Mentira!

Neste blog e noutros sites do autor poderá prever o futuro do país tal como o presente foi previsto e publicado desde fins da década de 1980. Não é adivinhação, é o que nos outros países há muito se conhece e cá se negam em aceitar. Foi a incredulidade nacional suicidária que deu aos portugueses de hoje o renome de estúpidos e atrasados mentais que defendem os seus algozes sacrificando-se-lhes com as suas famílias. Aconteceu na Grécia, acontece cá e poderá acontecer em qualquer outro país.
Freedom of expression is a fundamental human right. It is one of the most precious of all rights. We should fight to protect it.

Amnesty International


25 de agosto de 2010

Judeu Assassina Portugueses

O mais falso, vigarista dissimulado, manhoso e obstrutor de medidas destinadas a reduzir eficientemente os crimes na estrada, que por isso os incentiva, assassinando os utilizadores, só pode ser o responsável máximo no alto da pirâmide, como em tudo.

O ministro do interior tem obrigação de zelar pela diminuição das mortes na estrada, mas o seu modo de abordar o problema está provado ser aquele que mais mortes poderá causar. Faz praticamente o contrário, em tudo diferente das medidas tomadas nos países europeus que na década de 1950 tinham um número de mortes dos mais elevados.

As medidas adoptadas foram de dois tipos. Civilizar as pessoas na condução e corrigir a sinalização de modo a torná-la informativa e simultaneamente adequada, tornando-a quase intuitiva, donde fácil de seguir, lógica e credível.

Em Portugal, no que respeita à sinalização, após os curtos ou longos documentários de erros, confusões e outras barbaridades que nos têm mostrado através dos anos, não se tem verificado interesse da parte dos responsáveis da sinalização nem mesmo pela fiscalização. À parte estes erros, existem outros não menos importantes sempre com a sinalização. São aqueles que convidam ao desrespeito dos próprios sinais. Entre estes destacam-se os limites de velocidade estupidamente afixados. Nos outros países a velocidade máxima é fixada com uma margem de 10Km/h abaixo da máxima sem perigo, como margem de segurança. Em Portugal, pelo que se observa, as velocidades máximas sinalizadas devem ser atribuídas de acordo com um lançamento de dados, ou então segundo a opinião de qualquer perturbado mental a quem o irresponsável do serviço se lembrou de perguntar que limite deveria fixar. Em alguns desses sinais, a disparidade entre o lógico e o afixado é verdadeiramente descomunal.

Que poderá isto originar nos condutores, senão a noção correcta de que essa sinalização não tem qualquer utilidade? Conduz-se sem realmente se saber a que velocidade se deve adaptar em circunstâncias com sinais de limites, pelo que na maioria dos casos não se dá a mínima importância ao sinal, a não ser que poderá haver alguma diferença do restante percurso, mas nem isso é sempre certo. A desobediência à sinalização é deste modo eficientemente favorecida e estimulada.

Que tem feito o ministério desse banha da cobra de ministro no sentido de corrigir a enorme quantidade de sinais nestas condições ou nas restantes acima mencionadas? Deste modo, tem prestado o seu melhor contributo para a manutenção das mortes, dos acidentes e de outras dificuldades com origem nestas causas. O alarve tem feito o contrário que se fez nos países para reduzir drasticamente as mortes na estrada e acidentes em geral. Está a matar as pessoas.

Quanto à outra parte, a do civismo e da educação dos condutores, jamais o assunto foi abordado. Pior, visto ser a causa número um da grande maioria dos acidentes e ninguém o mencionar, tudo leva a crer que até a polícia deva estar proibida de tocar no assunto. Nos outros países, as autoridades, associações e clubes automobilistas, anúncios em jornais e revistas, etc., jogaram forte nesse ponto para obterem os resultados necessários. Mesmo depois das grandes campanhas que produziram drásticas diminuições do número de acidentes, prosseguiram o esforço com lembretes sobre o comportamento na condução na óbvia intenção duma redução contínua. Sempre com êxito.

É este o fulcro da questão e a origem da grande maioria dos acidentes: o civismo e o comportamento de quem conduz, tanto na estrada como quando bebe.

É bem conhecido o ditado que em Portugal se encobre e que diz que «é na estrada que se vê o civismo dum povo». Pelo que todos os que conduzem conhecem, do modo como os portugueses em geral conduzem, dificilmente poderiam ser mais incivilizados e mal educados. Evidentemente, o civismo não se limita ao modo de conduzir, e a educação está patenteada em todas as situações da vida ou quase. Ao longo das últimas décadas, um povo política e democraticamente imaturo desenvolveu a crença aberrante e catastrófica de que democracia era fazer (ou poder fazer) tudo que der na gana de qualquer abrutado, em que os direitos dos outros estão sempre depois dos seus, muito depois; que só se devem respeitar os direitos alheios desde que eu faça o que me aprouver. Ora aqui está o princípio básico da má educação e da falta de civismo no seu mais puro estilo selvagem. Como quase todos assim se comportam, passou a ser a característica geral nacional.

Esta característica e os hábitos que a definem estão tão arreigados no espírito das pessoas que elas estão sincera e estupidamente convencidas de que são realmente democráticas e civilizadas. Foram assim amestradas pelas oligarquias políticas que aplicaram o princípio basilar do marketing, que diz «se tu és OK, eu sou OK». Traduzindo para política, «se te crês honesto, civilizado e cumpridor, mesmo que não o sejas, eu também assim pareço para ti, pelo que votarás em mim». A corja jornaleira procedeu de modo idêntico com a intenção de encobrir a podridão política concomitante com a de vender papel. De lembrar que, contrariamente àquilo de que esses mesmos nos têm querido convencer, de que a Abrilada foi a conquista da liberdade para todos, a realidade é que ele foi-o apenas para esses dois grupos, pois que a restante população nada ganhou com o golpe, basta ver o estado em que ambos em conjunto puseram o país.

Foi deste modo que um povo, na sua generalidade de bons sentimentos, honesto, civilizado (pelo menos para a época) e trabalhador foi moldado por esses dois bandos que o transformaram naquilo que actualmente são: uns pobres diabos miseráveis pedantes, pobretões por não terem cabeça para conseguir o que lhes faz falta, mal educados dissimulados, incivilizados e mesmo ladrões (até do material de escritório dos seus locais de trabalho se apossam). Não se compreende que reclamem pelo comportamento dos políticos, sendo como eles. Não foram todos criados por pais idênticos e em escolas idênticas. Por isso que não são iguais, mas idênticos. Isto tornou o povo no mais atrasado, incivilizado, calão e de maus fundos da Europa, não obstante crerem-se o oposto. Obviamente, sem reconhecimento do que está mal nada se pode melhorar.

Pelos discursos dos políticos, pelo modo como utilizam o marketing político e como disso se servem, sabemos que eles sabem o que vale população, pois que quase sempre conseguem enganá-la com sucesso e ela jamais consegue dominá-los nem obrigá-los a cumprir os seus deveres de procurarem o bem da população.

O mesmo faz o dito ministro do interior. Só que neste caso o resultado é mesmo mortes, centenas, milhares de mortes, de inválidos, de gente para sempre infeliz. As proporções são bastante variáveis, mas pode supor-se 1 morto para 4 feridos graves e 12 ligeiros. É o criminoso número um nacional por não tomar as medidas adequadas para reduzir o número de acidentes, como é seu dever. Estupidificante, nem os que ficam aleijados nem as famílias dos assassinados reclamam. Ridículo, apenas pedem dinheiro, como se tais calamidades pudessem, ser pagas.

Para o ministro-assassino, a culpa é sempre da velocidade ou do álcool e nada mais conta, mas isso é muito relativo. Quanto ao abuso álcool, é coisa que depende directamente do tal civismo, pelo que sem que a origem da falta seja devidamente reconhecida e atacada, nada mudará. Não é com o medo, nem com e a caça à multa, nem com os grandes espectáculos de circo de repressão para papalvo ver que algo mudará, que assim que os espectáculos diminuem de frequência tudo volta ao mesmo, a experiência assim no-lo conta. Sem civismo, todos os que bebem assim seguirão.

A questão da velocidade é absolutamente relativa. Os livros de estudo de condução dos países que primeiro dominaram a questão dos acidentes rezam que a velocidade deve ser relativa às condições de condução, do clima, da estrada e do estado do condutor e do veículo. É nisto que se baseia, por exemplo, a velocidade ilimitada nas auto-estradas alemãs sem que o facto aumente o número de acidentes. Nem todos têm capacidade para fazer a avaliação necessária, donde o limite em Portugal tem alguma justificação, embora haja outros factores a considerar.

Daí que dizer dum modo curto que a velocidade provoca os acidentes é só mencionar uma parte da história. O resto esconde-se. A sua relatividade, assim como o civismo, jogam mais uma vez o papel principal.

Uma sinalização correcta e logicamente concebida é essencial para a segurança rodoviária. O civismo, a base duma circulação mais segura e com menos acidentes da responsabilidade dos condutores , tem sido sempre preterido pelos políticos. O ministério do interior, por armar circos e o seu ministro fazer discursos babosos escamoteando os factos, sacudindo o pó do fato enquanto isso vai matando gente, é um assassino.


Sobre o mesmo assunto, aqui e algures:

5 mentiras:

Anónimo disse...

Então e as próprias estradas não são perigosas? já ninguém se lembra de como foi roubado o dinheiro para as construir?

A. João Soares disse...

Caro Mentiroso,

Começo por explicar a minha ausência ou pouca assiduidade, que se deve apenas, e já não é pouco, à concentração nos posts que coloco no Do Miradouro, e à forma como os estou a preparar com várias referências.
Segundo, agradeço ter incluído posts meus na lista de links, que é uma atenção sensibilizante.

E, por fim felicito-o peço texto deste post, oportuno e alertando para culpas que, como bem diz, são mais concentradas no topo da pirâmide de onde deviam vir exemplos de competência e eficiência. Reforço a sua referência à loucura da sinalização e do desleixo na colocação e na manutenção. Em CASCAIS encontro variados casos patológicos:
- Junto à antiga Praça de Touros há um sinal de faixa para peões que está há mais de um anos invisível, encoberto pela vegetação. Ninguém repara ninguém apara a árvore.
-Perto dali o passeio está totalmente ocupado por um casinhoto de portagem de um «parque de estacionamento» que até já está desactivado, e que bem poderia ter ficado um pouco ao lado sem obstruir o passeio e obrigar os peões a caminhas pela torrente de água que quando chove corre de e um e outro lado.
- Na Avenida 25 de Abril há dois sinais de 30 Km/h separados de 50m, talvez agora o sinal tenha uma validade de apenas 50m ! ou talvez só o primeiro deva ser obedecido. O mesmo se passa na Avenida Marginal perto do antigo hotel Estoril Sol.
- Na terceira Circular, na descida de Alcabideche, para a Ribeira das Vinhas, há um sinal de 30 onde se pode passar a ,ais de 70, com segurança.

Isto é de loucos e torna-se obrigatório desobedecer a imposições deste género. Depois se um sinal é verdadeiro e honesto, acontece o acidente.

Um abraço
João

Mentiroso disse...

Caro Anónimo,

Isso é outro problema, ainda que não menos importante. Existe uma página antiga sobre esse assunto, cujas mortes provocadas lhe garantem uma actualidade escaldante:
http://www.leaopelado.org/estradas.htm

Mentiroso disse...

Comentário sobre o ministro recebido por e-mail:

«A ideia era mostrar a incoerência entre o que o ministro disse, usando do seu habitual esforço de persuasão que se lhe nota na cor do rosto e nas carótidas, ao dizer coisas falsas e difíceis de convencerem o mais tapad.»

C Valente disse...

mundo louco, mundo louco
Saudações amigas