Mentira!

Neste blog e noutros sites do autor poderá prever o futuro do país tal como o presente foi previsto e publicado desde fins da década de 1980. Não é adivinhação, é o que nos outros países há muito se conhece e cá se negam em aceitar. Foi a incredulidade nacional suicidária que deu aos portugueses de hoje o renome de estúpidos e atrasados mentais que defendem os seus algozes sacrificando-se-lhes com as suas famílias. Aconteceu na Grécia, acontece cá e poderá acontecer em qualquer outro país.
Freedom of expression is a fundamental human right. It is one of the most precious of all rights. We should fight to protect it.

Amnesty International


23 de abril de 2009

Políticos e Jornaleiros

Quem quer que tenha assistido à entrevista do Primeiro-Ministro na passada terça-feira 21, na RTP, só sendo cego, surdo e mudo poderia deixar de compreender o estado lamentável, a falta de capacidade mental ou conluio da jornaleirada incompetente, mas a quem não faltam prosápias nem arrogância. Por outro lado, assistimos a mais uma demonstração do treino, capacidade e competência dum político dos mais exímios em marketing. Poderá não ser um bom engenhocas, mas como publicista é invencível.

A incompetência dos entrevistadores foi incomensurável, como de costume. São incapazes de fazer perguntas sobre assuntos verdadeiramente judiciosos, e quando as fazem interrompem mal educadamente quem quer que seja o entrevistado, não dando aos telespectadores a possibilidade de ouvir a resposta. Não é isto uma característica própria dos jornaleiros portugueses, mas também dos de outros países meio incivilizados que neste aspecto nos são comparáveis.

Deixaram-nos completamente a zero sobre a questão do comboio a alta velocidade, certamente uma das mais importantes, dado o seu reflexo no futuro e o descabido exagero do projecto. Inacreditável, este assunto quase não foi tocado. Foram incapazes de pousar qualquer pergunta interessante ao interlocutor, o qual, com uma formação mediática de banha da cobra bem superior à sua os ludibriou de olhos fechados. Podiam-se notar as suas caras de estupefacção ao ouvirem as respostas. O que indica a falta de competência e de preparação daquele par de paspalhos.

Quanto ao Sócrates, evidentemente que com a sua escola não desperdiçou a ocasião que os parvalhões pedantes lhe apresentaram sobre um tabuleiro. Serviu-se dela para a sua publicidade costumeira e ao contrário dos outros com uma excelente preparação.

Sobre o caso Freeport, também não ficámos muito mais informados. Ainda que o segredo de justiça exista, as perguntas poderiam ser melhor adaptadas e não apenas no sentido que pareceu ser o de dar uma deixa ao interlocutor para se limpar. Na verdade, como já referido neste blog, tudo é de acreditar e não só os dois extremos geralmente citados, pois que existem muitas coincidências, talvez reveladoras, em ambos os sentidos. As condenações acérrimas em praça pública, contrariando o direito constitucional à presunção de inocência só têm tido a utilidade, não negligenciável, de espevitar a investigação. Terá ele convidado o Ministério Público a averiguar as suas contas bancárias? Continua a não se saber. O silêncio do Sócrates e dos seus colaboradores também não pode jogar em seu favor. No entanto se está verdadeiramente inocente, este procedimento é menos recriminador. Por outro lado, se culpa existe nalguma parte o(s) responsável(áveis) deve(m) ser dura e exemplarmente julgado(s) para que sirva de exemplo e de precedente jurídico no país, pois que infelizmente nem um nem outro existem ainda. SEja o que for que se venha a provar incontestavelmente, como deveria ser, haverá sempre uma facção a quem vai doer muito.

Nenhum dos presumíveis factos até agora apontados em qualquer dos dois sentidos (culpa ou inocência) de conhecimento público é convincente; nem têm resistido ao aprofundamento das investigações. Diz-se muita coisa, mas tudo sem verdadeiras bases. Os mais acérrimos, evidentemente, só podem ser os extremistas de ambos os lados. Tudo isto causado pela desconfiança geral na justiça com imensos exemplos de conluio e de corrupção. Como confiar agora na sua competência e isenção de influências, mesmo das opiniões pessoais dos próprios investigadores? Todavia, este caso, de tanto interesse geral manifestado coloca a justiça sob observação nacional o que a pode compelir a seguir o comportamento que sempre deveria ser o seu.

Por uma vez, o Sócrates conseguiu dizer algumas verdades sobre a sua má política e os seus maus projectos: na sua grande maioria não são de concepção sua, mas ideias que comprou ao PSD/PP aquando no governo. Este blog tem insistido sobre esta verdade devido a ela se encontrar na origem da desorientação do PSD e que tantos não querem ver e escamoteiam interessadamente. Se um governo segue as linhas que um partido – agora na oposição – traçou quando ele mesmo foi governo, como pode ele em seguida fazer uma oposição realista ou com senso, ou mesmo qualquer tipo de oposição? Terão que se limitar a dar meras opiniões, apresentando apenas o que não passa de pequenos melhoramentos aos actos do governo.

O grande trunfo dos partidos, como nesta altura se vê no PSD (costume geral que não se limita a este partido) é usarem do seu conhecimento do fraco discernimento e instrução política da população, jogando à vontade com a sua imaturidade política e credulidade saloia. Neste sentido ressai a recente escolha da Manela Leiteira (esta característica não é só do PSD) no Porco em Pé que na Lavandaria Nacional guincha e esperneia como um porco ao lhe espetarem a faca. Um verdadeiro palhaço de porco, cujos guinchos não são mais do que espectáculo armado para os crédulos. Diz coisas sem nexos, faz da mentira, da vigarice e do sofisma o seu dogma. Um verdadeiro pobre diabo incapaz, o Porco em Pé. A escolha da Manela, porém, justifica-se perfeitamente por adequada àquilo que a população aceita devido ao estado atrasado em que se encontra. Não é que os melhores políticos portugueses são na verdade aqueles que em lugar de fazer avançar o país se servem dos fracos da população para a lograrem a torto e a direito? Quando a população sempre aplaude tolamente o seu partido (os seus vigaristas de estimação)¸ que esperar dela? O melhor para a falsidade política é aproveitarem-se desta miséria em lugar de tentar erradicá-la, que enquanto ela durar os corruptos poderão enriquecer à nossa custa.

Em conclusão, podemos bem limpar as mãos à parede tanto pelos políticos corruptos que temos como pela grande maioria dos jornaleiros incompetentes que têm feito da profissão um acto de fé para nos desinformar. Jamais se ocuparam em nos mostrar como se passa em países avançados, partindo do princípio de que esses exemplos para Portugal não servem. Contudo, esses países avançados não começaram de cima para baixo e poderíamos bem seguir o caminho que os levou a uma maior democracia, justiça, igualdade dos cidadãos, melhores sistemas de saúde e de segurança social, melhor vida nacional, etc. Em lugar disso, vêm-nos sempre os desinformadores com exemplos da estrumeira nossa vizinha. Não há um dia em que os execrandos espanhóis não sejam citados, nem que não nos contem coisas que nos encobrem o que poderíamos copiar daqueles que triunfaram. Que nos interessa a estrumeira espanhola? O que queremos conhecer é o que se passa em países avançados. Se quisermos avançar. Quem quer que tenha assistido aos noticiários noutros países recordará que muito raramente neles se fala em Espanha. Não lhes interessa como exemplo.

Este governo tem mesmo alinhado com eles na sua opressão, humilhação e sacrifício do povo Basco por este querer apenas aquilo a que tem direito, que está escrito bem claramente na Carta da Nações Unidas e que nela é a menção principal: todo o povo tem direito à auto-determinação. Se é verdade que os castelhanos querem paz e não as bombas e os atentados dos Bascos, é simples, basta fazerem a única coisa que acabará com isso e que trará a paz a todos: darem-lhes aquilo que pretendem, a independência a que têm direito incontestável. Se não o fazem é porque não querem paz, o resto são tretas e mentiras para ignorantes engolirem. O povo Basco é um povo escravizado há séculos, que nem tem a mínima relação étnica com os povos da península nem com os de França, é uma colónia à força. Os abortos jornaleiros, que tanto nos ladram sobre o lixo castelhano, não nos contam isto, assim como nos escamoteiam tantas outras coisas, como o que na realidade se passa na Palestina, etc., etc.

Do modo como os partidos políticos continuam a comportar-se – e que decerto não vão mudar sem que a isso os obriguemos – a única solução é precisamente a de os obrigarmos a mudar. De outro modo tudo continuará com pequenas camuflagens. Não se pense que vão deixar de roubar o país e dele se servirem em lugar de o servirem, apenas por ser esse o seu dever.

1 mentiras:

A. João Soares disse...

Um depoimento pormenorizado, muito abrangente, e com muita análise, embora muito extenso para os fracos gostos dos portugueses pela leitura!
É uma autêntica tese de ciência política!
Um abraço
João Soares