Mentira!

Neste blog e noutros sites do autor poderá prever o futuro do país tal como o presente foi previsto e publicado desde fins da década de 1980. Não é adivinhação, é o que nos outros países há muito se conhece e cá se negam em aceitar. Foi a incredulidade nacional suicidária que deu aos portugueses de hoje o renome de estúpidos e atrasados mentais que defendem os seus algozes sacrificando-se-lhes com as suas famílias. Aconteceu na Grécia, acontece cá e poderá acontecer em qualquer outro país.
Freedom of expression is a fundamental human right. It is one of the most precious of all rights. We should fight to protect it.

Amnesty International


12 de abril de 2007

Frase de Milôr Fernandes

As frases que se tornaram célebres têm o condão de nos fazer meditar sobre as realidades da vida que, possivelmente, sem elas, nos passavam menos perceptíveis. O humorista, escritor e desenhista brasileiro Milôr Fernandes que se distinguiu na revista Cruzeiro com «o amigo da onça», disse um dia a propósito da corrupção nos tempos do Presidente Collor de Mello a seguinte frase:
«É preciso roubar hoje porque amanhã pode ser ilegal». Quando um amigo, num almoço de confraternização de hoje, me recordou esta tirada, logo me lembrei que ela também se aplica às realidades que se estão a viver em Portugal.

O Engenheiro (este formou-se no Instituto Superior Técnico!) João Cravinho quis que a AR iniciasse um corpo de legislação que combatesse a corrupção e o enriquecimento ilegítimo, mas a sua iniciativa não vingou porque os poderosos devem ter levado a sério as palavras humorísticas do Milôr, e o resultado foi o Cravinho ter ido para um exílio dourado no estrangeiro de onde não pode incomodar os ambiciosos que acham que «O poder só tem significado quando é usado» e abusado. E o cenário mantém-se em tudo quanto é autarquias, apito dourado, e muitas outras instituições públicas, de onde sai fumo com mais frequência do que o desejado.

Parece que os Poderosos estão com medo de serem afogados de repente e querem governar-se antes do fim, antes de vir a ser proibido. Para o náufrago, qualquer tábua, qualquer sombra, qualquer fantasma, contém em si a força da esperança de salvação. Os nossos notáveis agem como náufragos que se imaginam a afundar se, rapidamente, antes de obterem prestígio e consideração da parte dos outros. A ostentação, a vaidade de bem vestir, de um título de campeão em qualquer coisa, ou de grau académico e a visibilidade, passam a ser o móbil dos comportamentos, pisando os limites do bom senso e da ética e caindo no ridículo, na mentira, no embuste, nas falsas promessas, no faz-de-conta. Receiam perder as posições antes de enriquecerem, porque o dinheiro constitui para eles o único valor que julgam respeitável.
Mas, o povo, apesar de pouco esclarecido, é-o no grau suficiente para não comer toda a publicidade enganosa, para não acreditar nos vendedores de banha da cobra, para não aceitar todas as aparências.

Os detentores do Poder devem convencer-se de que o Milôr Fernandes era um humorista e o emitir aquela frase, estava a caricaturar a situação e não a dar mandamentos de boa conduta!!!

3 mentiras:

Paulo disse...

O "Povo"...esse paladino das ilusões.....
Abraço
Bom fim de semana

Savonarola disse...

Jogando com as tuas palavras, diria ainda mais - como os irmãos Dupond e Dupont, do Timtim - que os políticos são os náufragos das suas próprias políticas. O povo, esse, como no Titanic, afunda-se com o navio que eles nunca souberam governar.
Um abraço amigo

A. João Soares disse...

O povo, pobre povo, é tão maltratado pelos políticos como a relva dos estádios de futebol o é pelos futebolístas. O que interessa é ganhar vantagem sobre o adversário, meter golos, ganhar votos, sem olhar o que ou quem está a ser pisado. Para o povo não há diferença entre democracia como esta ou ditadura.

Cumprimentos