Em Portugal não há ciência de governar nem há ciência de organizar oposição. Falta igualmente a aptidão e o engenho, o bom senso e a moralidade, nestes dois factos que constituem o movimento político das nações. Eça de Queirós A manipulação das massas não é uma especialidade dos políticos portugueses nem é nova. Lendo a história constatamos que sempre existiu. O que, a este propósito, faz a diferença entre os povos, é que a maioria mais atrasada deixa-se ludibriar facilmente, enquanto que outros reflectem sobre o que ouvem, analisam e comparam com a sua memória e com os seus conhecimentos. A consequência comprovada é o desenvolvimento e o avanço dos povos relativamente à sua capacidade mental. Sem dúvida que outros factores existirão, mas é este o mais preponderante.
Por aqui se constata o progresso da maturidade política nacional. Os políticos aldrabões, desonestos e corruptos são os palhaços, mas o dono do circo é o povo. Os palhaços limitam-se a dizer o que o povo goste de ouvir e do modo que lhe apraza. É sobre esta base que se fundamente o velho ditado de que «cada povo tem o governo que merece», não apenas aquele em que votou.
Ao ouvirmos os discursos dos políticos para intencional e maliciosamente ludibriarem o povo de modo desavergonhado e ignóbil, facilmente se descortinam as suas ronhas e mentiras. O Sócrates foi um verdadeiro mestre de grande mérito nessa área, mas foi nitidamente derrotado pelo Pedro Coelho. Parece agora um aprendiz a seu lado. A táctica do Sócrates tem sido a de pintar um paraíso sobre uma tela onde só existe miséria e podridão; um logro para atrair incautos. O Coelho serve-se da amnésia, do embrutecimento e da ignorância nacional provocados pelos mérdias. As suas frases só podem fazer sentido a embrutecidos e amnésicos, hipnotizados pelo fanatismo político tipo futebol, pois que consegue fazer passar ideias que contrariam tudo o que se conhece sobre o que diz, toda a lógica. Em lógica, os portugueses sempre foram piores do que actualmente o são em matemática. Como nem sabem contar os trapaceiros dos mírdias dizem que contabilizam.
Até o Cavaco, o responsável pela miséria nacional por a ter provocado, aparenta agora um maior sentido de estado e ouve-se como rejeita as artimanhas e trafulhices porcas do Coelho. Porque é que os mírdias não mostram as opiniões dos economistas nacionais e internacionais, incluindo as agências de rating sobre a miséria económica e os juros a dispararem se nesta altura houvesse a instabilidade política que o Cavaco se esforça em evitar? No entanto, tem sido essa a arma principal da batalha do Coelho para enganar a população. Das duas uma, ou a concretiza e faz a miséria aumentar assustadoramente (dos que estão a pagar casa muitos as perderão e os restantes passarão a andar com uma mão atrás e outra à frente) ou não passa dum ardil repugnante para convencer os pobres miseráveis incapazes de «contabilizar» por si mesmos.
A análise dos seus discursos para embrutecidos, amnésicos e hipnotizados é tão simples que basta recordar meia dúzia das suas últimas frases, que as mais antigas – como a dos serviços de saúde independentes para ricos e pobres – já foram completamente esquecidas pela ralé desmiolada a quem ele se dirige.
Querer fazer do PSD a muleta do Partido Socialista… Tão inconcebivelmente impossível, sem importar no que se baseie, que nem merece comentário.
Não podemos ter o estado a distribuir favores na intenção dos amigos ou da influência política… Muito justo, mas da última vez que o seu partido esteve no governo foi exactamente isso que fez, nem mais nem menos do os outros têm feito e fazem. O que queremos não são críticas no ar, mas propostas concretas, críticas que se terminem com propostas de solução, e nisso jamais ele se aventura. Porquê? Simples, está à espera de chagar ao governo sem qualquer compromisso e contornar facilmente o que disse atabalhoadamente por falta de propostas e de clareza. Chama-se a isso rosnar.
Sobre a sua revisão da constituição, afirmou: Tem havido uma falta de decoro tão grande nesta matéria que houve mesmo quem tivesse acusado o PSD não só daquilo que não está na sua proposta, nas linhas essenciais da sua proposta, como naquilo que não está, nem nunca esteve, nas suas intenções. Para quê comentar isto, se se pode ler a proposta e verificar se diz a verdade ou se mente? A proposta encontra-se aqui.
Ainda relativamente à sua constituição: Sabem qual é a nossa preocupação nessa matéria? É a de permitir de, se o povo português quiser votar no partido socialista para manter a actual situação, a constituição não o impede. Mas se o povo português não se conformar com o nível do desemprego, não se conformar com os altos impostos que nós pagamos e quiser ter uma sociedade e um estado social mais justo e mais digno, permita ao PSD de governar sem ser com as políticas do partido socialista.
A situação actual foi herdada do Cavaco – como múltiplas vezes explicado e ainda mencionado acima – assim como ele também a herdará, pois que ela está para durar e nenhum governo com ela acabará em menos de 15 anos, o futuro o provará. Idem para o desemprego, que vai continuar a aumentar por mais de um ano, no mínimo. Aproveita-se da falta de honestidade do Sócrates em escamoteá-lo. Como se pode esperar um estado social mais justo, quando ele e alguns do seu partido, como o Cagão Feliz, o Porco em Pé que foi de férias para Bruxelas e a Manela Leiteira, até há pouco não se calaram em proclamar a intenção de alargar o fosso entre os mais ricos e os mais pobres? Hipocrisia!
Quanto aos impostos serem altos, não é aí que está o mal nem o problema. Ambos estão no seu mau uso e no esbanjamento da canalha de ladrões e corruptos que os administram e roubam. Impostos mais altos pagam-se nos países nórdicos e outros, mas obtêm os seus frutos: são mais desenvolvidos, mais ricos, mais democráticos têm melhor saúde e cuidados para idosos e vivem mais tempo. Não terão estes factos qualquer significado para o intrujão nem para os que o ouvem e aprovam? Se sim, as suas alegações são sacos de mentiras para tolos.
Fala correctamente quando afirma que o governo não reduz as despesas como devia e que o facto é uma perversão do sistema democrático, mas à parte a sua ridícula proposta dos 5% apenas e apenas sobre os ordenados, que só poderia ser para gozar o povo, jamais fez qualquer outra proposta. Que apresente primeiro propostas, que bem falta fazem e que rosne depois. A ele falta igualmente a aptidão e o engenho… como disse o Eça de Queirós, mas sofisma não.
De notar que se os portugueses pagarem a crise com os seus impostos não é anti-democrático, como ele diz, pois que não só são os que mais têm que mais devem comparticipar, como a população não está totalmente isenta da culpa da crise do Cavaco por não ter tido, nem ter, maturidade política para obrigar os corruptos de todos os partidos a prestar contas. Donde, serem também culpados do estado a que se chegou. Só que os cortes do Sócrates foram feitos quase indiscriminadamente, atingindo aqueles de que mais ajuda precisam.
Acusou o PS de estar a assustar o país com a revisão constitucional. Aproveita-se, mas razões não faltam para o susto. O que é mais assustador e que nenhum dos aldrabões de nenhum partido refere é que o estado lastimável em que as finanças nacionais se encontram é muito, mas muito pior do que eles dizem. Não quererá ele ser mais honesto do que os outros e revelá-lo? Até agora, não o fez.
Nem vale a pena comentar mais das suas afirmações. Estas já são suficientemente expressivas para quem quer que tenha um mínimo de capacidade dedutiva.
Mais uma vez, o que precisamos é de propostas válidas e concretas e não de discussões de soalheiro ou de taberna. O próprio Paulo Portas o disse com imensa razão. Porque é que, por exemplo, o Pedro Coelho fala tanto nas despesas esbanjadoras do estado, o que é autêntico, e jamais propôs em que cortar, quando não falta onde? Será nos medicamentos para os velhos? Isso já faz o Sócrates? Os seus 5% são o cúmulo do ridículo dum impostor. Porque é que ele não propõe, por exemplo, que em lugar de comprar automóveis caros para os chupistas das máfias, não os fazem ir para o trabalho nos transportes públicos, como fazem os ministros em Inglaterra? Acharão que são mais do que eles, esses bandos de ladrões e criminosos?
Propostas, venham elas. Ou então que feche a comua.
Não há partido que não esteja dominado pela corrupção e pelo roubo impunes e é isto que tem que acabar, mas que só pode terminar se este povo de carneiros o quiser e o fizer. Cabresto e rédeas curtas nos políticos, em todos e sem excepção. Ainda há pobres babosos que chamam a isto democracia. A um reino dominado por associações de criminosos organizadas em oligarquias mafiosas.
Em Portugal não há ciência de governar nem há ciência de organizar oposição. Falta igualmente a aptidão e o engenho, o bom senso e a moralidade, nestes dois factos que constituem o movimento político das nações.
Eça de Queirós
Adenda:
Vemos que os portugueses se enquadram definitivamente no primeiro grupo e que dele não sairão sem que dêem o passo imprescindível para acederem ao outro grupo: aprender, evoluir, reflectir, saber analisar, adoptar o civismo, não chamar democracia a nada sem que o termo possa ser enquadrado na definição.
Alguns links sobre manipulação das massas:
Busca do Google 1
Busca do Google 2
Post no «Democracia em Portugal?»
Pouco se encontra em português, mesmo na Wikipédia, obviamente pela pouca importância que erradamente se lhe atribui e cujas consequências se verificam. Se necessário, usar um tradutor do Google ou do Yahoo (Babelfish)
Neste blog e noutros sites do autor poderá prever o futuro do país tal como o presente foi previsto e publicado desde fins da década de 1980. Não é adivinhação, é o que nos outros países há muito se conhece e cá se negam em aceitar. Foi a incredulidade nacional suicidária que deu aos portugueses de hoje o renome de estúpidos e atrasados mentais que defendem os seus algozes sacrificando-se-lhes com as suas famílias. Aconteceu na Grécia, acontece cá e poderá acontecer em qualquer outro país.
Freedom of expression is a fundamental human right. It is one of the most precious of all rights. We should fight to protect it.
6 de setembro de 2010
O Mau e o Pior
Autor: Mentiroso às 11:39
Tópicos: Burla, Degradação social, Desonestidade, Hipocrisia, Mentira, Sofisma
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2 mentiras:
Parabéns por mais este trabalho com o bom nível a que nos habituou.
Um bom post bem preparado com conteúdo bem fundamentado e que não perderá actualidade, infelizmente, porque não existem grandes perspectivas de mudança. Como diz
«Não há partido que não esteja dominado pela corrupção e pelo roubo impunes e é isto que tem que acabar, mas que só pode terminar se este povo de carneiros o quiser e o fizer.»
Seria bom que o PR «convidasse» os partidos a colaborarem na elaboração de um CÓDIGO de bem governar, em que teriam lugar várias ideias aqui expostas.
Abraço
João
Do Miradouro
O mal está mesmo no povo que, afinal tem o que quer e merece, que os políticos corruptos e os deputados malandros e incompetentes dele saiem.
Quanto ao Cavaco, pós ter sido o pior primeiro-ministro por ter sido o autor da crise actual e da falta de médicos, parece ser capaz de ser melhor presidente do que foi primeiro-ministro. Aliás, nem seria difícil.
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