Mentira!

Neste blog e noutros sites do autor poderá prever o futuro do país tal como o presente foi previsto e publicado desde fins da década de 1980. Não é adivinhação, é o que nos outros países há muito se conhece e cá se negam em aceitar. Foi a incredulidade nacional suicidária que deu aos portugueses de hoje o renome de estúpidos e atrasados mentais que defendem os seus algozes sacrificando-se-lhes com as suas famílias. Aconteceu na Grécia, acontece cá e poderá acontecer em qualquer outro país.
Freedom of expression is a fundamental human right. It is one of the most precious of all rights. We should fight to protect it.

Amnesty International


12 de fevereiro de 2010

O Orçamento Fantoche

A aprovação do orçamento do estado foi a maior palhaçada dos últimos tempos. Para aparentarem preocupação pelo país, os partidos deixaram-no passar, querendo aparentar uma boa vontade inexistente, pelo que se seguiu. Até aqui não há novidade. A novidade reside precisamente no seguimento.

O governo apresentou um orçamento que é uma vergonha por completamente desapropriado à situação vigente. Não inclui requisitos indispensáveis à recuperação, como a redução dos ordenados dos políticos e dos funcionários públicos dos serviços da administração. Na Irlanda, os funcionários viram os seus ganhos reduzidos em 10%, os ministros em 15% e o primeiro-ministro em 20%. Numa hierarquia, os que estão em cima são aqueles que devem dar o exemplo e arcar com as maiors responsabilidade. Não é por isso que ganham Mais? Em Portugal, o exemplo é só o de roubar, roubar, roubar. Que canalhas que nos governam. Nenhum dos partidos armados em associações de criminosos tocou no assunto. Malditos ladrões!

Note-se que, como é hábito, os jornaleiros apenas deram uma notícia curta, rápida e à socapa sobre este assunto. É apenas mais um caso do costume.

O orçamento não inclui a diminuição doutras despesas importantes do estado, como a eliminação de assessores, a redução dos ordenados e dos prémios dos gestores do estado. Suspensão da compra de automóveis com aumento futuro do tempo de substituição e do valor de aquisição, com utilização apenas para funções oficiais. Redução de reformas exorbitantes, eliminação de cartões de crédito ou baixa significante do montante autorizado e fixo.

Também não inclui um aumento de impostos, não ao consumo, tipo IVA, mas às fortunas e aos grandes ordenados. Não inclui o aumento lógico dos impostos pagos pelos bancos nem qualquer intenção de controlar os seus ganhos exagerados. Este ano os lucros dos bancos estão todos acima dos 10% e os miseráveis ladrões anunciaram que querem aumentar os seus lucros. Veremos o que o governo fará sobre isto.

O orçamento não inclui qualquer plano de recuperação financeira ou de fomento a longo prazo. Sobre este último deve notar-se que nenhum governo do após Abrilada jamais satisfez a esta necessidade imperiosa, o tem também indubitavelmente ajudado ao aumento da crise causada pelo roubo e pela destruição dos fundos europeus de coesão pelos governos do Cavaco.

Não obstante todos estes erros imensos demonstrando a falta de interesse e de capacidade do governo e com fortes implicações no futuro, os partidos aprovaram este péssimo orçamento. Aprovaram é o termo, porque, segundo o método de contagem de votos no parlamento, neste caso ou se era a favor ou contra. A abstenção, neste caso, equivale a uma aprovação tácita e táctica. Não exigiram qualquer medida suplementar entre as acima mencionadas para o progresso do país.

Que nojentos de políticos são estes, que não revelam preocupação nem interesse pela nação nem pelos seus soberanos? O bla-bla-bla da banha da cobra deles não tem o mínimo interesse, só as acções contando e essas vemos como são. O problema é sempre o mesmo: os portugueses não têm mentalidade para discernir entre estes dois casos e caiem como tordos.

Daí, que todas as imbecilidades que os políticos em seguida vomitaram contra o orçamento apenas os coloca como aldrabões e impostores, miseráveis vigaristas. Se discordavam, porque não apresentaram propostas, que tanta falta fizeram? O que é que estes biltres reclamam agora, pois se quando o deviam ter feito se demitiram dos seus deveres? Ou não é para isso que se lhes paga? Que votassem contra, ponto final. Uma vez que o deixaram passar, agora que fecham as comuas porcas. Todos sabemos muito bem que as únicas razões que os fizeram aprovar o orçamento foram a ganância, os tachos e os votos para os obter. Fingiram interessar-se pelo país enquanto aprovavam mais uma desgraça. Numa palavra, o sofisma. Cínicos.

Aproveitam-se em estarmos num país onde gente da sua laia, mentirosos, aldrabões e falsos têm crédito e dá votos. Uma vez mais, a culpa é dum povo desinformado e incivilizado. São estes os que governam o país e que o povo tolera e aceita, neles votando, tendo pois o governo que merece sem motivo de reclamação. Parece bem evidente que quem neles vote perca o direito a reclamar acerca da conduta e das acções dos seus eleitos ou consequentes resultados.

É inacreditável que uma grande maioria aprova o aumento de verbas para a Madeira. Não existe apenas um motivo a contrariar a ideia, mas dois. Ambos igualmente importantes, um mais antigo que o outro. Não se admite que se mantenham regiões tão atrasadas no país, como o Alentejo e Trás-os-Montes enquanto a verba para a Madeira vai aumentar o fundo duma outra que já é a segunda nacional em que melhor se vive, portanto que menos necessita. Se não se admite, que no baixo duma crise se vá dar mais dinheiro a qualquer região, menos ainda onde ele menos falta fez. Contrariar estes dois princípios simples e lógicos só pode vir de mentes perversas, e isso é o que mais abunda no país, é o que quase todos os políticos são: gente baixa e perversa.

Quando às diferenças entre as diversas regiões, ele deve-se apenas à má política económica e mau planeamento de todos os governos sem excepção. As facilidades concedidas às empresas são apenas um dos factores, que sozinho não produz qualquer resultado, como se tem verificado, pois que com essa politica as diferenças se têm mantido através de décadas. Nenhum governo até hoje adoptou qualquer das medidas dos outros países europeus para resolver casos idênticos. Não, em Portugal só se adopta e se copia o que está errado. Por isso que o país a cada ano que passa se vai tornando numa maior lixeira.

6 mentiras:

Anónimo disse...

Ouça lá!
Também faz parte deste povinho irracional e atrasado: acha que têm de ser só os funcionários públicos a pagar a crise?
Acaso foram eles que puseram o país no estado de sítio em que se encontra?
Além de tudo o que já nos retiraram, acha justo descerem-nos aos ordenados? Mas ao seu, aposto que não deixava mexer.
Pimenta no cú dos outros é refresco.
Olhe também para o sector privado, que dia a dia fecham portas e vão à falência, porque neste país é tudo uma cambada de incompetentes, preguiçosos e parasitas, e ainda por cima fraudulentos: sempre a ver se podem fugir aos impostos; viver à custa de subsídios dando falsas declarações; pedirem ao patrão para os desempregar e ganharem por dois lados; chatearem o tempo todo os médicos para que lhes dêm baixas; etc., etc.

Mas, enfim, tem sempre que haver um Bode Expiatório e assim as crises são sempre pagas pelos do costume.

Outra coisa, que ainda não o vi abordar: não acha Absurdo quem não trabalha ter sido aumentado (pensões até 1,500€); e quem trabalha não ter aumento (mesmo quem ganha até 1,500€)?? E olhe que são muitos que ganham abaixo disso.
Os pensionistas, por outro lado, pagam menos IRS sobre o que ganham em relação a quem trabalha; têm viagens a metade do preço, férias quase de borla pagas pelos contribuintes (os que estão a trabalhar), e outras benesses.

Outra coisa ainda: será justo que quem começou mais tarde a trabalhar e, por conseguinte, tem menos anos de descontos, só porque já tem mais idade leve uma reforma maior do que quem começou mais cedo a trabalhar, e por isso, tem mais anos de descontos, mas leva uma reforma inferior só porque tem menos idade?
Afinal, não é pelo facto de se descontar para a reforma que temos direito a ela? Não são os descontos que se fazem que deveriam determinar o montante da reforma??

Pense nestas questões, se faxavor.

Mentiroso disse...

Caro Anónimo,

Não, não têm que ser só os funcionários a pagar a crise. Embora um nivelamento por baixo jamais seja justificável, um nivelamento na sociedade portuguesa é indispensável. Uma sociedade democrática a vários níveis não existe. Tal como com os políticos, não se justifica que os funcionários tenham privilégios sobre a restante população.

Não, não foram os funcionários que puseram o país no estado actual. para saber mais leia o post abaixo, intitulado A Herança do Cavaco. Porém, os funcionários estão a comportar-se pelo menos de modo ignóbil para com a população, engatam tudo o que fazem, extraviam documentos, levam tempo enorme, preferem conversar aos magotes a atender as pessoas, comportam-se no trabalho como se o fizessem por favor. Isto retira-lhes qualquer direito a consideração, e como está mal deve ser corrigido.

É verdade que os ordenados mais pequenos deveriam sofrer aumentos. Todavia, como até agora não se têm ouvido os funcionários reclamar sobre os ganhos exagerados dos políticos, porque se daria ouvidos a essa reclamação, ainda que justa?

A questão das reformas enunciada deve ser fortemente reclamada porque é injusta e têm razão, mas juntá-la a uma exigência de aumentos de salários é uma tolice.

Não, a crise não é sempre paga pelos funcionários. Eles continuam sempre e injustificadamente favorecidos em relação à restante população. Porquê? por que direito? Acha justo e

Fez muito bem reclamar daquilo com que não concorda. Seja sempre bem vindo.

A. João Soares disse...

Caro Mentiroso,

A forma como abordou a situação da função pública está correcta.
Mas para ela ser dignificada é preciso modernizar os sistemas, tornando-os mais lógicos, mais ajustados às realidades, às suas finalidades. Daí sairiam tarefas concretas que teriam várias finalidades: tornar aos serviços mais rápidos e rigorosos, acabando com a burocracia que só serve para empatar e para dar lugar à corrupção. A execução dessas tarefas serviria para a avaliação do desempenho dos funcionários e os prémios de produtividade ou os castigos.
A simplificação e boa definição conduziria à redução de pessoas que passam a vida a conversar entre si sobre assuntos alheios ao serviço.
Tal reforma dos sistemas deveria ser ajustada regularmente (de quatro em quatro anos, por exemplo) conforma e evolução do trabalho solicitado.
Mas nada se faz e o contribuinte paga para serviços demasiado pesados e morosos que só o (ao contribuinte) prejudicam. O zé pagante é, assim, prejudicado por dois lado.

Um abraço
João Soaress!!!

Mentiroso disse...

Caro João Soares,

Tem razão, mas o post não é exactamente sobre esse tópico.Por isso que me limitei a responder à divergência do nosso anónimo. Como já escrevi noutros lados, a burocracia é fonte de corrupção e de atraso geral para um qualquer país. É mesmo a característica mais evidente nos países atrasados e revela a incapacidade dos governos em modernizarem e adaptarem as regulamentações às verdadeiras necessidades.

Anónimo disse...

Meus caros,
passar a vida a conversar e não fazer nada, temos bons e amplos exemplos no sector privado.
Lá diz o ditado: Patrão fora, dia santo na loja.
A maioria só trabalha por obrigação, debaixo do olhar do patrão; são mal-educados e pouco qualificados. Daí estarmos sempre na cauda da Europa e termos baixíssima produtividade.
Portanto, se querem ser justos, não deitem só abaixo os funcionários públicos.
Se temos mais regalias, como pensais, tal facto 'também' se deve à disparidade que existe entre o cumprimento das nossas obrigações legais e fiscais e a bandalheira, fuga e fraudes fiscais que grassam nos sectores privados.
Ou se querem deitar abaixo, façam-no em relação aos que detêm altos cargos, além de políticos, todos os lambe-botas que se inscrevem nos dois maiores partidos para conseguirem facilmente lugares de destaque e chefias na função pública, mas que não são a maioria dos trabalhadores públicos.
Amén

Mentiroso disse...

Caro Anónimo,

Esse comentário não poderia ser mais justo e verdadeiro. O que é nele apontado é sem a mínima a segunda causa no referido atraso do país, mas não esquecer que ela foi gerada pelos exemplos daqueles que os deveriam dar, mas não ruinosos, aqueles que nos têm roubado impunemente sem cessa, pelo seu comportamento e manufactura de leis destinadas a permitir e a garantir a impunidade dos seus crimes.
A primeira causa do atraso foi devida ao que o Cavaco fez dos fundos de coesão europeus, precisamente destinados a modernizar o país, como descrito, roubados, desbaratados e postos em circulação para se pensar que o país tinha enriquecido. Isso também contribuiu e muito para a mentalidade actual.