Mentira!

Neste blog e noutros sites do autor poderá prever o futuro do país tal como o presente foi previsto e publicado desde fins da década de 1980. Não é adivinhação, é o que nos outros países há muito se conhece e cá se negam em aceitar. Foi a incredulidade nacional suicidária que deu aos portugueses de hoje o renome de estúpidos e atrasados mentais que defendem os seus algozes sacrificando-se-lhes com as suas famílias. Aconteceu na Grécia, acontece cá e poderá acontecer em qualquer outro país.
Freedom of expression is a fundamental human right. It is one of the most precious of all rights. We should fight to protect it.

Amnesty International


9 de março de 2009

Magalhães, assessores, analfabetismo

Ao fim de muitos meses de desperdício de recursos, em tempo perdido, custos de viagens de professores e desmotivação de professores, de alunos e de pais e perda de confiança dos portugueses na competência dos seus governantes, o Grupo parlamentar do PS admite que algumas medidas de política educativa do Governo "não correram muito bem", como diz o título de notícia do Público.

Esta confissão de fracasso tem mérito, mas mais teria se tivesse sido feita logo que os professores manifestaram o seu justificado mal-estar. E mais ainda teria se tivesse sido evitado. Como foi possível cometer tais erros e teimar em não dar o braço a torcer? Qual a colaboração dada pelos inúmeros assessores que enxameiam as alcatifas dos gabinetes? Porque não preparam as decisões segundo métodos muito experimentados do género do sugerido em pensar antes de decidir?

Outro erro de decisão foi a negociata, sem concurso público, sem supervisão, sem controlo, nem do material nem do software do Magalhães que, agora, só agora, é descoberto que está escrito em «magalhanês», em vez de o ser em língua viva de Portugal ou de um País civilizado. Têm aqui cabimento as perguntas acerca do papel dos assessores que pesam no orçamento do Estado e seria suposto que apoiariam os seus chefes na obtenção de um grau de excelência elevado. Os erros referidos na notícia Empresa responsável por software com erros instalado no Magalhães reconhece "falha humana", apesar de a empresa os querer branquear, são indesculpáveis e evidenciam incompetência, desleixo e falta de dedicação na execução das tarefas que são confiadas aos mais altos funcionários do ministério.

Nenhuma pessoa consciente gostaria de estar na pele da ministra quando for ao Parlamento responder perante os deputados, como o PSD está a pedir, segundo a notícia "Magalhães": PSD chama ministra ao Parlamento.

Como foi dito por várias pessoas esclarecidas, não se pode esperar milagres do Magalhães, porque primeiro há que ensinar as crianças a ler, escrever e contar, e, só depois, o computador constitui uma ferramenta potenciadora das capacidades já adquiridas, poupando o esforço de pesquisa e de elaboração de trabalhos. Este factor multiplicador de capacidades só funciona se não estiver eivado de erros que vão destruir o que de bom se aprendeu antes, como tem acontecido com as graves gralhas do software que os assessores não detectaram nem corrigiram a tempo. Uma vergonha. E assim se desperdiçam recursos públicos e se atrasa a aprendizagem das crianças e se dificulta a criação de confiança num símbolo de modernidade.

Mas como se pode esperar que o ensino funcione com nível de «excelência» se , como diz a notícia Portas acusa directora regional de Educação do Norte de não saber escrever. Segundo a notícia, a directora regional de Educação do Norte, Margarida Moreira, a «malhadora» que fez a vida dura ao professor Fernando Charrua, mostrou não saber escrever, ao redigir um e-mail que enviou à presidente do conselho executivo do agrupamento de escolas Território Educativo de Coura. Esta é mais uma ‘gafe’ a acrescentar aos erros de português do Magalhães.

"Quando uma directora regional que tem a obrigação de se relacionar com milhares de escolas, que tem a tutela de dezenas de milhares de professores não sabe escrever português, como se pode pedir depois aos jovens que saibam escrever, ler e entender correctamente a língua de Camões", perguntou o líder do CDS/PP.

2 mentiras:

Mentiroso disse...

Apenas algumas observações às tantas verdades deste post, que já são conhecidas, mas que parece não provocarem qualquer preocupação, pois que nada muda nem ninguém reage nesse sentido.

«Como foi possível cometer tais erros e teimar em não dar o braço a torcer?» A primeira característica dos políticos corruptos é a arrogância, um verniz para ocultar a incapacidade e para esconder os maus sentimentos.

«Qual a colaboração dada pelos inúmeros assessores que enxameiam as alcatifas dos gabinetes?» Assessores são parasitas, cuja única utilidade é viverem à custa do Estado, nada tendo a ver com trabalho. São os militantes dos partidos, por vezes os seus amigalhaços.

…«incompetência, desleixo e falta de dedicação na execução das tarefas que são confiadas aos mais altos funcionários do ministério.» São os atributos mais comuns que a corrupção implantou na sociedade portuguesa actual. Naturalmente que um povo com estas características jamais chegará a sair da cepa torta.

Dar computadores a crianças foi a melhor prova da bestialidade dos políticos. Nessa idade, um computador só poderá servir para brincar e afastá-la da necessária aprendizagem. Vemos bem que nos países avançados nunca tal se fez por ser considerado pernicioso.

Quanto ao Portas ter exprimido uma ideia verdadeira, não é de admirar, pois que tal acontecimento se inscreve perfeitamente no perfil dum falsário: misturar algumas verdades com um churro de mentiras para melhor fazer passar (admitir) as últimas.

A. João Soares disse...

Caro Amigo,
Muito obrigado pela ajuda no realce do post. Um estilo de comentário meticuloso, didáctico, muito interessante. Bem haja
Abraço
João Soares