Mentira!

Neste blog e noutros sites do autor poderá prever o futuro do país tal como o presente foi previsto e publicado desde fins da década de 1980. Não é adivinhação, é o que nos outros países há muito se conhece e cá se negam em aceitar. Foi a incredulidade nacional suicidária que deu aos portugueses de hoje o renome de estúpidos e atrasados mentais que defendem os seus algozes sacrificando-se-lhes com as suas famílias. Aconteceu na Grécia, acontece cá e poderá acontecer em qualquer outro país.
Freedom of expression is a fundamental human right. It is one of the most precious of all rights. We should fight to protect it.

Amnesty International


17 de junho de 2015

IDOSOS PRECISAM DE SOLIDARIEDADE



Tenho ido visitar pessoa amiga internada numa Casa de Repouso em CASCAIS e saio sempre preocupado, com as condições do fim da vida de muita gente que, embora se encontre num lar com pessoal carinhoso e eficiente, vive abandonada pelos familiares e amigos que o esqueceram. Há pessoas muito deficientes e afastadas do mundo real, que precisam de receber visitas frequentes de familiares e de amigos.

Por seu lado, as comunicações dos residentes entre si raramente são animadoras, dado o seu estado de saúde mental e desgaste psíquico agravado pelas saudades dos seus anteriores «amigos» conhecidos e familiares que deixaram de lhes dar o indispensável afecto e carinho.

Muitas pessoas que conhecem um destes idosos a quem dirigiam palavras amáveis, de ocasião, provam agora que não sentiam por eles um mínimo de afecto, de amizade. Por vezes, perguntam por eles no café ou no restaurante onde os encontravam, mas não dão um passo para fazer um gesto, um carinho, um afago que anime e melhore a qualidade de vida psíquica da pessoa de quem era suposto serem amigas. Não interessa levar uma guloseima, mas é importante dizer uma palavra amiga, fazer uma carícia na mão ou na face, o que não custa dinheiro. Mesmo quem trabalha o dia inteiro, pode fazer isso, ocasionalmente, depois do trabalho ou no fim-de-semana.

A SOCIEDADE É POUCO SOLIDÁRIA E OS IDOSOS SÃO OS MAIS PENALIZADOS POR ISSO. PENSEMOS NAQUILO QUE GOSTAREMOS DE SENTIR QUANDO ESTIVERMOS EM SITUAÇÃO SEMELHANTE.

Não custa muito, num momento mais livre, comunicar com um conhecido que esteja solitário em casa ou internado num lar e transmitir-lhe uma palavra de conforto, de amizade, de afecto que o ajude a enfrentar com mais ânimo as suas dificuldades. E, numa visita a uma casa de repouso ou lar, procurar transmitir afecto também a outros residentes.

É preciso alertar na Internet as pessoas para tal necessidade de solidariedade. Devemos procurar melhorar a afectividade da humanidade.

18 de janeiro de 2015

REGIONALIZAÇÃO PODERÁ SER A SALVAÇÃO NACIONAL


Mudar por mudar é vã tentativa de disfarçar o vazio íntimo
Salazar

Há muitos anos que temos vindo a ouvir falar da necessidade de fazer uma Reforma Estrutural do Estado (com tentativa incompleta de Paulo Portas), de adoptar medidas de descentralização do poder de decisão (com tentativa falhada do ex-PM Santana Lopes), com intenções de regionalização (que se resumiu à extinção de governos civis e ao indesejável aumento de pessoal e burocracia em autarquias, etc.

Convém meditar sobre a expressão de Salazar «mudar por mudar é vã tentativa de disfarçar o vazio íntimo». Sem dúvida que é imperiosa uma mudança activa, bem projectada, planeada, programada e realizada controladamente. É imperioso sair das águas pantanosas em que Portugal se tem vindo a afundar. Não bastam palavras ocas e inconsequentes que apenas servem para adiar o problema, perder tempo, que é um recurso irrecuperável, permitir a continuação de pesadas e demoradas burocracias que têm sido alimento muito nutritivo de tráfico de influências, corrupção, negociatas e o consequente enriquecimento ilícito que tem sido imune e impune.

Surgem agora projectos, com viabilidade, de cabeças de pessoas com saber, experiência, sentido de responsabilidade, dedicadas aos elevados interesses de Portugal e com capacidade para acompanhar as acções até à sua total concretização. É o caso de «Rui Rio. Regionalização pode ser "o abanão" necessário para alterar sistema» e de «Silva Peneda diz que ideia da autorregulação do mercado "é uma treta"»

As suas sugestões poderão levar a uma Reforma da Estrutura do Estado que elimine o deficiente aproveitamento dos recursos e das energias dos Portugueses e oriente os esforços no sentido mais adequado a um bom desenvolvimento de Portugal, com melhor qualidade de vida para os portugueses. O diagnóstico vem sendo feito, repetidamente, por diversos pensadores nacionais, faltando apenas a terapia indispensável, que poderá ser a regionalização defendida racionalmente pelos notáveis atrás referidos no debate “Melhor Estado – Mais Democracia”, que decorreu em Leça da Palmeira. Simultaneamente, o Eng Alexandre Soares dos Santos disse "Há coisas a funcionar muito mal? Há. os partidos políticos".

 Aplicáveis a esta iniciativa de proceder à Recuperação de Portugal, à sua renovação, inovação, actualização, modernização, são as palavras do fundador do PSD «Balsemão diz que não se deve entregar o poder “a quem provou não saber governar”».

 Realmente, não é sensato esperar combater uma morbilidade usando o mesmo agente que a gerou e a foi alimentando e agravando. A Reforma a adoptar tem que ser inovadora e servir-se dos valores mais patriotas e competentes do País. Não podemos esquecer que existem pessoas de grande capacidade de liderança de organização e de gestão que evitam ligar-se à política por esta não estar a ser prestigiada e respeitada perante os cidadãos e para não perderem, dessa forma, o prestígio que possuem nas suas actividades. Não faltam valores que possam tomar as rédeas do País e conduzi-lo a um destino mais promissor. Os nossos Reis D. João I e II conseguiram conduzir Portugal para os seus momentos de maior glória, aproveitando o melhor potencial humano de Portugal. Agora, há que procurar seguir a lição que nos legaram.

Imagem de arquivo

16 de janeiro de 2015

IRS NÃO É MISCÍVEL COM IMPOSTOS VERDES


O ministro do Ambiente afirmou que a reforma do IRS foi possível graças aos ‘impostos verdes’ o que suscita sérias reflexões.

Embora não seja economista nem ex-jota, tomo a ousadia de usar o direito de liberdade de pensamento, de opinião e de expressão, que foi tão badalado a propósito de os governantes presentes, no dia 11, em Paris, «se considerarem todos Charlie». Acho que o ministro do Ambiente fez uma baralhada nada ecológica entre o Imposto Verde e o IRS, coisas não miscíveis

Primeiro, da imposição do Imposto Verde aos contribuintes, só pode haver que destacar os benefícios directos que daí podem resultar para a defesa do ambiente, isto é, na Natureza com a terra, a sua fauna e flora, com a qualidade da água superficial e subterrânea e com a qualidade do ar.

Segundo, dizer que O IMPOSTO VERDE ORIGINOU A DESCIDA DO IRS parece ignorância ou desonestidade. O IRS é um imposto estruturado por escalões que, por razões de justiça social, aplica taxas mais elevadas aos mais ricos e taxas mais baixas aos mais pobres. Por outro lado, o Imposto verde é uniforme para todos, à semelhança do IVA, não discriminando a aplicação em função dos rendimentos dos contribuintes.

Por isso, baixar o IRS e compensar essa perda fiscal com o Imposto Verde é favorecer os mais ricos e penalizar os cidadãos indiscriminadamente e, portanto, lesando os detentores de mais fracos rendimentos. Isso não é socialmente justo e é lógico que, aproveitando tal distracção dos doutos governantes, os milionários do País façam pressão para reduzir totalmente o IRS e aumentar o Imposto Verde para compensar completamente a receita fiscal que provinha do IRS. Em termos de Justiça Social, é uma extorsão inqualificável.

Imagem de arquivo

5 de janeiro de 2015

CONTRIBUIR PARA UM MELHOR FUTURO DE PORTUGAL


O presente ano, mais do que os outros, por ser de eleições legislativas, obriga a profundas reflexões sobre o futuro dos portugueses e a ponderar e reavaliar os anteriores afectos partidários. Votar é sempre uma lotaria e não devemos ser ludibriados por promessas, sempre fantasiosas, mas, pelo contrário, devemos dar valor a trabalhos já realizados e resultados obtidos pelos concorrentes. Enfim interessa mais prospectar as capacidades de realização do que deixarmo-nos iludir por falaciosas intenções. As palavras de António Capucho, ex-notável do PSD, durante 40 anos devem se bem analisadas.

As intenções e as promessas, mesmo que realistas, obrigam a pensar que QUERER nem sempre É PODER. E o que mais interessa não são as promessas, os sonhos e as fantasias de um candidato. Interessam as acções mais correctas para melhorar a qualidade de vida dos cidadãos, principalmente dos mais carentes. E, para preparar tais acções, é preciso demonstrada capacidade de análise com conhecimento das realidades, e dos recursos que podem ser utilizados, capacidade de decisão, coragem para vencer resistências e obstáculos, tudo bem condimentado com sensatez e dedicação a Portugal. E, quanto a recursos, eles estão a ir para as mãos de estrangeiros através de privatizações e vendas em saldo de todo o património, desde as jóias de antepassados, aos aviões e aos telefones.

Ler mais...

27 de dezembro de 2014

O MAIOR ATRACTIVO SERÁ A EXPLICAÇÃO DOS RESULTADOS


O artigo «Discurso de Passos marcado por uma palavra até agora proibida: "Optimismo"»  de Susete Francisco, publicado no Ionline, em 25 de Dezembro, pode suscitar reflexões parecidas com as seguintes:

NUM DISCURSO NESTA QUADRA DO ANO E A POUCOS MESES DE ELEIÇÕES, é difícil a um líder partidário, na função de PM e candidato à continuação nas funções, não adornar as suas palavras com ramos floridos de optimismo, esperança e confiança.

Mas, como tais promessas fantasiosas já foram, durante cerca de 4 anos, proferidas em vão e anuladas poucos dias depois, será melhor desistir de fazer promessas e, em contrapartida, falar dos RESULTADOS obtidos durante este mandato na MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA DA POPULAÇÃO, nos sectores de Saúde, Educação, Justiça, Ordem Pública, Emprego, apoio a crianças, a idosos, reformados e deficientes, etc. O povo sacrificado pela austeridade, que ainda não parou de se agravar, deve ser informado dos dividendos obtidos do investimento de sacrifício que foi obrigado a fazer, ou saber se do seu sofrimento apenas resultou a produção de mais milionários, mais corrupção, etc, para benefício sempre dos mesmos.

Mas essas explicações dos resultados devem despir-se de habilidades de linguagem e ser claras, verdadeiras, para todos os portugueses compreenderem e poderem tirar as suas conclusões. Cada um vive com as conclusões que tira da informação que obtém e já não confia nas conclusões tiradas por pessoas que são parte do processo. Por lei, o arguido está autorizado a mentir e, por isso, a sua palavra não constitui prova da sua inocência.

Por favor, Sr PM mostre os resultados reais, bem visíveis e inequivocamente demonstráveis das medidas que tomou com o dinheiro que nos sacou em cortes diversos, supressão de subsídios e outros apoios, aumentos de impostos, etc, etc. Qual a melhoria da QUALIDADE DE VIDA dos mais pobres e desfavorecidos?

Imagem de arquivo

26 de dezembro de 2014

CAVACO PRUDENTE OU TEMEROSO


Durante várias décadas de vida, tenho assumido como regra comportamental que as autoridades, principalmente as que foram eleitas pelos cidadãos, devem ser por estes tratadas com o maior respeito e a máxima deferência.

Nesse conceito, enquadra-se o Supremo Magistrado da Nação que, por definição, deve considerar-se apenas limitado pelo texto da Constituição da República, interpretado com o bom senso e a prudência que deve estar sempre no espírito de uma pessoa que ousou candidatar-se ao cargo e obteve a eleição pelos votos da maioria dos cidadãos que votaram de forma útil.
Por isso, pode ficar-se chocado com o título da notícia «Cavaco é um vice-primeiro ministro e não um Presidente da República».

Ler mais...

22 de novembro de 2014

REFLEXÕES PARA AS PRÓXIMAS ELEIÇÕES


A campanha eleitoral, embora informalmente, já foi iniciada, como se vê em notícias demasiado frequentes. Por vezes, reveste-se de afirmações que contrariam os factos reais de conhecimento público. É que os políticos mentem intencionalmente, sem o mínimo recato, nem respeito pela capacidade intelectiva de grande parte da população. Com isso procuram enganar os cidadãos menos esclarecidos e muitos destes são arrastados na sua ingenuidade ou preguiça mental.

Nestas circunstâncias, convém aos cidadãos não dar crédito a fanáticos de um partido ou de uma ideologia e, nem sequer, estabelecer «diálogo esclarecedor» com pessoas desse género. Podemos sair zangados, irritados e com vontade de fazer asneiras, perante teimosias inexplicáveis e irredutíveis. Pelo seu lado,o interlocutor pode ficar com vontade de vingança violenta, por não ter adquirido um seguidor.

Ler mais...

7 de fevereiro de 2014

PROVEDOR ATENTO AOS CORTES INCONSTITUCIONAIS


O Sr Dr juiz José Francisco de Faria Costa, Provedor de Justiça, disse que cortes no RSI e nas pensões de viúvos violam Constituição e pediu a fiscalização sucessiva.

É motivo para dizermos «muito obrigado» Sr Provedor, pela humanidade com que exerce o seu cargo. Os portugueses precisam de pessoas com tal sensatez e generosidade na defesa da justiça social.

Os portugueses não esquecerão quem defende os mais carecidos, os que, por não terem capacidade de auto-defesa, têm sido os mais espoliados em nome de uma austeridade abusiva.

Imagem do Google

17 de outubro de 2013

PORTUGAL E ANGOLA, RESPEITO FAMILIAR


O filho nasce, cresce até que começa a ter necessidade de manifestar a sua personalidade, exercer o seu livre arbítrio. Primeiro o pai deve orientá-lo, depois, sem impor autoridade nem espartilhar o filho, alimenta entre os dois a amizade, o amor familiar, com respeito mútuo, evitando atitudes que possam ferir o outro. Ao mínimo desentendimento, procuram esclarecer as razões que o causaram e restabelecer da melhor forma o convívio familiar, sem dor, sem ressentimento e, também, sem espectáculo para os vizinhos, sempre ávidos de fofoquice.

Ler mais...

10 de outubro de 2013

A Saúde Mental dos Portugueses

Na Suíça «colocam a comunidade portuguesa a par dos jugoslavos e turcos no que respeita ao atraso cultural e cívico», como se pôde ler no Correio da Manhã de 24 de Janeiro deste ano. Nos outros países civilizados a opinião não é mais lisongeira. O modo como os portugueses tratam os seus políticos e votam é sintomático.

A importância que os governos dão a este problema nacional que não afecta os interesses dos políticos está na raiz das causas. Segundo estatísticas mundiais, Portugal é o país em que se verificou o maior aumento da corrupção nos últimos 10 anos, sem que o povo exija o controlo dos políticos por um órgão democrático popular – outra causa – por estar convencido de que um sistema sem qualquer tipo de controlo por parte daquele que deveria ser o soberano possa assemelhar-se a uma democracia. Se até tomam e chamam os mandatários do soberano por órgãos da democracia! Que de mais ridículo poderia ser criticado pelos países democráticos? Que poderão realmente pensar os cidadãos democráticos desses países sobre tal erro idiota e de ignorantes ludibriados e gozados pelos seus políticos?

O ensino não prepara as pessoas para a vida nem lhes desenvolve a mentalidade, quando nos outros países tentam prepará-las inclusivamente a defenderem-se da publicidade. É por vontade expressa dos governantes para poderem continuar a enganar todo o mundo com o seu marketing de embuste.

O atraso mental e cultural nacional é, pois, bem conhecido nos outros países europeus, leva mais tempo a atingir um nível mundial, embora vá bem encaminhado, mas os especialistas da mente e do intelecto portugueses também não o desconhecem.

Vejamos o que sobre o assunto escreveu o distinto médico Prof. Dr. Pedro Afonso, professor de psiquiatria na Faculdade de Medicina de Lisboa, há três anos, lembrando-nos de como esse mal nacional tem continuado a agravar-se desde então por falta de medidas e tratamento adequados.


A Saúde Mental dos Portugueses

Alguns dedicam-se obsessivamente aos números e às estatísticas esquecendo que a sociedade é feita de pessoas.

Recentemente, ficámos a saber, através do primeiro estudo epidemiológico nacional de Saúde Mental, que Portugal é o país da Europa com a maior prevalência de doenças mentais na população. No último ano, um em cada cinco portugueses sofreu de uma doença psiquiátrica (23%) e quase metade (43%) já teve uma destas perturbações durante a vida.

Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque assisto com impotência a uma sociedade perturbada e doente em que violência, urdida nos jogos e na televisão, faz parte da ração diária das crianças e adolescentes. Neste redil de insanidade, vejo jovens infantilizados incapazes de construírem um projecto de vida, escravos dos seus insaciáveis desejos e adulados por pais que satisfazem todos os seus caprichos, expiando uma culpa muitas vezes imaginária. Na escola, estes jovens adquiriram um estatuto de semideus, pois todos terão de fazer um esforço sobrenatural para lhes imprimirem a vontade de adquirir conhecimentos, ainda que estes não o desejem. É natural que assim seja, dado que a actual sociedade os inebria de direitos, criando-lhes a ilusão absurda de que podem ser mestres de si próprios.[1]

Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque, nos últimos quinze anos, o divórcio quintuplicou, alcançando 60 divórcios por cada 100 casamentos (dados de 2008). As crises conjugais são também um reflexo das crises sociais. Se não houver vínculos estáveis entre seres humanos não existe uma sociedade forte, capaz de criar empresas sólidas e fomentar a prosperidade.[2] Enquanto o legislador se entretém maquinalmente a produzir leis que entronizam o divórcio sem culpa, deparo-me com mulheres compungidas, reféns do estado de alma dos ex-cônjuges para lhes garantirem o pagamento da miserável pensão de alimentos.[3]

Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque se torna cada vez mais difícil, para quem tem filhos, conciliar o trabalho e a família. Nas empresas, os directores insanos consideram que a presença prolongada no trabalho é sinónimo de maior compromisso e produtividade. Portanto é fácil perceber que, para quem perde cerca de três horas nas deslocações diárias entre o trabalho, a escola e a casa, seja difícil ter tempo para os filhos. Recordo o rosto de uma mãe marejado de lágrimas e com o coração dilacerado por andar tão cansada que quase se tornou impossível brincar com o seu filho de três anos.

Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque a taxa de desemprego em Portugal afecta mais de meio milhão de cidadãos. Tenho presenciado muitos casos de homens e mulheres que, humilhados pela falta de trabalho, se sentem rendidos e impotentes perante a maldição da pobreza. Observo as suas mãos, calejadas pelo trabalho manual, tornadas inúteis, segurando um papel encardido da Segurança Social.

Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque é difícil aceitar que alguém sobreviva dignamente com pouco mais de 600 euros por mês, enquanto outros, sem mérito e trabalho, se dedicam impunemente à actividade da pilhagem do erário público. Fito com assombro e complacência os olhos de revolta daqueles que estão cansados de escutar repetidamente que é necessário fazer mais sacrifícios quando já há muito foram dizimados pela praga da miséria.

Finalmente, interessa-me a saúde mental de alguns portugueses com responsabilidades governativas porque se dedicam obsessivamente aos números e às estatísticas esquecendo que a sociedade é feita de pessoas. Entretanto, com a sua displicência e inépcia, construíram um mecanismo oleado que vai inexoravelmente triturando as mentes sãs de um povo, criando condições sociais que favorecem uma decadência neuronal colectiva, multiplicando, deste modo, as doenças mentais.

E hesito em prescrever antidepressivos e ansiolíticos a quem tem o estômago vazio e a cabeça cheia de promessas de uma justiça que se há-de concretizar; e luto contra o demónio do desespero, mas sinto uma inquietação culposa diante destes rostos que me visitam diariamente.


Pedro Afonso
Médico psiquiatra


Notas adicionais

[1] Os políticos, para ganharem aprovação, espalham esta ideia idiota e ensina-se que a democracia é ter todos os direitos, quando a realidade é o contrário: a democracia é cumprir todas as obrigações sociais e saber que os direitos de cada um terminam no ponto em colidam com os interesses dos outros. A liberdade e os direitos individuais só podem existir quando ninguém no-los espezinha no seu interesse próprio.

[2] O que incentiva e estabelece uma sociedade democrática são os laços que unem os cidadãos nos seus interesses comuns e não os interesses sindicais para grupos que se aproveitam de outros grupos ou que exploram a restante sociedade. Esse tipo de união sadia de que depende a existência da democracia é praticamente inexistente em Portugal.

[3] Os conselheiros matrimoniais são raros em Portugal; não só são poucos como os governos não lhes dão os meios necessários. Em vez disso entregam esses casos à polícia e à justiça, o que aumenta os desentendimentos e o número de divórcios, e provoca a desgraça que tão bem conhecemos.


São estas algumas das bitolas pelas quais os povos avançados medem o nosso atraso.

Até que nós mesmos nos compreendamos, não nos será possível sair do impasse em que nos encontramos. Acreditarmos numa auto-estima que nos cega é o maior obstáculo a vencer. Será por mero azar que somos tão bons e avançados em tantos assuntos importantes — como no-los apresentam quase diariamente — e cada ano nos enterramos mais na miséria? Será por tantas descobertas nacionais na medicina que cada vez se morre em piores condições em Portugal?

Ao contrário do que cá se diz de Portugal, nos países nórdicos e na Suíça os inventores e os descobridores são raros; no entanto figuram entre os mais ricos, os mais democráticos e têm uma população mais feliz e com melhor assistência médica. Não será tempo de compararmos aquilo que nos impingem àquilo de que temos a certeza de ser verdade? Copiar o que está comprovado por dar melhores frutos sempre foi o caminho universal mais seguro para o progresso. Deixemos esses avanços em descobertas e invenções para para o campo das curiosidades e preocupemo-nos com as nossas necessidades reais comparadas àquilo que verdadeiramente temos..

8 de setembro de 2013

Comissão de Ética da AR = Comissão de Promoção da Corrupção

Não acredita no título porque só crê na papa já mastigada que os conglomerados de média, que são puras ferramentas de propaganda política, lhe impingem? Não nota que essa papa já trás o veneno dentro para lhe pôr a grilheta mental e continua a votar em quem lhe saca o que é seu e vive à sua conta.

[Clique no título do post para ler a continuação]

26 de agosto de 2013

FOGOS FLORESTAIS. LIMPEZA DA FLORESTA


Em plena época de fogos florestais, há inúmeras lamentações acerca da falta de limpeza das florestas, o que mostra a importância desta como factor preventivo da catástrofe que nos assola anualmente. Mas, infelizmente, não se vê uma medida eficaz para garantir uma limpeza adequada e evitar os dramáticos fogos.

Tal limpeza tem custos e muitos pequenos proprietários não possuem meios financeiros para a fazer e dar destino aos produtos retirados das matas. As autarquias também não olham para o problema com tanto sentido de responsabilidade cimo quando decidem fazer obras de ostentação como rotundas nem sempre vantajosas a não ser para construtores e corruptos.

Ler mais...

15 de agosto de 2013

Vamos Lá Puxar Pela Memória

Agora que se fala tanto da relação, digamos, heterodoxa, que o novo ministro dos Negócios Estrangeiros manteve com a Sociedade Lusa de Negócios, proprietária do BPN, talvez seja o momento indicado para puxar pela memória – não é preciso fazer um grande esforço – e recordar outra grande figura que também manteve uma relação, digamos, pouco católica, com o banco liderado por Oliveira e Costa.

[Clique no título do post para ler a continuação]

13 de agosto de 2013

FEDERAÇÃO DE GRUPOS CORPORATIVOS


Em boa verdade, Portugal não pode considerar-se um Estado unificado, congruente, consequente. Não é ditadura mas também não é democracia. Parece uma FEDERAÇÃO DE CAPELINHAS ou de confrarias, ou de corporações ou de bandos em que cada um dos seus elementos usufrui de direitos próprios, não publicitados mas reais, de benefícios à custa do sacrifício da grande maioria anónima. Os políticos, os juízes principalmente os do Tribunal Constitucional, os «observatórios», as fundações, as PPPs, etc, etc . Cada uma destas fracções, de acordo com as cumplicidades e com as conivências com o Poder formal, usa e abusa de regalias que são excepção à Lei Geral. Até parece que não existe qualquer Lei Geral, pois as excepções em benefício de um ou outro ou todos estes grupos corporativos são regra seguida na generalidade.

Ler mais...

4 de agosto de 2013

DESCREDIBILIZAÇÃO DOS PARTIDOS


O conhecido jornalista Pedro Baldaia inicia o seu artigo de hoje no DN, «Rioísta me confesso», com a frase «as sondagens desta semana mostram que se acentua a descredibilização dos partidos».

Realmente, desde há muito que são notórios os sintomas de tal fenómeno, como há cerca de um ano ficou sublinhado em Carreira Política. Nesse sentido, o actual ministro dos Negócios Estrangeiros, com a sua larga experiência política, criticou a "podridão dos hábitos políticos".

Ler mais...

14 de julho de 2013

DÚVIDAS ACERCA DA CRISE


Perante uma situação grave, são aceitáveis as dúvidas, as interrogações e as sugestões, até que a decisão seja tomada, ou a daqueles a quem não caiba a decisão mas que gostam de compreender e de analisar os problemas. Com a devida vénia,vou aqui aproveitar muitos elementos de análise do texto publicado no blogue no Blog O TRIUNFO DOS PORCOS.

Não é fácil entender, à luz da democracia e da Constituição, a salgalhada política em que nos debatemos. É arrepiante a aparente insanidade de uma grande parte dos nossos responsáveis políticos, a começar pelo Presidente. Ou estão demasiado baralhados ou, de tão embrenhadas na contemplação das folhas, as pessoas ficam incapazes de ver a floresta. Prendem-se com pequenos aspectos marginais e deixam escapar a magnitude do problema que afecta PORTUGAL, os seus cerca de 10 milhões de habitantes actuais e as próximas gerações vindouras.

Ler mais...

11 de julho de 2013

O Presidente das Falácias

Portugal é uma sociedade que vive na mentira e da mentira numa corrupção contínua onde quem melhor mente é quem ganha por o povo desmiolado nem se dar conta e em lugar de reflectir pelos seus próprios meios se limitar a papaguear o que os que o usam lhe impingem. As falácias deste mostrengo já vêm de há décadas. Os desmiolados papam-nas e querem mais. Ele dá.

[Clique no título do post para ler a continuação]

9 de julho de 2013

UM MOVIMENTO NECESSITA «IRREVOGAVELMENTE» SER INICIADO


A política Manuela Ferreira Leite tem dado provas da sua clarividência e isenção, nos alertas, avisos e críticas, sempre de forma construtiva, que tem feito ao Governo a propósito dos vários erros que os fanáticos fixados nas pessoas que detêm o poder aplaudiam cegamente e que, agora, o próprio Vítor Gaspar confessou na carta de demissão endereçada ao PM.

Se os conselhos da ex-ministra e ex-presidente do PSD tivessem sido ouvidos e tomados em consideração, provavelmente, o País já teria dominado a espiral recessiva e não teríamos de suportar os graves sacrifícios da austeridade obsessiva repetidamente agravada.

Ler mais...

24 de junho de 2013

MAIS DO MESMO


O Sr ministro Poiares Maduro, aparentemente, vindo de longe e sem ainda ter concluído o seu estudo analítico da situação com que os portugueses se debatem, apressou-se a manifestar a sua boa intenção dizendo querer oferecer esperança aos portugueses. Terá de ficar-se pela intenção porque os portugueses, há mais de dois anos, ouvem tais promessas («garantidas» e asseguradas») sem deixarem de ver a sua fome aumentar bem como o desemprego e os sacrifícios da austeridade excessiva e sucessivamente agravada. Por isso, as palavras generosas e supostamente bem intencionadas são «mais do mesmo».

Ler mais...

20 de junho de 2013

OS POLÍTICOS NÃO QUEREM APRENDER, POIS NÃO LHES FALTAM BOAS LIÇÕES

Martin Schulz, presidente do Parlamento Europeu, está de visita a Portugal e. ao referir-se à necessidade de enfrentar o problema do desemprego jovem na Europa disse que esta precisa de acabar com declarações agradáveis”, até porque “os cidadãos esperam acções concretas”.

Mas, ao invés desta boa norma, os nossos governantes continuam com fantasias de reformas, de projectos, de «cenário» de recuperação, etc. nunca concretizados que vão sendo referidos com repetidas variantes, parecendo pretender criar esperanças num futuro risonho, mas de que o resultado não deixa de ser o agravamento da espiral recessiva, com mais dura austeridade, mais desemprego, mais cortes, mais fome e mais pobreza.

Seria benéfico para os portugueses e para a imagem dos Governantes que os políticos, em geral, procurassem fazer um esforço de aprendizagem do melhor que se pensa, se diz e se faz em países bem governados.

Imagem de arquivo

12 de junho de 2013

O Grande Bluff dum Pulha

A página do Cavaco no Facebook utiliza um filtro que encobre os comentários contra por escolha manual. Eles aparecem apenas para o autor desde que ele tenha feito o login no Facebook.

[Clique no título do post para ler a continuação]

7 de junho de 2013

O AMIGO ANTÓNIO MANTÉM-SE ACTUALIZADO


Desde 3 de Abril de 2012 não tenho trazido aqui referências ao meu Amigo António, não por culpa dele mas por falta de disposição minha. Ele continua com um raciocínio bem claro e actual, fruto dos seus vários contactos e da sua desapaixonada reflexão.

Hoje assisti passivamente a uma sua conversa com um fanático fixado nas pessoas que detêm o poder e, segundo o qual, tanto o PR como o PM só possuem virtudes e pode aplicar-se a cada um a frase outrora dita pelo primeiro «nunca erro e raramente me engano».

Ler mais...

31 de maio de 2013

GOVERNANTE EM CAMPANHA PELA OPOSIÇÃO, «POR ENGANO»


O secretário de Estado Pedro Lomba, participou numa acção de campanha autárquica do PS e diz ter-se tratado de engano. Não parece credível nem edificante um governante cometer enganos deste género. Eles devem usar da dignidade suficiente para poderem afirmar «nunca erro e raramente me engano»

Ser governante significa, ou deveria significar, aos olhos dos cidadãos ser uma pessoa adulta, competente, sensata e com todas as qualidades do mais alto grau. Mas se isto seria o desejável, as realidades, infelizmente, mostram ser muito diferentes.

Ler mais...

14 de abril de 2013

REFORMA DO ESTADO ATÉ AO FIM DO MÊS


Depois de quase dois anos a prometer a REFORMA ESTRUTURAL DO ESTADO, o Governo espera terminá-la até ao fim do mês.

Para reorganizar e para reestruturar existem duas Instituições com muitos séculos de história que devem se apreciadas e, de forma inteligente, imitadas. São a Igreja e as Forças Armadas. Ambas têm sobrevivido a dificuldades e momentos de quase rotura, e os seus métodos têm sido aperfeiçoados e permitem a sobrevivência com eficácia e modernização.

Ler mais...

10 de abril de 2013

GOVERNO NÃO QUER COLABORAÇÃO !!!


O Governo pretende apenas aplausos às suas teimosias do «custe o que custar» fazendo recordar o slogan «orgulhosamente sós» de tempos idos.

Não tem falta de colaboração, quer da oposição quer de comentadores quer manifestações populares mais ou menos numerosas, em que ao lado das críticas construtivas aparece a afirmação do descontentamento e da indignação, mas também sugestões de medidas adequadas à melhoria do bem-estar das pessoas e do crescimento da economia.

Ler mais...

GOVERNAR COMO CONDUZIR AUTOMÓVEL


Por considerar dever dar mais destaque ao texto de um comentário, transcrevo-o para aqui com pequenos retoques:

A serenidade, ao contrário da exaltação descontrolada constitui um valor a manter e a rendibilizar para a reflexão, a inovação e a produtividade no melhor sentido e para os melhores efeitos.

Mas da reflexão não deve resultar uma IDEIA FIXA, dogmática. Com efeito, não há verdades absolutas senão em mentes débeis de cruéis ditadores autoritários e dominadores pelos piores métodos. Tudo é relativo e tudo está sujeito a incontáveis factores, em permanente evolução, que exigem rever a acção em cada momento, adaptando-a a alterações ambientais, circunstanciais. Viver ou governar constitui uma actuação do género da condução automóvel em que o volante da direcção não pode ser desprezado um só momento, a fim de fazer face, com eficácia, às condições da estrada e a tudo o que nela se passa ou pode vir a passar-se.

Ler mais...

9 de abril de 2013

PASSOS PROMETE CONTINUAR...


É sempre animador continuar a marcha quando os passos estão orientados para objectivos válidos a atingir pelo caminho mais adequado. Mas se os passos anteriores nos desviaram da boa direcção, há que pegar na bússola e ver para que lado nos devemos orientar e escolher o melhor caminho. Na vida nem sempre é fácil voltar atrás e há que procurar remediar os erros feitos e tirar daí as lições mais úteis para o caminho a percorrer.

É fundamental pensar antes de decidir e depois, em vez de teimar no «custe o que custar», é preciso estar atento para corrigir qualquer desvio mesmo que pequeno da rota que nesse momento parecer a melhor, a fim de os passos conduzirem ao objectivo mais desejado pela forma mais eficaz. A condução automóvel em que as mãos devem estar permanentemente a accionar o volante, sem o fixar, constitui um bom exemplo para a vida prática.

Ler mais...

6 de abril de 2013

Ministro Rouba M€4 e Assassina os Roubados

Portugal é dos países do mundo com mais acidentes rodoviários, constato plenamente justificado pelo conhecido ditado de que «na estrada se vê o civismo de um povo». Nestas infelizes circunstâncias, os programas de prevenção.

[Clique no título do post para ler a continuação]

1 de abril de 2013

Coreia pode ser detonador


Onde está o homem está o perigo. Sem dúvida, mas a imprudência aumenta o risco. Brincar com objectos perigosos exige prudência. Mas, mesmo assim, pode acontecer ultrapassar o «ponto de não retorno». Toda a guerra é precedida de actos de ameaça, de «bluff», destinados a levar o adversário a um jogo de cedências e benefícios, para chegar a um acordo em que ambos fiquem satisfeitos, sem necessidade de recorrer ao conflito armado.

Ler mais...