tais armas de destruição maciça, é lógico. Se assim não fosse, deixariam de ter sentido os elevados custos da sua criação e manutenção em conveniente grau de operacionalidade.

Curiosamente, no tempo da guerra fria, havia uma significativa diferença de estratégia entre as duas potências rivais: enquanto a URSS sempre declarou, como agora, estar disposta a ser a primeira a disparar, os EUA reafirmaram a cada passo que nunca seriam os primeiros e apenas atacariam em resposta, em retaliação gradual que, só em último grau, poderia chegar aos ataques contra cidades. Agora vemos, pela boca do mais alto responsável das forças armadas, que a Federação Russa, não receia tomar a iniciativa de atacar «preventivamente», iniciando uma guerra nuclear que, como é do conhecimento geral, pode destruir toda a humanidade.

O general Iúri Baluevski, evidencia que o perigo de uma guerra nuclear não terminou com o fim da guerra fria, no início da década de 90, mantendo-se bem aceso com esta disposição russa de ser a primeira a apertar o gatilho, perante uma ameaça que considere forte, mesmo sem armas de destruição maciça.

O general russo lembrou que "hoje, a transição da Rússia para novas relações económicas colocou perante as Forças Armadas, outras tropas e forças que fazem parte da organização militar do Estado, as mais complexas tarefas, não só de carácter militar, mas também económico", o que leva a pensar que as tais ameaças que podem levar a uma acção de força desmedida, podem até nem ser de carácter militar mas apenas de aspecto económico. Será que se pretende voltar ao «terror de Estado» dos tempos da guerra fria?

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9 de janeiro de 2008

Serei eu o louco?

Pareceu-me ouvir que os carros vão deixar de poder circular nas localidades a mais de 30 quilómetros por hora. E digo «pareceu-me» porque me custa a acreditar que seja verdade e talvez não passe de mais uma «promessa», embora não estejamos em campanha eleitoral. Será possível que pessoas inteligentes como é suposto serem os nossos governantes, caiam numa dessas? Mas se se trata de uma decisão, então fico com a certeza de que o louco não sou eu!

Mas, para iniciar a explicação da minha estupefacção, esboço a definição de dois conceitos que poderão aparecer nas frases seguintes. Excesso de velocidade existe quando se circula a uma velocidade superior à fixada por diploma legal e traduzida pelos sinais colocados na via. Velocidade excessiva é a que não permite ao automobilista controlar eficientemente a viatura de forma a evitar insegurança para esta, para ele próprio, os seus passageiros ou terceiros utentes da estrada.

A velocidade máxima imposta pela autoridade é sempre exageradamente inferior ao limiar mínimo da velocidade excessiva, até porque esta varia com as condições da estrada, com as condições de segurança da viatura e com a capacidade de condução do automobilista, a qual, por sua vez, depende da sua competência, experiência, do seu estado de saúde, de medicamentos que tenha tomado e de alimentos ou bebidas que tenha ingerido, assim como do seu estado psíquico (preocupações, tristeza, alegria, etc.).

Mas a observação da sinalização rodoviária ao, longo de ruas e estradas, evidencia que as restrições da velocidade raramente são efeito de vontade esclarecida de criar segurança, antes são a tradução de abusos repressivos, autoritários e de sadismo (doença do foro psicológico). Parece que o pensamento que precede a implantação de sinais não anda longe do seguinte. Se numa via em que era permitido circular a 90, houve acidentes provocados por carros a circular a mais de 100, os «inteligentes» colocam ali um sinal de 60, como se houvesse perigo em circular entre 60 e 90.

Em Lisboa, junto ao Terreiro do Paço, uma jovem senhora, no início da manhã, atropelou mortalmente peões numa zebra que na altura tinha o sinal verde para os peões. Ia a mais de 100, talvez perturbada pela noite mal dormida, ou distraída e com os reflexos adormecidos. Esse acidente, racionalmente, não seria motivo para que ali se reduzisse a velocidade máxima permitida. O que deveria ser tentado era evitar a repetição de outros abusos homicidas semelhantes aquele.

Com base neste acidente e outros parecidos, os «inteligentes» concluíram que para obter mais segurança a solução é obrigar a circulação a não passar dos 30! Ora, seria interessante saber quantos acidentes graves e com que frequência houve a menos de 40 ou a menos de 50. Não parece lógico que, se a limitação a 40 não impede acidentes a 100, se espere que esse resultado se obtenha com a limitação a 30 ou a 20 ou a menos!!!

Mas há outro aspecto que coloca em dúvida a tal «inteligência» e a atenção às preocupações actuais com a poluição. Circulando a 30, para percorrer uma dada distância, um carro demora um pouco mais do dobro do tempo do que se fosse a 60. E, como a transmissão tem de utilizar uma relação de caixa mais baixa, o motor nesse percurso terá de dar cerca de quatro vezes mais rotações, consumindo uma quantidade de combustível proporcional, do que se conclui que a cidade passa a ter o ar mais poluído, com mais do quádruplo de CO2. Isto é grave numa data em que tanto se fala em defesa do ambiente, da qualidade do ar, e que até se proíbe fumar para proteger a nossa saúde.

Por outro lado, se as ruas já estão tão congestionadas com tanto carro, agora que cada percurso demorará o dobro do tempo, será muito maior a quantidade de carros em movimento, cerca do dobro, passando as ruas a ficar intransitáveis com filas em pára-arranca, situação em que a criação de poluição é mais potenciada. E depois? O que acontece quando não se puder circular? Para onde vão as actividades económicas?

Então as pessoas acabarão por concluir que a solução é irem para o «deserto» da margem Sul do Tejo ou para o interior que alguns ministros têm vindo sistematicamente a procurar despovoar, onde por enquanto o ar é mais puro. Então, lá terá o ministro da saúde de reabrir maternidades, SAPs, urgências, centros de saúde, e outros apoios, para apoiar a multidão fugida das grandes metrópoles!

Onde está o discernimento destes «altos» funcionários? O que pensam realmente do ambiente e da qualidade do ar? O que pensam seja do que for?… Nem as pensam!!!

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6 de janeiro de 2008

"Serviço Urgente de Interesse Público"

«Pode mesmo afirmar-se que o barómetro de um verdadeiro Estado de Direito Democrático está na maneira como as polícias actuam relativamente aos cidadãos» (Acordão do Supremo Tribunal de Justiça de 22/09/94.

«Todos os cidadãos têm a mesma dignidade social e são iguais perante a lei» (Artº 13º da Constituição da República Portuguesa).
Artº 64º do Código da Estrada (aprovado pelo Decreto -Lei nº 114/94, de 3 de Maio com as últimas alterações introduzidas pelo Decreto-Lei nº 44/2005, de 23 de Fevereiro :" Os condutores de veículos que transitem em missão de serviço urgente de interesse público, assinalando adequadamente a sua marcha podem, quando a sua missão o exigir, deixar de observar as regras e os sinais de trânsito (...)"
A verdade é que o referido Código da Estrada, para efeitos da sua aplicação, não define o conceito de "interesse público".
Considerando que temos uma administração pública regida pelo princípio do "arquivo aberto ou da administração aberta";
Considerando que "guerra civil" nas estradas portuguesas é um assunto que diz respeito a todos;
Considerando que as estatísticas são hoje um "instrumento" fundamental para a certeza quanto à realidade onde, todos, estamos inseridos;
Considerando que esta é matéria do interesse de qualquer cidadão;
Importa, desde já, perguntar à Autoridade Nacional de Segurança Rodóviaria (ANSR) e aos Orgãos de Polícia Criminal, com competência no ambito do Código da Estrada: quantos autos de contra-ordenação foram arquivados/anulados ao abrigo do Artº 64º do actual Código da Estrada, desde a entrada em vigor do Decreto-Lei nº 44/2005, de 23 de Fevereiro?.
Ao poder político importa, também, perguntar: qual o bem jurídico mais importante, a vida humana ou os interesses económicos?
Se, de facto, é a vida humana, porque razão todos os veículos não são equipados com um dispositivo mecânico que os inpeça de circular a mais de 120k/h, se é esta a velocidade máxima autorizada, por lei, em Portugal?


Paulo Sempre

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É Proibido Proibir!

Sou actualmente anarquista por integral convicção política. Mas devo reconhecer que herdei esta mesma ideologia de tantas outras pessoas, mulheres e homens, que, no seu tempo, lutaram contra os poderes instaurados, a bem da liberdade e contra a ditadura e a opressão.

Porque lutar contra o poder e o Estado é também afirmar o valor único do indivíduo e do cidadão. Este sistema capitalista neoliberal que se entranhou na nossa sociedade - portuguesa, e ocidental, e oriental, e norte, e sul-americana, e por todo o lado onde coube - tem gradual e subrepticiamente roubado um dos valores mais preciosos pelo qual tanto lutaram gerações: a Liberdade!

Sentados nos largos e confortáveis cadeirões do poder, na Assembleia da República ou nos gabinetes do Executivo, uns quantos figurões - com as costas quentes dos 30 por cento de eleitores que tiveram a ingenuidade de votar neles - decidiram ditar nova Proibição. É proibido fumar! Claro que nada impede uma charutada em pleno Réveillon do Casino, não. Os pobrezinhos é que não podem acender cigarros nas tascas horrorosas onde comem aquelas comidas gordurosas... Isso não, isso já é repugnante e mete nojo. Claro que nenhum agente da PIDE ou da ASAE, melhor dizendo - peço desculpa pelo lapsus linguae «à la Soares» - se atreveria jamais! (*em francês, no original) a entrar no gabinete do Manuel Alegre a multá-lo pelo trigésimo cigarro que estaria a acender naquela tarde. E até acho muito bem que ele fume, porque eu também sou um terrível toxicodependente nicotinómano. Um doente, em suma...

Retomando o meu ideário anarquista, considero-me herdeiro dos saudosos hippies que heroicamente lutaram contra o patriarco-matriarcado imposto pelo bem-estar do pós-guerra. E disseram: É proibido proibir! Os socialisto-capitalistas que agora nos governam entretêm-se a criar leis que, não só complicam a vida às pessoas, como também a eles próprios, porque acabam por ter que desfazer o clausulado das suas próprias leis. O propósito é claro. Já é tudo tão impopular que vamos alienar a sociedade com mais uns quantos shows... Impopulares. Assim, pode ser que as pessoas - esses ignorantes do cigarro ordinário ao canto da boca - se esqueçam da Ota, do desemprego, do custo de vida, dos salários vergonhosos que recebem e também, já agora, dos contratos de trabalho ilegais que são forçadas a assinar de cruz. Para sobreviverem.

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5 de janeiro de 2008

Paz. Ocidente. Continentes. Futuro

Estamos em guerra. David contra Golias. O «resto do Mundo» contra o «Ocidente». Quem está a ganhar?

Em termos monetários e financeiros que o Ocidente muito gosta de usar e atirar para a mesa de discussões, sem dúvida, que é o «resto do Mundo», porque despende menos recursos e causa mais engulhos ao adversário.

Diz Ferreira Fernandes, com a sua ironia natural, que considera estar em guerra quando nos aeroportos em público tem de tirar o cinto. Agridem a sua privacidade e intimidade, obrigando-o a despir uma peça de roupa em público. Para terem a certeza de que não é um terrorista suicida.

Mas isto não fica por estes pequenos gestos. Agora tivemos a maior vitória da al-Qaeda, mais significativa do que a de 11 de Setembro de 2001. Ficou totalmente provado que apenas podem ser levados a cabo grande eventos se os poderosos permitirem. O Lisboa-Dakar ficou no ovo. A prudência de uma população civilizada considera muito positivo que a organização da prova desportiva não insistisse na sua realização, para evitar eventuais riscos de perdas humanas. Uma vida tem um valor não mensurável.

Não é de excluir a ideia de que, dentro em breve, poderá deixar de se realizar um grande prémio automobilístico da Fórmula 1, ou mesmo os jogos olímpicos.

Como prevenir tais casos? Haverá quem aconselhe negociações prévias com os principais grupos e obter a sua abstenção a troco de dinheiro. Seria imoral diriam uns, mas outros dizem que os poderosos sempre nos sacaram dinheiro, como se vê com os governantes a sacarem impostos e a servirem-se deles em grande parte para seu benefício próprio e dos amigos (Cavaco referiu o escândalo dos proventos dos gestores, embora não falasse das reformas acumuladas, obtidas em pouco tempo de serviço).

Recordemos uma batalha recente desta guerra, que se passou ao nosso lado. O primeiro-ministro britânico recusou participar no circo da cimeira Europa-África, se estivesse presente Roberto Mugabe. Perdeu, porque deixou de participar numa festa muito badalada. Mas Mugabe, apesar disso, levou a melhor e esteve cá embora o nosso MNE ter admitido ser melhor que ele não viesse. E que beneficio resultou dessa presença, para a população do seu País, ou para o Mundo? Só ele teve vantagem por ser mais publicitado. E que benefício teve a população do Quénia (agora com massacres) na deslocação da sua delegação a Lisboa? Qual o benefício havido para os povos africanos, em troca dos dinheiros gastos pelos seus políticos na vinda à Cimeira? O resultado foi o que era de esperar: o dinheiro gasto teria sido mais útil a matar a fome aos desgraçados que morrem de inanição.

E o que faz o Ocidente? Pensa que controla a ONU que não consegue impedir a violência e os problemas fronteiriços, Marrocos-Sara Ocidental, Caxemira, Etiópia-Eritreia, Darfur, Somália, etc. Utiliza a NATO para enviar forças para manutenção de paz, onde, passados alguns anos esta continua tão ausente ou mais do que antes, como Afeganistão, Iraque, Kosovo, RDCongo, etc.

Onde está o poder real? Como resolver os pequenos e grandes conflitos? Está provado que não é com o poder marítimo, aéreo ou terrestre que apenas têm servido os interesses dos fabricantes de material bélico e para destruir riquezas arquitectónicas e arqueológicas e matar pessoas inocentes, que tudo serve para lhes aumentar o sofrimento.

Parece estarmos numa encruzilhada da via seguida pela humanidade em que é preciso analisar muito bem a situação vigente e procurar uma estratégia nova, realista, aplicável, aceite por todos para continuar o percurso em direcção a um futuro que dê melhores garantias de coexistência de toda a humanidade, respeitando as diferenças e incentivando a cooperação para melhor vida para todos. Espera-se que salte para o público um pensador que faça uma obra em que se baseiem os decisores da política dos Estados e das grandes instituições internacionais. Rezemos para esse milagre acontecer.

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4 de janeiro de 2008

O ano de todos os aumentos

Passadas que foram as festas de final de ano – merecedoras do meu maior apreço como anarquista, visto que relacionadas com valores tradicionais que o sistema (ainda) não conseguiu destruir – é chegado o momento de enfrentarmos a crua e dura realidade do dia-a-dia deste novo ano de 2008. Quantas promessas de mudança não fizemos todos a nós mesmos e aos nossos entes queridos! Só que alguns, escondidos nos gabinetes do poder, estudaram mil e uma maneiras de nos torpedearem, a nós, cidadãos indefesos.

E tudo começa, como não podia deixar de ser neste neoliberalismo selvagem, à bruta, sem dó nem piedade. Aqueles que, como eu, davam umas fumaças para aliviar a ansiedade, ficaram liminarmente proibidos de o fazer. Confesso que ainda sou do tempo em que tinha o seu efeito social o slogan “É PROIBIDO PROIBIR!”, entre tantos outros ditos libertários... Só que... Deixámos de ser livres! Novas PIDES com outras siglas cercam-nos e vigiam os nossos mais ínfimos gestos.

Um dos piores pesadelos que nos aguardam neste “feliz ano novo” são os aumentos. Não, não são os salariais: esses já vêm cozinhados do ano anterior, com a lógica implacável dos 2,1%, como ninguém ignora. Falo, sim, dos aumentos dos bens e produtos que todos nós, consumidores, vamos ter de pagar, não para viver, mas antes para sobreviver. Sugiro que leiam esta notícia que publiquei no meu site Contracorrente, para que possam ter uma ideia completa do que estou a dizer. Por exemplo, o pão, alimento dos pobres, terá um aumento de 30 por cento. Na cidade de Lisboa, em 2007, uma carcaça custava 15 cêntimos. Em 2008 chegará aos 19,5 cêntimos! Será desta a revolução?

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