Mentira!

Neste blog e noutros sites do autor poderá prever o futuro do país tal como o presente foi previsto e publicado desde fins da década de 1980. Não é adivinhação, é o que nos outros países há muito se conhece e cá se negam em aceitar. Foi a incredulidade nacional suicidária que deu aos portugueses de hoje o renome de estúpidos e atrasados mentais que defendem os seus algozes sacrificando-se-lhes com as suas famílias. Aconteceu na Grécia, acontece cá e poderá acontecer em qualquer outro país.
Freedom of expression is a fundamental human right. It is one of the most precious of all rights. We should fight to protect it.

Amnesty International


11 de agosto de 2010

O Incrível Salto para as Energias Renováveis

Para se ter um mínimo de credibilidade há que dizer mal do que está mal e bem do que está bem.

Em Portugal não é tarefa fácil por dois motivos. Um é tão pouco ser feito correctamente e de modo completo e adequado; outro é cada um dizer mal sistematicamente de todos que não sejam da sua cor, seja qual for o sujeito: futebol ou política. No futebol ainda se compreende que para formar uma selecção nacional tem que se pôr o partidarismo de parte e trabalhar em conjunto. Na política, as mentalidades ainda não atingiram suficiente maturidade nem têm capacidade intelectual para compreenderem que os interesses nacionais (de todos) devem colocar-se acima dos partidários. A selecção nacional serve-se dos jogadores de diversos clubes para tentarem ganhar em nome do país, enquanto os políticos se servem do país para si próprios, roubando-o. O resultado dificilmente seria mais evidente; sem sair da Europa, constatamos que quanto mais este modo de actuar persiste num país, maior é o seu atraso, sem excepção. Os últimos países que aderiram à União Europeia já todos ultrapassaram Portugal ou estão próximo de o fazer. No entanto, os portugueses continuam na sua estúpida cegueira, completamente na mão da corrupção política e à sua completa mercê, tais fantoches de tenda puxados por cordelinhos, ora elegendo um grupo mafioso, ora outro, à vez.

A estupidez, cegueira e fanatismo são tão profundos que não se vê o que se faz de bem. A justiça é uma vergonha administrada por um bando de vergonhosos politizados, incapazes e corruptos. Porém, não existe a mínima reprovação em grupo, como manifestações contra essa canalha. Quando essas bestas anedotas parem leis onde mencionam textualmente raças de cães perigosas, ninguém lhes aponta o dedo acusando-os de falsários ou de ignorantes incompetentes para legislar. Por demais sendo amplamente conhecido que cães de tamanho maior são mais dóceis que os pequenos. Os nossos legisladores provam nitidamente a sua ignorância e incapacidade, serem impostores e asquerosos pedantes. A lei das raças de cães perigosos foi votada por uma grande maioria por todos os partidos. Uns inúteis que nos roubam e nos projectaram na miséria por décadas. Des bons à rien como dizem os franceses, pauvres connards.

Idêntica mentalidade têm os bandos de jornaleiros deesinformadores, iletrados talhados da mesma merda que os políticos, cujo procedimento apenas difere por adaptação à profissão que enxovalham quotidianamente.

Ouvem-se e lêem-se apreciações de elogio às ideias anti-pobres e anti-democráticas do Portas, mas nada sobre os seus bem fundados princípios patrióticos em correcta defesa do país. Gaba-se o cinismo do Pedro Coelho que, com mansa voz, tenta atraiçoar a democracia, esquecendo o seu passado em que se espelha o presente e que nos diz que dele só se pode esperar a defesa dum clã desnorteado que mudou de rumo, mas quer continuar a ser reconhecido pelos factos que hoje renega à socapa.

Idem com o Sócrates, autor de autênticas a atrozes barbaridades, mas que, segundo as sondagens, constata-se poucos serem os que crêem que outro governo teria feito melhor nas condições actuais. O seu maior crime, para além dos mencionados nos blogs do autor e que são em grande número, foi o que fez da Segurança Social, dos Serviços de Saúde e das reformas. Em lugar de lhes garantir um financiamento do género do adoptado em países avançados em democracia e bem-estar dos seus cidadãos, aplicou-lhes mezinhas de pouca duração que permitirão aos outros neoliberais aproveitar a ignorância geral nacional para convencerem a população de que a única salvação desses sistemas passa por tratar os mais pobres como sub-humanos.

Um seu grande plano publicitário enganador foi o Simplex. Consta dum certo número de mezinhas que se limitam a aliviar casos pontuais de burocracia, quando esta é um pesado mal geral que se abate sobre tudo e que agrava o atraso originado pelos que roubaram os fundos de coesão da UE destinados a preparar o país para o futuro e a dar-lhe a competitividade, cuja consequente deficiência de ambas provocou a crise nacional.

Contudo, nunca se ouviu uma pessoa, fosse ela um político corrupto, um emérito jornaleiro aldrabão ou um mero cidadão, mencionar o enorme avanço que ele deu a Portugal na política económica das energias renováveis.

O New York Times publicou ontem um artigo sobre este assunto. Segue-se a sua transcrição traduzida para quem quiser ter a paciência de a ler e tomar conhecimento de apenas mais um dos enumeráveis casos que a jornaleirada imunda nos esconde sistematicamente, pois que o larguíssimo tempo dos noticiários (o dobro do comum nos países europeus) não lhes chega para a trampa com que diariamente nos atiram acima. A história repete-se: se quisermos saber algo sobre o nosso país temos que o procurar na imprensa internacional. Que miséria de jornaleiros nacionais!


Portugal Makes the Leap to Renewable Energy
New York Times — 10-8-2010


A Wind Farm at Barão de São João, south of Lisbon

LISBOA - Cinco anos atrás, os líderes desta nação queimada pelo sol, varrida pelo vento fizeram uma aposta: Para reduzir a dependência de Portugal dos combustíveis fósseis importados, embarcaram numa série de ambiciosos projectos de energia renovável - principalmente aproveitando o vento do país e a energia hidráulica, mas também a sua luz solar e das ondas do oceano.

Hoje, os bares chiques de Lisboa, as fábricas do Porto e de estâncias glamourosas do Algarve são substancialmente alimentados por energia limpa. Quase 45 por cento da rede eléctrica de Portugal virá este ano de fontes renováveis, um acréscimo sobre os 17 por cento de há apenas cinco anos.

Energia eólica terrestre - este ano considerado "potencialmente competitivos" com os combustíveis fósseis pela Agência Internacional de Energia, em Paris - expandiu-se sete vezes nesse período. Portugal espera, em 2011, tornar-se o primeiro país a inaugurar uma rede nacional de estações de carregamento para automóveis eléctricos.

"Vvi todos os sorrisos – sabe: É um bom sonho. Ele não pode competir. É demasiado caro", disse o primeiro-ministro José Sócrates, recordando a forma como Silvio Berlusconi, primeiro-ministro italiano, zombeteiramente se ofereceu para lhe construir um Ferrari eléctrico. Sócrates acrescentou: "A experiência de Portugal mostra que é possível fazer essas mudanças num espaço de tempo muito curto."

O derramamento de petróleo no Golfo do México renovou perguntas sobre os riscos e custos imprevisíveis da dependência incessante da América em combustíveis fósseis. O presidente Obama aproveitou a oportunidade para promover a sua meta de ter 20 a 25 por cento da electricidade consumida nos EUA produzida a partir de fontes renováveis até 2025.

Embora a experiência de Portugal mostre que o progresso rápido é possível, também destaca o preço de tal transição. As famílias portuguesas há muito pagam cerca de duas vezes o que os norte-americanos pagam pela electricidade, e os preços subiram 15 por cento nos últimos cinco anos, provavelmente em parte devido ao programa de energia renovável, diz a Agência Internacional de Energia.

Apesar de um relatório de 2009 pela Agência, esta considerou a transição Portugal nas energias renováveis um "sucesso notável", acrescentou, "Não é bem claro que os seus custos, tanto financeiros e económicos, bem como seu impacto sobre os preços da energia ao consumidor final, sejam bem compreendidos e apreciados."

Com efeito, as reclamações sobre as taxas de aumento da electricidade são um dos pilares do cochicho dos pensionistas aqui. O Sr. Sócrates, que, após uma vitória esmagadora em 2005, empurrado por meio dos elementos principais da reforma de energia sobre as objecções da indústria do país sobre combustíveis fósseis, sobreviveu a eleição do ano passado apenas como o líder de uma fraca coalizão.

"Não se pode imaginar a pressão que sofremos no primeiro ano", disse Manuel Pinho, ministro, da economia e da inovação de Portugal a partir de 2005 até ao ano passado, que praticamente comandou a transição, acrescentando: "Os políticos devem tomar decisões difíceis."

Ainda assim, políticas nacionais agressivas para acelerar a utilização de energias renováveis estão a conseguir em Portugal nalguns outros países, de acordo com um relatório recente do IHS Emerging Energy Research de Cambridge, Massachusetts, uma empresa líder em consultoria de energia. Em 2025, o relatório projectou que a Irlanda, a Dinamarca e a Grã-Bretanha também irão obter 40 por cento ou mais de sua electricidade de fontes renováveis, se a potência energética de grandes barragens hidroeléctricas, um velho tipo de energia renovável, é incluído, países como Canadá e Brasil juntam-se à lista.

Os Estados Unidos, que no ano passado geraram menos de 5 por cento de sua energia a partir de novas formas de energias renováveis, vão ficar para trás em 16 por cento (ou pouco mais de 20 por cento, incluindo as hidroeléctricas), de acordo com o mesmo IHS.

Para forçar a transição de Portugal em matéria de energia, o governo do Sr. Sócrates reestruturou e privatizou ex-companhias de energia do estado para criar uma rede mais adequado às fontes de energia renováveis. Para atrair as empresas privadas em novos mercados de Portugal, o governo deu-lhes contratos bloqueados a um preço estável por 15 anos – um subsídio que variou por tecnologia e foi inicialmente alto, mas que decresceu diminuiu a cada nova série de contratos.

Comparados com os Estados Unidos, os países europeus têm fortes incentivos para desenvolver energia renovável. Muitos, como Portugal, têm pouco combustível fóssil próprio, e o sistema de emissões da União Europeia desencoraja o uso de combustíveis fósseis requerendo pagamento da indústria por emissões de dióxido de carbono excessivo.

Portugal estava bem posicionado para ser uma cobaia porque tem grandes recursos inexplorados de energia eólica e fluvial, as duas mais rentáveis fontes de energia renováveis. Membros do governo dizem que a transformação da energia não necessita de qualquer aumento de impostos ou da dívida pública, precisamente porque as novas fontes de energia não requerem combustível e não produzem nenhuma emissão, substituíram a electricidade previamente produzida pela compra e queima do gás natural, carvão e petróleo importados. Em 2014 o programa de energias renováveis permitirá a Portugal fechar totalmente, pelo menos duas centrais de energia convencionais e reduzir a exploração de outras.

"Até agora, o programa não provocou stress sobre o orçamento nacional" e não criou dívida pública, disse Shinji Fujino, chefe d a divisão de estudos da Agência Internacional de Energia.

Se os Estados Unidos quiserem seguir o caminho de países como Portugal, dizem especialistas em energia, é necessário ultrapassarem obstáculos como uma obsoleta rede de energética fragmentada, desactualizada e inadaptado às energias renováveis, um histórico de dependência em fontes abundantes e baratas de combustíveis fósseis, especialmente carvão; as poderosas indústrias do petróleo e da carvão que muitas vezes se opõem a incentivos para o desenvolvimento de energias renováveis; e a política energética que é fortemente influenciada por estados individuais.

Os custos relativos de uma transição energética seria inevitavelmente mais elevados nos Estados Unidos do que em Portugal. Mas com a despesa de energia renováveis em baixa, um número crescente de países vê essa mudança como de valor, disse Alex Klein, director de pesquisa, geração de energia limpa e renovável, do IHS.

"A diferença de custo vai desaparecer na próxima década, mas o que adquirimos imediatamente é uma fonte de energia que é controlada a nível nacional e mais segura", disse Klein.


Notas:
Pela electricidade que consomem, há muito que os portugueses pagam mais do dobro da média europeia e cerca de quatro vezes o que pagam os franceses. Isto, já muito antes da viragem para as energias renováveis.
O autor fala em coligação governamental, mas como se sabe é um erro.

1 mentiras:

EcoTretas disse...

Notícia obviamente plantada. Vejam a resposta no meu blog:
http://ecotretas.blogspot.com/2010/08/portugal-new-york-times.html
Ecotretas