Transcrevo o artigo de Ferreira Fernandes e acrescento uma Nota em que cito outro artigo, de Pedro Marques Lopes.
E que tal discutir política?
DN. 090908. por Ferreira Fernandes
O jornal i fez, ontem, o levantamento de algumas das exportações portuguesas durante o Governo de José Sócrates. Fez o levantamento, sim: aqueles negócios levantaram voo. Com a Venezuela (em quatro anos, quintuplicaram), Angola (triplicaram), Argélia (quadruplicaram), Rússia (triplicaram), Líbia e China (em ambas, quase duplicaram) e Jordânia (quase triplicaram)...
Esse sucesso foi acompanhado (e, em alguns casos, foi motivado) por uma diplomacia económica em que os governantes não se importaram de fazer de caixeiros-viajantes. Nesses destinos há um país muito importante (Angola, já o quarto comprador) e outros são mercados tentadores (bastava lá estar a China). Eis, pois, um balanço extraordinário - mas que merecia discussão, agora que julgamos quem nos governou nos últimos quatro anos.
Todos aqueles países são susceptíveis de crítica (mais uns que outros) sobre o seu comportamento democrático. Eu digo que sim, há que fazer esses negócios - e, daí, eu achar bons os resultados conseguidos.
Mas gostaria de saber se isso divide os partidos. Gostaria que na campanha se discutisse política. E não hipóteses de primos, hipóteses de asfixias e tricas sobre carros oficiais.
NOTA: Sobre o mesmo tema – conteúdo da campanha política - e com o titulo As eleições sem política, Pedro Marques Lopes, em estilo diferente, refere a predominância da política com p muito minúsculo e a ausência da verdadeira Política, a arte e ciência de governar que, neste momento, devia traduzir-se em projectos estratégicos, em propostas honestas, para o futuro de Portugal com incidência nas gerações mais novas e na qualidade de vida de todos os portugueses.
Perdem tempo em questiúnculas secundárias que procuram desgastar a imagem dos concorrentes ao pódio, sem mostrarem o que cada um tem de válido para os portugueses.
Sendo as eleições comparadas a uma competição atlética, constatamos a péssima qualidade dos concorrentes que preferem dopar-se para melhor rasteirarem o competidor em vez de evidenciarem a verdadeira força dos seus músculos e as suas capacidades físicas e mentais.
Na minha situação de vulgar cidadão, sem obrigação para qualquer dos partidos, concluo que, após as eleições, tudo irá continuar na mesma, sejam quais forem os vencedores.
São todos iguais: desprezam a verdadeira Política e apenas se preocupam com a politiquice interpartidária que se sobrepõe aos reais interesses nacionais; ignoram e desprezam a ética e são todos coniventes com as palavras de um seu parceiro que disse que ética e política são líquidos não miscíveis; ninguém se opôs à candidatura de pessoas suspeitas e arguidas que não inspiram confiança ao eleitor honesto e escrupuloso; todos votaram a lei de financiamento dos partidos a que nenhum cidadão medianamente informado ficou indiferente; nenhum tomou uma atitude frontal, bem visível, a favor do combate efectivo à corrupção e ao enriquecimento ilegal; todos aceitam a bagunça em que o País vai vivendo sob a ameaça da criminalidade violenta e da insegurança generalizada; a Educação, a Saúde, a Justiça, não têm evitado as ácidas críticas da generalidade dos cidadãos; a burocracia emperra todas as actividades, etc., etc.
Parece que estes pontos precisam ser resolvidos com eficácia e brevidade, mas na campanha são ignorados. Para eles não foram debatidos os respectivos projectos de solução. Os políticos que querem o nosso voto passam, olham para o lado e assobiam, para irem debater questões sem real valor em comparação com estas.
Daí o apelo: Por favor, falem-nos de Política nacional, estratégica, de preparação de um futuro melhor para os mais novos não terem de emigrar todos.
Neste blog e noutros sites do autor poderá prever o futuro do país tal como o presente foi previsto e publicado desde fins da década de 1980. Não é adivinhação, é o que nos outros países há muito se conhece e cá se negam em aceitar. Foi a incredulidade nacional suicidária que deu aos portugueses de hoje o renome de estúpidos e atrasados mentais que defendem os seus algozes sacrificando-se-lhes com as suas famílias. Aconteceu na Grécia, acontece cá e poderá acontecer em qualquer outro país.
Freedom of expression is a fundamental human right. It is one of the most precious of all rights. We should fight to protect it.
8 de setembro de 2009
Falem-nos de Política
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3 mentiras:
Excelente, realista, lúcida e verídica exposição. As alegações, argumentações, discussões e controvérsias dos partidos não passam de “gueguerras” para conquista dos tachos que um povo atrasado lhe permite, que não interessam ao país nem a ninguém senão a eles próprios. Quanto mais se agridem verbalmente, tentando ludibriar a mentalidade atrasada da população, por isso com resultados esperados, mais mostram as suas intenções promíscuas e prejudiciais para o país e menos confiança merecem.
Sem que os lugares de chefia e outros sejam postos a concurso para gente capaz e competente, em lugar de serem dados aos cães partidários, o progresso será travado e a burocracia continuará a asfixiar o país. As decisões que a todos afectam, como qualquer alteração à constituição, deverá ser aprovada por plebiscito.
A verdade seja dita: Sócrates conseguiu para o país o que os outros desprezaram, embora dum modo pouco elogioso, baixo e abjecto mesmo, que lhe conseguiu ser acusado de traidor dos Direitos Humanos pela Human Rights Watch. Os governantes fizeram muito bem fazendo de caixeiros-viajantes. Também fez pelos mais pobres do que os outros anunciaram, mas não fizeram. Só que, simultaneamente, tomou outras decisões em sentido absolutamente contrário, o que permitiu a continuação do aumento da fossa entre ricos e pobres, o que é altamente condenável.
Nada disto nem doutros assuntos de maior relevo para o país se houve da parte de qualquer partido. Só nos falam de lixo que não interessa, em ataques pessoais e assuntos do género sem o mínimo interesse, mas que, como citado, entra bem em ouvidos de desmiolados e lhes conquista votos contra o país, mas pela oligarquia que os amasse por vigarice. Vígaros, é o que são, desonestos, ladrões do dinheiro público, nojentos incapazes mas gananciosas, que para satisfazerem os seus baixíssimos sentimentos.
Caro «Mentiroso»,
Agradeço o seu comentário. Este tema merece ser analisado com a sensatez que preside ao seu comentário. Perde-se tempo em tricas inter-partidárias, deixando ao lado às escuras os verdadeiro problemas nacionais. Esta falta de confiança que todos justificam levam muita gente a advogar o voto em branco ou o voto nulo. Realmente, nenhum deles merece o voto de gente séria que gosta de ver seriedade, ética, nos actos da governação e nas posições dos eleitos.
Um abraço
João Soares
Esta do minta... está demais! :))
Tem toda a razão MENTIROSO!
Sr João Soares, o problema de quem se abstém, é que está ao mesmo tempo, a não cumprir um "dever" Democrático, logo não teremos o Direito de exigir a Democracia. Assim como votos brancos, só contam para deitar o Estado Democrático abaixo, julgo eu com + de 60%, ficamos "entalados" entre a espada e a parede!
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