Mentira!

Neste blog e noutros sites do autor poderá prever o futuro do país tal como o presente foi previsto e publicado desde fins da década de 1980. Não é adivinhação, é o que nos outros países há muito se conhece e cá se negam em aceitar. Foi a incredulidade nacional suicidária que deu aos portugueses de hoje o renome de estúpidos e atrasados mentais que defendem os seus algozes sacrificando-se-lhes com as suas famílias. Aconteceu na Grécia, acontece cá e poderá acontecer em qualquer outro país.
Freedom of expression is a fundamental human right. It is one of the most precious of all rights. We should fight to protect it.

Amnesty International


15 de junho de 2011

PR Nomeou Criminoso Conscientemente

Eleger ou nomear criminosos condenados não é ilícito em Portugal por não se encontrar mencionado numa constituição antidemocrática que afasta incondicionalmente aquele que numa democracia é o único soberano – o povo. Deixa assim as mãos livres à corrupção política, permitindo-lhe até legislar para tornar impunes todos os seus crimes.

Reconhece-se que a qualquer criminoso, após cumprimento da pena da sua condenação, lhe sejam reconhecidos todos os seus direitos cívicos e políticos, posto que pagou pela sua falta. Porém, o uso universal é que estes infractores percam o direito a ser elegíveis politicamente e sejam para sempre afastados de postos de responsabilidade política. O contrário – a sua aceitação -- só se verifica em ditaduras ou países em que os governantes cheguem ao poder à força, tentando ou não aparentar terem-no feito legalmente ou democraticamente, o que é uma farsa.

O Cavaco nomeou um primeiro-ministro criminoso, condenado por um tribunal criminal, entre outros, e com investigações sobre graves acusações judiciais em curso.

É este o Portugal do Cavaco, aquele em que ele também transformou o país, para além da miséria que em que o mergulhou. Haverá alguém que possa admitir que ele ignore as condenações e as investigações em curso (que certamente irão cedo ser arquivadas ou cujos processos desaparecerão de qualquer gaveta)?

Os lugares mais importantes na hierarquia do estado devem estar abertos a qualquer cidadão, independentemente das suas funções anteriores, da sua instrução ou outras qualificações, mas não da sua honestidade, dignidade ou idoneidade. As isenções de culpas nestes pontos devem ser investigadas, comprovadas e conhecidas (publicadas), previamente a qualquer eleição ou nomeação. Que a constituição não dê valor à moralidade dos políticos e tudo lhes permita, não implica que -- tal como nos países onde a honestidade dos políticos conta, este procedimento importante seja escamoteado por interesses obscuros ou qualquer outro motivo ou âmbito.

Para que não subsistissem dúvidas sobre a honestidade do Cavaco e a sua consciência de que iria nomear um criminoso condenado por um tribunal criminal para primeiro-ministro, alguém teve o descargo de consciência de lhe enviar um e-mail para o endereço que figura como seu contacto na página oficial da Presidência da República na internet. O conteúdo do e-mail, de simples carácter informativo, não necessitava de resposta, salvo relativamente ao protocolo de educação em geral ou oficial. Não obteve nenhuma, o que é, oficialmente, uma confissão e uma confirmação de má fé e de ronha. Sobretudo, se tivermos em conta ser da parte de alguém em que em mais de três quartos das suas declarações menciona desnecessariamente as obrigações protocolares do seu cargo como desculpa do seu comportamento.

Uma cópia desse e-mail chegou ao Blog da Mentira! e para constatação apenas, aqui se publica. Note-se, todavia, que a sua existência não afecta, não aumenta nem limita, nem nada muda à obrigatoriedade do Cavaco em estar a par de conhecimentos públicos e oficiais publicados (veja-se no link do 3º §). Tanto as condenações como as investigações em curso.


Texto do e-mail:

Para: belem@presidencia.pt
Data: 10-6-2011
Assunto: Nomeação


Exmo. Senhor Presidente da República,

Nos jornais e nos blogues lêem-se artigos inquietantes cujo conteúdo creio não ser do conhecimento de V. Ex., mas que estou certo serem do mais alto interesse. Sem me permitir qualquer comentário, creio apenas que V. Ex. ou algum dos seus Exmos. Conselheiros não os desejem ignorar, sobretudo quando parecem propagar-se. A descrição, que inclui documentos e jornais, encontra-se no link abaixo, entre outros, há já mais de uma semana.

Com os protestos da mais elevada estima e consideração, subscrevo-me,

De V. Ex.
Men. Crdo. e Atto. Vendor.
Assinatura + ID


[Link para o artigo revelador publicado nos blogs, por ser uma síntese com menção directa das fontes]


Evidentemente, o envio e a publicação deste e-mail desnecessário não têm outra finalidade que a de ceifar qualquer suposição de que o Cavaco não estivesse ao corrente. Quando ele decidiu nomear um criminoso condenado por um tribunal criminal (e outros) e com investigações judiciais em curso, estava bem consciente do acto imoral e criminoso que estava a perpetrar. Donde ele próprio juntou mais este crime aos que cometeu anteriormente contra o país (link do 4º §).

À luz deste simples facto assumido, como pode alguém contestar ou mesmo admirar-se por outros criminosos, na sua maioria ex-governantes ou do seu partido, assumirem ou terem assumido posições responsabilidade governamental ou nacional. Não é que Portugal é mesmo um paraíso para criminosos em que só pilha-galinhas são condenados e cumprem penas? Já sabíamos. O que, mesmo assim, alguns aparvalhados ainda esperavam era que o Cavaco tivesse realmente sentido de estado em lugar de se andar constantemente a desculpar com ditinhos estúpidos tais como: o presidente deve ou não deve fazer isto ou aquilo, o presidente não deve intrometer-se aqui ou ali, etc.

Palavreado de mestre-escola, claramente usado como desculpa e pedido de aprovação da sua incapacidade de intervenção ou recusa em efectuá-la, de desejo velado de «deixa estar assim». Porque um presidente que se interesse tem sempre oportunidade de intervir. Que mais não seja dirigindo-se à nação, o que ele soube tão bem fazer para se defender no caso pessoal das escutas, mas a que se nega no interesse do país. Cobarde impostor e vigarista.

A desinformação anti-social, escondendo tudo o que possa prejudicar as máfias oligárquicas, de acordo com o seu procedimento habitual, permitiu a eleição dum criminoso, assim como apoia todos os crimes dos políticos.

Este caso, assim como a quase totalidade das reclamações que lemos por todo o lado, tanto sobre injustiças sociais do âmbito das reformas milionárias ou as reformas dos deputados; como os ordenados inexplicáveis dos parasitas do estado; as constantes nomeações afrontosas, a impunidade dos crimes dos políticos e a sua capacidade em legislarem em sua defesa; os assaltos aos lugares da administração pública pelos parasitas incapazes em lugar de concursos, deixando cada vez mais os mais capazes e habilitados no desemprego. Portugal é o país da Europa em que, proporcionalmente, se encontram no desemprego mais pessoas com maior qualificação. Eis aqui o porquê.

Nota:
Os esclarecimentos sobre os crimes do Coelho encontram-se no link do terceiro parágrafo.
Para os amnésicos, sobre como o Cavaco destruiu o pais, encontra-se no link do quarto parágrafo e também aqui e aqui.

21 mentiras:

Maria disse...

Os amnésicos dos portugueses não encarrilham nem por nada, não entendo onde as pessoas vão buscar inspiração para eleger estes nossos governantes. Não entendo onde bebe o povo informações que os levem a votar, a seguir, a escutar e mesmo a abanar bandeiras... em nome deles.
Há algo aqui que ultrapassa o razoável, será que estamos todos cegos ou loucos? Pq não acontece nada a esta gente? Porque ninguém se ergue contra esta gente ... mas não...!!! ainda há quem os defenda e apoie com votos.
Estamos cegos e loucos, só pode!!!

A. João Soares disse...

Zita,

Não gosto que um português se refiara aos amnésicos dos portugueses, prefiro que se diga «nós portugueses somos amnésicos, etc». É que estamos todos metidos no mesmo saco e teremos de ser nós todos a resolver o problema. A não ser aqueles que nada fazem e ficam à espera que lhes ponham em cima da mesa a papinha feita.
«Porque ninguém se ergue contra essa gente?» É uma boa pergunta, mas, certamente, ainda não nos erguemos porque não temos solução garantida para o dia seguinte. Só depois desse objectivo, plano e programa de acção é que podemos e devemos eliminá-los. No século passado houve três revoluções significativas e todas elas tiveram o dia seguinte pior do que aquilo que estava antes. Porquê? Porque foram feitas por incompetentes que não planearam bem o que queriam. Derrubar um regime não é difícil, o difícil é implantar outro que seja melhor.
A Zita poderá dizer-nos que ideias tem para o dia seguinte, que alternativa tem para a podridão actual? Que remédio tem para acabar com a nossa amnésia colectiva?
Sugiro que medite no que foi exposto em:
Actualidade e futuro próximo
Onde Estamos? Para Onde Vamos?
É indispensável Pensar antes de decidir ou antes de escrever.

Cumprimentos
João

Mentiroso disse...

Caro A.J.S.

As suas dúvidas são justificáveis, mas têm resposta.

Não se pode dizer «nós amnésicos» pela simples razão que quem disser «nós» também deverá sê-lo, ou então a pessoa do verbo conjugada não corresponde com a realidade. A maioria dos amnésicos é realmente esmagadora e preponderante, mas há alguns que não estão amnésicos, como é o seu próprio caso o da Zita ou o meu. Creio que isto está provado por termos referido tantas vezes as nossas memórias, e não somos os únicos.

«Porque ninguém se ergue contra essa gente?» Infelizmente, também tem resposta e justificação. Embora o ditado «dividir para reinar» não possa explicar tudo, o certo é que a divisão existente aliada à falta de civismo, à desinformação e manipulação das informações com a falta das úteis que tornou o povo ignorante, à irresponsabilidade, à inconsciência da defesa pela associação, não existe o conhecimento nem a mentalidade de resolver qualquer problema usando a associação. A associação é a arma dos cidadãos nos países democráticos, mas Portugal não é um país democrático, poi que não nenhum dos costumes que lhe permitiriam sê-lo, a começar pelo civismo, em que todos confundem educação com cinismo, cobardia e punhalada nas costas como método correcto de resolver as divergências. O que os portugueses gostam é daqueles que se comportam como reles ordinários. Nem de outro modo se pode explicar o sucesso da Manela Leiteira em implantar no parlamento a mais baixa ordinarice de sempre em Portugal, que até agora teve continuidade por merecer a aprovação geral. Ouviu alguém ou algum jornal condenar esta ordinarice? Pois não, admitem-na por se compararem a eles. é só.

Como pode alguém crer que desta forma possa existir algo semelhante com a democracia? Nem de longe.

Não pode haver «solução garantida para o dia seguinte» devido à mesma incapacidade citada atrás. Por isso que é possível que o que se passou no séc. passado venha repetir-se dentro de um ano ou dois. Não há saída por não haver alguém competente para a dirigir.

A maneira de acabar com a amnésia colectiva é controlando as empresas de informação (veja o cabeçalho deste blog), não na profissão, mas estabelecendo uma muralha entre elas, os políticos e o dinheiro.

Não há viabilidade e não se pode continuar.

Maria disse...

Caro A. João, se passar um olhar no meu blog e em vários comentários que tenho feito dá para vislumbrar que a minha memoria não esta afectada nem pelo tempo nem pela manipulçao.
Clara e vincada a minha memoria tem acompanhado estes anos todos este apagar da democracia real mantendo apenas a denominação, para os que não sabem mais do que aquilo que lhes dizem. Já encontrei pelo menos UMA FORMA DE ACÇÃO que poderia ter impacto se eu tivesse acesso a muita gente. A minha intenção é Valorizar a abstenção e dar-lhe o significado real que ela tem. O voto é a palavra do povo, como tal não são os políticos que tem que definir o valor da abstenção. É muito fácil para eles chegar e dizer que a abstenção foi pq as pessoas foram á praia, ou são anarcas, ou não respeitam os seus direitos e deveres. E é mt fácil pq para eles é conveniente que assim seja. E NÓS POVINHO TONTO mais uma vez aceitamos que subestimem a nossa palavra a nossa vontade e a reduzam a uma ida a praia preguiçosa.
Eles sabem muito bem que a abstenção NÃO É DA IDA Á PRAIA PORQUE PRAIA SEMPRE HOUVE.Infelizmente as pessoas alinham e o significado da abstenção já esta a ser distorcido. A abstenção é o descontentamento com o sistema, não com os partidos ou os lideres, mas a permissividade do sistema. O total alheamento do poder politico da lei. São impunes são intocáveis corruptos e milionários.
A ABSTENÇÃO TEM QUE SER VALORIZADA O VOTO EM BRANCO JÁ O FOI AGORA TEM QUE SER A ABSTENÇÃO PQ ESSA SIM VAI MOSTRAR QUE QUEREMOS OUTRO REGIME. Nós não somos cegos apenas estamos presos a uma falsa democracia onde falsamente fingem que nos ouvem.

A. João Soares disse...

Cara Zita,

Se passar os olhos pelos meus blogs notará que também tenho memória e se investigar o meu passado ficará a saber que nunca fui considerado estúpido de todo!!! Mas confesso que depois deste seu elogio da abstenção acima do voto em branco, fiquei sem saber se considera que os atributos da abstenção não se aplicam ao voto em branco. Perante isso, decido alinhar na abstenção à continuação desta polémica sobre nada+nada=noves fora nada.

Cumprimentos
João

Maria disse...

A.João ... em momento algum insinuei sequer que era estúpido ou estúpido de todo. As referencias que faço á estupidez, quando muito são generalizadas ao povo. E creio que concorda que existe muita gente embrutecida, cega, inerte talvez pelo cansaço...
O que eu pretendia era que não deixássemos que os políticos ridicularizassem a abstenção, como eles estão a fazer. Eles sabem muito bem pq é que as pessoas não votaram. Mas querem fingir que ninguém sabe de nada, ninguém sabe da corrupção impune que cresce na esfera politica.
Eu não pretendo que a Abstenção se sobreponha ao voto nulo ou em branco, mas que mostrem algo diferente. Se o voto em branco, (como dizem os teóricos que logo por azar são políticos)significa que os partidos têm que se reestruturar ou mudar, a Abstenção tem que ter significado e ser valorizado como tal, NÃO VOTAR SIGNIFICA QUE AS PESSOAS JÁ PERDERAM A ESPERANÇA, JÁ NÃO ACREDITAM NO SISTEMA, JÁ NÃO ACREDITAM NOS DIREITOS, JÁ NÃO QUEREM PACTUAR MAIS COM OS POLÍTICOS ... OU SEJA QUEREM MUDANÇAS NO SISTEMA... NÃO NOS PARTIDOS. Primeiro tem que se mudar o sistema só depois os partidos. Aliás acredito que quando o nosso sistema politico ficar fiscalizado, controlado, exposto á lei, limitado à democracia, os próprios partidos vão querer mudar e vai haver muitos menos candidatos desesperados pelos melhores "empregos do País"(hihihi) . Este vídeo mostra o que é democracia. (Suécia)
http://www.youtube.com/watch?v=3aC4A7bSnXU
onde os políticos não tem nem metade das regalias de Portugal.

Maria disse...

Li os textos que mencionou. Mas, eu e milhões de portugueses já estamos na fase em que perdemos a fé e a confiança na mudança. Apesar de aceitar que milhões de portugueses aceitem a mudança do governo como sintoma de coisa boa, para mim é mais do mesmo, só mudam os fantoches.
Temos que ser nós a parar isto, certamente não podemos esperar que os políticos ponham regras a eles próprios, limites, que se julguem e que se fiscalizem... pq hão-de eles querer mudar? Eles estão no paraíso... nós é que estamos no inferno.

A. João Soares disse...

Zita

Concordo com a sua frase
«Temos que ser nós a parar isto, certamente não podemos esperar que os políticos ponham regras a eles próprios, limites, que se julguem e que se fiscalizem...»

Temos que sr nós, realmente, mas só a união faz a força. E essa união exige hierarquia, organização, regras (disciplina) e criar método de trabalho. Para se modernizar uma cidade não basta demolir, são indispensáveis ideias, planos, projectos e esforço de construção. Em Cascais demoliu-se há muitos anos a praça de touros para fazer... já se falou de vários projectos mas a Câmara não os tem aprovado, colocando óbices, mas não dizendo o que prefere, o que pretende para o local. A burocracia, sempre à espera da corrupção activa, mantém Portugal parado, isto é, em progressiva degradação.

Um erro sobressai: os governantes e as autarquias consideram-se donos de Portugal quando os donos são os cidadãos colectivamente. Os autarcas e os governantes são apenas mandatários do povo.

Mas a nossa atitude não pode limitar-se a críticas demolidoras, tem de haver ideias, propostas. Temo-nos habituados aos orgasmos simplesmente eróticos sem finalidade de procriação! Detesto críticas arrasadoras sem delas surgir nenhuma ideia construtiva, viável, prática, com laivos de eficácia. Não é preciso imitar os tunisinos ou os egípcios, pois seremos capazes de fazer de outra forma mais adequada às nossas condições. Portugal merece a nossa dedicação edificante.

Cumprimentos
João

Maria disse...

Não confundamos criticas demolidoras com alertas esclarecedores. O que eu tento fazer é alertar, acordar, mostrar o que posso.
Trazer ao máximo de gente possível aquilo que se esconde por trás da propaganda e manipulação politica. Eu não posso criticar um governo que ainda não fez nada, apenas critico um sistema e um regime que lhes vai permitir fazer tudo e por mais asneiras que façam, não responderão perante ninguém. Como se não fosse a vida económica e social de um país inteiro que estivesse em jogo.
"Temo-nos habituados aos orgasmos simplesmente eróticos sem finalidade de procriação!"
Pois, isso é uma das coisas que critico, ( http://apodrecetuga.blogspot.com/2011/06/escrever-em-blogs-de-causas.html )escrever ou criticar só em busca do prazer que isso nos dá a nós próprios. Mas vejamos, eu abdico de algum prazer para tentar ser mais concreta e chegar a mais gente. Não podemos esquecer que o primeiro passo é alertar o máximo de pessoas possível. Se encontrarmos receptividade e vontade aí sim ...impõe-se um plano e atitudes mais concretas. Há que mostrar que somos cada vez mais a abrir os olhos e aqueles que pensam como nós saberem que não estão sozinhos nem são paranóicos. Existe mesmo um regime politico em Portugal que acabou com a democracia e implementou a oligarquia. etc etc

A. João Soares disse...

Muito lindo, muito lindo... Mas continua a chover no molhado. É imperioso e útil que a uma crítica se siga uma sugestão, uma pista que nos mostre uma ou mais formas de melhorar aquilo que achamos mal.

Um professor, num curso especial pós-graduação ensinava que uma crítica deve começar por elogiar algo que seja bom, mesmo que seja uma coisa insignificante (por não se encontrar uma de fundo!) de depois dizer «contudo» (however)... e então começa-se a referir aquilo com que se discorda. No nosso caso em que temos interesse em que se corrija o rumo das coisas, não podemos deixar de indicar soluções possíveis. E isto dá credibilidade à intenção e seriedade da crítica. Dessa forma se arrastam mais aderentes a uma causa.

Maria disse...

http://apodrecetuga.blogspot.com/2011/05/todos-se-perdem-defender-partidos.html#more

sobre objectivos
http://apodrecetuga.blogspot.com/2011/06/falar-mal-por-falar-nao-adianta.html

sobre falar por falar

Eu, e talvez erradamente, sinto que estou a estabelecer um objectivo e um método. Vou tentar ir directa e ver se se torna visisvel.
OBJECTIVO- repor a democracia, acabar com a impunidade dos políticos, com o poder ilimitado, com os cargos milionários, com as passagens do poder sempre pelos mesmos.
MÉTODO- atingir o máximo possível de abstenção sempre que haja eleições, alertar, com linguagem corrente o máximo de pessoas possíveis, permitir que os políticos aceitem a abstenção como aquilo que ela representa e não como uma conveniente preguicite ou desleixo.
PLANO B -SE as coisas correrem melhor que o esperado, e se houver adesão a esta vontade, talvez não seja necessário esperar por eleições e haja uma forma menos pacifica e menos formal de começar isto. Falo de uma manifestação de rua como a que se tem passado em Espanha. Eles acampam em zonas estratégicas do país durante semanas. ( tem acompanhado nas noticias?)

como pode ver está ai o meu CONTUDO. E falo bem da democracia, critico o estado das coisas e sugiro uma atitude.
TEXTO CITADO DO MEU BLOG
Creio é que todos os blogs sobre este assunto, se pretendem ter impacto devem ser breves concisos e dirigidos ao cerne da questão. E deixar sempre bem claro o que é que se pretende fazer para mudar.
Eu no meu caso apelo ao não voto. E procuro outras ideias de igual impacto. Manifestações de rua, já são comparáveis a "festas da cidade", não causam impacto.

Contudo as pessoas ainda ocorrem ás urnas para consentir neste desgoverno. Temos que ficar em casa ou onde quiserem menos nas urnas eleitorais, e mostrar que já sabemos há muito que o voto não é um direito, mas uma maça envenenada que serve para mostrar ao mundo e ás estatísticas que se um partido está mal os portugueses tem outro. Mas não, nós já não temos ninguém, já lá estiveram todos e os escândalos , os tachos, a corrupção, o despesismo foi sempre o mesmo.
Então O QUE É QUE TEM QUE MUDAR? A LEGISLAÇÃO QUE REGE OS POLÍTICOS E GOVERNANTES É QUE TEM QUE MUDAR. CHEGA DE DEIXAR O CELEIRO DE PORTUGAL ENTREGUE AOS RATOS.SEM VIGILANTES OU REGRAS. A OCASIÃO FAZ O LADRÃO E OS POLEIROS PORTUGUESES SÃO UMA DOCE TENTAÇÃO SEM CONSEQUÊNCIAS.

Mentiroso disse...

Cara Zita,

O problema principal sobre o assunto focado é o procedimento arrasador dos jornaleiros para contrariarem e modificarem o curso normal d0os acontecimentos. Um dos últimos exemplos é o dos feriados. Os canalhas vêm dizer que as pessoas têm muitos feriados, fazem muitas pontes e que isso custa ao estado. Já alguém os ouviu a contar como nos outros países se fazem muito mais pontes, que começaram a fazê-las décadas antes de nós e porque isso não custa mais ao estado? Não, isso não dizem, que não vai ajudar os políticos a diminuir os feriados. Quanto a estes, se são demasiados é por a cada meio sécule existe um movimento político que lhe acrescenta um. Assim, temos um 25 de Abril e um 5 de Outubro que são uma afronta à liberdade, um cópia do que se passa em países atrasados e ditaduras, Vêem-se países europeus com feriados desse tipo?

A. João Soares disse...

Cara Zita,

No meu comentário de dia 17, expus a seguinte dúvida que esperava por um esclarecimento seu «Mas confesso que depois deste seu elogio da abstenção acima do voto em branco, fiquei sem saber se considera que os atributos da abstenção não se aplicam ao voto em branco».

Agora no seu último comentário verifico que se trata de uma obsessão sua pela abstenção e que espera obter com ela a união do povo para «manifestações de rua» destinadas a «repor a democracia, acabar com a impunidade dos políticos, com o poder ilimitado, com os cargos milionários, com as passagens do poder sempre pelos mesmos», enfim, mudar o regime. Ora o apelo para a abstenção pode propiciar a preguiça, o desinteresse, o afastamento, a indiferença, a aceitação, a acomodação, o "seja o que Deus quiser", etc. etc. Com tal apelo não se pode esperar que a população se sinta com vontade de cooperar numa revolta ou simples manifestação. Nesse aspecto o voto em branco que é uma atitude voluntariosa de afirmação do desejo de mudar o regime, é mais propício a unir os eleitores para uma acção colectiva com resultados visíveis.

Também não vejo a lógica em defender a democracia e afastar os eleitores das eleições através da abstenção. Então para que serve a democracia? Como é que o povo pode participar nela, e usar a soberania que lhe pertence, de que é detentor? Portanto o MÉTODO não pode conduzir ao OBJECTIVO que diz desejar a democracia.
Há muita legislação a criar e muita a eliminar e alguma a alterar profundamente, para atingir os seus OBJECTIVOS. Mas aquela que não interessa aos interesses pessoais dos políticos será difícil mudar

«Apelar ao não voto» não é atitude de quem diz defender a democracia.
A democracia teoricamente poder directa ou representativa. Mesmo a directa acaba por ser através de representantes. Os representantes colectivos têm que ser escolhidos através de eleições , que podem ser efectuadas de diversas formas, por exemplo concelhias (escolhendo os conhecidos!), depois outras distritais escolhendo de entre ao eleitos pelos concelhos e, por fim, as nacionais escolhendo entre os apurados nos distritos… ou de outra qualquer forma viável e sem custos incomportáveis.

Com isto quero passar a ideia de que não compro a sua doutrina e duvido que alguém, que pense serenamente, o fará.

Cumprimentos
João

Maria disse...

O voto em branco já tem destino e significado, por isso quem o usar já sabe o que vai transmitir. Voto em branco significa que os partidos tem que mudar e reestruturar-se. Enfim, umas tretas preestabelecidas pelos políticos e no interesse dos políticos...óbvio.
Não votar, será como diz, abdicar da democracia, se a essa atitude não for atribuído o real significado que tem. Sabemos há muito que a crescente adesão ao abstencionismo prende-se com a revolta, ainda individual e calada, daqueles que já não suportam saber o que os políticos fazem e dar-lhes o voto/apoio.
Eu não estou obcecada com nada, aterrei aqui e agora e reparo que os políticos dão um significado á abstenção que não corresponde á verdade.. espanto-me e mais me espanto ainda quando vejo as pessoas aceitar que assim seja como se os políticos fossem sempre donos da verdade!! Eles são sempre manipuladores, nunca verdadeiros.

Isso sim não é democracia, nós queremos mostrar revolta e gritar que não queremos mais corrupção despesismo e eles pura e simplesmente sufocam o único canal de comunicação que temos... o voto ou o não voto.

http://www.gopetition.com/petition/29668.html

Descobri hoje alguém que também partilha algumas destas ideologias. Se quiser assinar a petição e dar uma vista de olhos nesse blog "SOCIOCRACIA". Quanto a mim não me restam muitos mais argumentos. Noto em si alguma relutância e enraizamento a uma fidelidade á nação e políticos que não lhe permitem o desligamento necessário para ver certos prismas das coisas. respeito esse seu respeito á nação e políticos, mas lembre-se que há quem já não o tenha.

Maria disse...

caro Mentiroso
Esta situação arrasta-se e já magoa, saber que os políticos conseguem fazer o que querem da opinião pública. Se na França houve manifestações para não se legalizar a reforma aos 62 anos ainda há pouco tempo, nós em Portugal já temos há muito tempo legalizado a reforma aos 65. Isto pq os nossos governantes sabem que os portugueses são mansos? Ou facilmente amansados. Aceitamos mais depressa e mais facilmente que o governo nos prejudique? É isto que não entendo... O que faz dos portugueses um povo tão desorganizado, ou desorientado.

Mentiroso disse...

Vou meter a colher, tentando o que me parece ser alguns esclarecimentos.

O que não é um esclarecimento, mas um puro constato é que em Portugal, democracia é uma coisa que não existe. O que existe é uma máscara com esse nome aposta a um sistema bem definido, tanto por tradição como por significado do termo ou conhecimento geral mundial, o qual pode ser encontrado em qualquer dicionário e comparado à realidade e não a suposições nem afirmações: oligarquia. Pois, já sabemos, em Portugal ninguém usa dicionários; acham que sabem tudo melhor e por isso só dizem calinadas. Até muitos os médicos, por exemplo, dizem biópsia e entochicamento. São médicos iletrados, só em Portugal. Bem fácil, pois, de enganar um povo lorpa, ignorante, e estupidificado, mas a rebentar de pedantismo. Veja-se, então, na Wikipedia. À explicação lá contida pode acrescentar-se que é um sistema absolutamente idêntico ao do Estado Novo, com a pequena diferença de que existem muito mais partidos a comportar-se do mesmo modo. O único uso do voto nem é o de escolher os eleitos, visto à escolha ser feita depois entre eles, mas apenas o de escolher a oligarquia que vai governar com todos os direitos ao roubo e à impunidade. De governo para governo nada muda, a não ser a oligarquia no poder.

Daí que o voto não tenha qualquer interesse nem valor real. Contudo, abstenção provoca certamente o já enorme desinteresse pela condução do país, infelizmente, precisamente por o voto ser completamente inútil. Desta forma, o voto em branco torna-se como que um embrião de associatividade e oferece a possibilidade de ser uma demonstração de descontentamento colectivo, enquanto a abstenção não o manifesta e tem as consequências citadas acima, e o voto invalidado por estúpidos com ditinhos e desenhos apenas mostra o seu grau de atraso mental.

Nestas circunstâncias até facilmente se podem nomear criminosos, como aconteceu e descrito neste post.

Mentiroso disse...

Cara Zita,

O meu comentário precedente era para ter saído antes dos dois últimos, mas só depois os vi.

Não é só o voto em branco que «já tem destino». A tudo o que seja contra o poder corrupto é dada interpretação que inverta o sentido, exactamente do mesmo modo que os jornaleiros manipulas as notícias. É uma prática que já vem de longe. Idem para o descontentamento, idem para a abstenção, idem para o voto em branco, idem para tudo sem excepção.

As pessoas são fundamentalmente estúpidas, dada a desinformação e formatação a que foram submetidas por políticos corruptos e jornaleiragem em conluio. Está no cabeçalho deste blog deste a sua inauguração e já nesse tempo era velho.

Repito, e isto já o escrevi quase por todo o lado, falta a coesão nacional que nasce do interesse a que os mesmos partiram as pernas e do civismo, donde nasce o sentido de associação. Por isso pouco há a esperar dum povo transformado num rebanho de carneiros desmiolados. Só com grande sofrimento explode. Já que não se vê outro caminho, só resta a desilusão de que isso venha acontecer nestes anos mais próximos. Os portugueses não são como os gregos, nem o povo nem a polícia. Na Grécia há muito barulho, mas na realidade nada de mal acontece a esse nível. Certamente que em Portugal será diferente.

Devido às faltas constatadas atrás nem vale a pena debater o problema dos votos nas eleições, pois que jamais isso nos levará a qualquer coisa útil, seja qual for a adesão, que aliás nem existirá e que se existisse o seu significado seria virado em favos dos FDP.

O Sociocracia foi dos primeiros que encontrei e pode-se-lhe ver o link nas colunas deste blog e do Leão Pelado. Há muito que a sua autora prega no deserto com o mesmo resultado dos outros. As circunstâncias são sempre as mesmas e só mudarão como eu digo pelas razões de que falo.

Um exemplo dos jornaleiros está-se a ver neste momento na RTP-1, no Prós e Contras. Todos barafustam, mas todos escondem ao povo a realidade que verdadeiramente interessa. Todos hipócritas. Só o sociólogo Carvalho da Silva se aventura a dizer uma palavra sobre o assunto de vez em quando e logo tentam calá-lo, como a porca da jornaleira sentada à sua frente. filha dum politicoide corrupto como ela, claro, todos ligados, dum modo ou de outro.

Maria disse...

Mas espanta-me a passividade com que um senhor chegou, escreveu o que significa o voto em branco, o voto nulo, e a abstenção e o povo todo aceita isso como se de uma lei do universo se tratasse. No fundo todos sabemos que o voto em branco também é uma rebelião contra a corrupção assim como a abstenção ... mas isso nem ele nem nenhum politico refere ou referirá, porque jamais passaria pela cabeça de alguém que a corrupção fosse um problema em Portugal? E tal como a avestruz enfia-se a cabeça na areia e fingi-se que afinal o que preocupa os portugueses é a reestruturação dos partidos. Que manipulçao grosseira das pretensões do povo... que sufoco dos direitos democráticos... e pronto anula-se assim mais uma das poucas formas que o povo tem para se manifestar.

A. João Soares disse...

Cara Zita,

Acho graça à sua frase
«Noto em si alguma relutância e enraizamento a uma fidelidade á nação e políticos que não lhe permitem o desligamento necessário para ver certos prismas das coisas. respeito esse seu respeito á nação e políticos, mas lembre-se que há quem já não o tenha.»

Lembro-me de tudo isso, e de tal forma que não tenho apereço por qualquer político, considerando-os todos iguais nas formas de actuarem contra os interesses nacionais e em benefício do seu grupo oligárquico. Por isso defendo o voto em branco já desde há muito tempo, muito antes de ler Campos e Cunha, como pode ver, por exemplo, no comentário de 15-06-2009 (há dois anos) em
http://domirante.blogspot.com/2009/06/verdade-e-transparencia-e.html. Não me considere um adolescente inconsciente a falar por amor às palavras. Repare que Nação não significa políticos. Nação é o conjunto de portugueses. e a Nação, depois de organizada politicamente, torna-se Estado. Há Nações que não são Estado.

Portante, não rejeito o amor pela Nação. Não rejeito o Amor a Portugal e lamento que tanto os políticos como alguns sábios o pisem de forma tão vil por confundirem Governo com donos daquilo que é nosso, dos portugueses.

Para quem não tem enraizamento à Nação declaro o meu total desprezo, incluindo nísso muitos políticos. Para quem não tem enraizamento aos políticos, vai o meu aplauso, excepto para os que preferem ficar no conforto da casa em vez de lhes irem dizer todo o seu desprezo através do VOTO EM BRANCO.

Enfim, vejo que continua esperançosa em que Portugal melhore com a população a ser aconselhada à abstenção, isto é, à preguiça, ao desinteresse, ao afastamento, à indiferença, à aceitação, à acomodação, ao "seja o que Deus quiser", etc. etc.
Lamento muito tal obsessão, que não consegue defender com argumentos válidos.

Gosto de opiniões diferentes pois com elas aprendo, mas devem ser explicadas de forma credível.

Abraço
joão

Maria disse...

Caro A.J. Soares
Lembrei-me das suas palavras redutoras em relação á minha postura no valor da abstenção, ao ler este artigo de MOTA AMARAL no expresso.

"Por fim, o problema da abstenção, identificado como uma mancha nas nossas instituições democráticas. Sou absolutamente contra o voto obrigatório, pois abster-se é também uma atitude cívica, expressão de liberdade.
Impõe-se, um novo recenseamento, de base voluntária, que fique dando a imagem certa dos cidadãos portugueses que querem ser eleitores. Obviamente, quem não é eleitor também não pode ser eleito. Mas essa é a única consequência admissível da não inscrição nos cadernos eleitorais.
FONTE

Talvez ache que seja preguiça e desleixo, não votar, mas nós é quem somos donos do significado do voto, não somos carneiros mansos para permitir que o " adversário" decida o nosso valor , ou mesmo subestime as nossas atitudes.

A. João Soares disse...

Cara Zita,

Sem dúvida que cada um é livre de agir a seu gosto e conforme os seus interesses.
Os significados políticos do voto em branco e da abstenção, são muito diferentes.

Cumprimentos
João