Mentira!

Neste blog e noutros sites do autor poderá prever o futuro do país tal como o presente foi previsto e publicado desde fins da década de 1980. Não é adivinhação, é o que nos outros países há muito se conhece e cá se negam em aceitar. Foi a incredulidade nacional suicidária que deu aos portugueses de hoje o renome de estúpidos e atrasados mentais que defendem os seus algozes sacrificando-se-lhes com as suas famílias. Aconteceu na Grécia, acontece cá e poderá acontecer em qualquer outro país.
Freedom of expression is a fundamental human right. It is one of the most precious of all rights. We should fight to protect it.

Amnesty International


28 de novembro de 2009

Comboios de Alta Velocidade Ultrapassados

Após mais de um ano de conversações para a sua junção, a British Airways e a Iberia chegaram a um acordo em 12 de Novembro, no intuito de travarem a queda de vendas relativamente à cada vez maior concorrência. A British Airways ficou com 55% do consórcio. Esta união ficará completa no decorrer de 2010.

Um dos planos que a nova associação tem no saco para angariar mais passageiros é o de novas tarifas de voos inter-cidades iguais às dos mesmos percursos ligados por via férrea. Propõem-se conquistar os actuais passageiros dos comboios de alta velocidade (CAV, em português – não sendo franceses não se compreende o uso de TGV).

Como os CAV espanhóis são do estado, tem-se levantado um grande susto para o governo quanto aos CAV que se prevê esvaziarem-se num futuro muito próximo, caso a concorrência com as companhias aéreas continue como se prevê. Com efeito, as tarifas aéreas tendem a descer mundialmente segundo a maior ou menor concorrência regional.

Em Portugal, o Partido Socialista (que não o é) e ainda aquele que se intitula falsamente como Social Democrata pretendem construir novas linhas para CAV (*). De admirar? Não, quando as novidades chegam a Portugal já são velhas e obsoletas por outras bandas. É o costume, mas não só.

É um novo problema, por si só de envergadura, a contrariar as ideias de políticos incapazes e irresponsáveis. Estes acontecimentos, num desenvolvimento natural da vida real, vêm tornar esses comboios obsoletos desde o início do projecto e garantir que jamais terão passageiros em número suficiente para os tornar rendáveis, caso a concorrência dentro do país venha a concretizar-se como nos outros. Todavia, a experiência e a junção à União Europeia dizem-nos que, mais cedo ou mais tarde, tal acabará por acontecer.

À parte este caso, existia até agora, efectivamente, uma ligação que poderia ter alguma justificação, a de Lisboa a Madrid, pela única razão que se tratava dum percurso mais longo, com cerca de 700Km e que, em continuação, ligaria de Madrid para outras cidade ou ainda para lá dos Pirenéus, para o resto da Europa. Outras ligações, com cerca de 300Km ou menos não têm qualquer justificação nem utilidade. Estas compreendem as linhas Lisboa – Porto, Porto – Galiza ou qualquer outra interna ou para Espanha.

Sobre a ligação Porto – Galiza, absolutamente injustificável, evidentemente que já ouvimos os oportunistas políticos tripeiros a culparem os governos de sempre se esquecerem do Porto, chegando ao exagero de declarar que em Lisboa havia muitas pontes e tão poucas no Porto. Porque chamarão então ao Porto a aldeia das pontes? Têm um eléctrico que alcunharam de metropolitano. É absolutamente igual aos eléctricos que vemos pelas cidades da Europa fora, linhas construídas durante as duas últimas décadas, após a desmobilização das linhas e material de circulação arcaicos como os de Lisboa. Foi uma excelente ideia, chamem o que chamarem a esse eléctrico. Nem se compreende que o mesmo não se faça na capital e noutras cidades. As pontes e este eléctrico não são de certo demasiados para o Porto, mas é injustificável que uma área com tão poucos habitantes por comparação à metrópole da capital, esteja melhor servida em transportes. Logicamente, um maior população necessita de maiores meios de transporte. A regra de três simples parece bem apropriada a casos deste tipo. Já alguém terá reparado que programas festivos, de artes ou outros do género que passem pelo Coliseu dos Recreios e pelo Coliseu do Porto são geralmente agendados para que as sessões sejam primeiro no Porto e só depois em Lisboa? Haverá outra explicação para além duma pobreza de espírito que se preocupa e regala com tais mesquinhices?

O problema aqui, é o mesmo em todo o país. Os políticos vigaristas e impostores, aproveitam-se da profunda ignorância geral da população, esta provocada pela desinformação anti-social para se fazerem aprovar precisamente pelos logrados que votam contra eles mesmos. No caso do Porto não desperdiçam a índole extremamente racista das gentes do canto litoral a norte do Douro, que querem fazer passar por bairrismo, uma forma mais moderada de racismo. O exemplo do êxito constatado com o pulha ordinário do Rui Rio na sua campanha de matar os pobres é flagrante e demonstra o enorme atraso mental de quem votou nele ou no Paulo Portas, que se deixam enganar como recém-nascidos. Como melhorar o país?

O governo prepara-se para ir para a frente com a ideia idiota que herdou directamente dos que a conceberam: o PSD. Diga-se o que se disser, é indiscutível que tal obra criaria riqueza e emprego no país. No entanto, a desproporção do projecto, a sua verdadeira inutilidade, o seu pesado custo e consequência futuras por falta de rendimento devido à sua desnecessidade, tornam a obra insuportável, obliterando qualquer vantagem actual pelos prejuízos futuros.

O governo – nenhum governo – tem o direito de contrariar os seus eleitores. Foi eleito para representar a vontade dos eleitores e não a de contra ela agir. Agindo contra ela, deixa de os representar, pelo que perde a sua legitimidade. A teimosia dum qualquer governo ou parlamento em agir contra a vontade dos eleitores não lhe acrescenta qualquer legitimidade, tira-lhe a que tinha. Nenhum deles pode convencer-nos agarrando-se teoricamente à sua eleição para justificar o injustificável.

Nestas circunstâncias não se compreende a relativa passividade patenteada pela falta de reacção em que nem se encontram petições para travar mais uma ruína futura para o país.

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(*) Esta afirmação sobre a ideia do PSD é correcta. A falta de atenção das pessoas e os costumados logro e falsidade gerados à volta do assunto pelo partido têm-no camuflado propositadamente a sua intenção. Embora ele o negue, não só foi o autor da ideia como a Manela Leiteira afirmou para quem quisesse ouvir que apenas estava suspensa. Isto parece ainda maior idiotice que a do PS. Se a sua construção se processasse durante a maior baixa da crise, criaria riqueza e emprego quando mais se necessitassem. Deixando-a para mais tarde, justifica-se muito menos a necessidade da dívida desnecessária que impreterivelmente acarretaria em qualquer altura. Outra «vira-casaca» do PSD foi a sua propaganda sobre o caso da avaliação dos professores durante as eleições; agora, virou de rumo.

Adenda:
No dia seguinte ao desta publicação, o Freitas do Amaral afirmou que o Presidente do Supremo Tribunal de Justiça devia dar uma satisfação à população sobre a sua decisão de mandar destruir as escutas telefónicas. Que de mais normal, embora os arrogantes pedantes não crer ter obrigação de prestar contas ao seu soberano?

2 mentiras:

A. João Soares disse...

Caro «Mentiroso»,

Gostei de ler o post, muito bem argumentado como é seu timbre. Mas a minha grande e muito agradável sensação é o facto de o saber bem e activo, depois de ter passado mais de um mês preocupado com a falta de notícias.

Um abraço
João

A. João Soares disse...

Tomei a liberdade de transcrever a penúltima frase para o meu blog, que vem ao encontro de posts anteriores. Identifiquei a origem com um link.

Um abraço
João