Após mais de um ano de conversações para a sua junção, a British Airways e a Iberia chegaram a um acordo em 12 de Novembro, no intuito de travarem a queda de vendas relativamente à cada vez maior concorrência. A British Airways ficou com 55% do consórcio. Esta união ficará completa no decorrer de 2010.
Um dos planos que a nova associação tem no saco para angariar mais passageiros é o de novas tarifas de voos inter-cidades iguais às dos mesmos percursos ligados por via férrea. Propõem-se conquistar os actuais passageiros dos comboios de alta velocidade (CAV, em português – não sendo franceses não se compreende o uso de TGV).
Como os CAV espanhóis são do estado, tem-se levantado um grande susto para o governo quanto aos CAV que se prevê esvaziarem-se num futuro muito próximo, caso a concorrência com as companhias aéreas continue como se prevê. Com efeito, as tarifas aéreas tendem a descer mundialmente segundo a maior ou menor concorrência regional.
Em Portugal, o Partido Socialista (que não o é) e ainda aquele que se intitula falsamente como Social Democrata pretendem construir novas linhas para CAV (*). De admirar? Não, quando as novidades chegam a Portugal já são velhas e obsoletas por outras bandas. É o costume, mas não só.
É um novo problema, por si só de envergadura, a contrariar as ideias de políticos incapazes e irresponsáveis. Estes acontecimentos, num desenvolvimento natural da vida real, vêm tornar esses comboios obsoletos desde o início do projecto e garantir que jamais terão passageiros em número suficiente para os tornar rendáveis, caso a concorrência dentro do país venha a concretizar-se como nos outros. Todavia, a experiência e a junção à União Europeia dizem-nos que, mais cedo ou mais tarde, tal acabará por acontecer.
À parte este caso, existia até agora, efectivamente, uma ligação que poderia ter alguma justificação, a de Lisboa a Madrid, pela única razão que se tratava dum percurso mais longo, com cerca de 700Km e que, em continuação, ligaria de Madrid para outras cidade ou ainda para lá dos Pirenéus, para o resto da Europa. Outras ligações, com cerca de 300Km ou menos não têm qualquer justificação nem utilidade. Estas compreendem as linhas Lisboa – Porto, Porto – Galiza ou qualquer outra interna ou para Espanha.
Sobre a ligação Porto – Galiza, absolutamente injustificável, evidentemente que já ouvimos os oportunistas políticos tripeiros a culparem os governos de sempre se esquecerem do Porto, chegando ao exagero de declarar que em Lisboa havia muitas pontes e tão poucas no Porto. Porque chamarão então ao Porto a aldeia das pontes? Têm um eléctrico que alcunharam de metropolitano. É absolutamente igual aos eléctricos que vemos pelas cidades da Europa fora, linhas construídas durante as duas últimas décadas, após a desmobilização das linhas e material de circulação arcaicos como os de Lisboa. Foi uma excelente ideia, chamem o que chamarem a esse eléctrico. Nem se compreende que o mesmo não se faça na capital e noutras cidades. As pontes e este eléctrico não são de certo demasiados para o Porto, mas é injustificável que uma área com tão poucos habitantes por comparação à metrópole da capital, esteja melhor servida em transportes. Logicamente, um maior população necessita de maiores meios de transporte. A regra de três simples parece bem apropriada a casos deste tipo. Já alguém terá reparado que programas festivos, de artes ou outros do género que passem pelo Coliseu dos Recreios e pelo Coliseu do Porto são geralmente agendados para que as sessões sejam primeiro no Porto e só depois em Lisboa? Haverá outra explicação para além duma pobreza de espírito que se preocupa e regala com tais mesquinhices?
O problema aqui, é o mesmo em todo o país. Os políticos vigaristas e impostores, aproveitam-se da profunda ignorância geral da população, esta provocada pela desinformação anti-social para se fazerem aprovar precisamente pelos logrados que votam contra eles mesmos. No caso do Porto não desperdiçam a índole extremamente racista das gentes do canto litoral a norte do Douro, que querem fazer passar por bairrismo, uma forma mais moderada de racismo. O exemplo do êxito constatado com o pulha ordinário do Rui Rio na sua campanha de matar os pobres é flagrante e demonstra o enorme atraso mental de quem votou nele ou no Paulo Portas, que se deixam enganar como recém-nascidos. Como melhorar o país?
O governo prepara-se para ir para a frente com a ideia idiota que herdou directamente dos que a conceberam: o PSD. Diga-se o que se disser, é indiscutível que tal obra criaria riqueza e emprego no país. No entanto, a desproporção do projecto, a sua verdadeira inutilidade, o seu pesado custo e consequência futuras por falta de rendimento devido à sua desnecessidade, tornam a obra insuportável, obliterando qualquer vantagem actual pelos prejuízos futuros.
O governo – nenhum governo – tem o direito de contrariar os seus eleitores. Foi eleito para representar a vontade dos eleitores e não a de contra ela agir. Agindo contra ela, deixa de os representar, pelo que perde a sua legitimidade. A teimosia dum qualquer governo ou parlamento em agir contra a vontade dos eleitores não lhe acrescenta qualquer legitimidade, tira-lhe a que tinha. Nenhum deles pode convencer-nos agarrando-se teoricamente à sua eleição para justificar o injustificável.
Nestas circunstâncias não se compreende a relativa passividade patenteada pela falta de reacção em que nem se encontram petições para travar mais uma ruína futura para o país.
--------------------
(*) Esta afirmação sobre a ideia do PSD é correcta. A falta de atenção das pessoas e os costumados logro e falsidade gerados à volta do assunto pelo partido têm-no camuflado propositadamente a sua intenção. Embora ele o negue, não só foi o autor da ideia como a Manela Leiteira afirmou para quem quisesse ouvir que apenas estava suspensa. Isto parece ainda maior idiotice que a do PS. Se a sua construção se processasse durante a maior baixa da crise, criaria riqueza e emprego quando mais se necessitassem. Deixando-a para mais tarde, justifica-se muito menos a necessidade da dívida desnecessária que impreterivelmente acarretaria em qualquer altura. Outra «vira-casaca» do PSD foi a sua propaganda sobre o caso da avaliação dos professores durante as eleições; agora, virou de rumo.
Adenda:
No dia seguinte ao desta publicação, o Freitas do Amaral afirmou que o Presidente do Supremo Tribunal de Justiça devia dar uma satisfação à população sobre a sua decisão de mandar destruir as escutas telefónicas. Que de mais normal, embora os arrogantes pedantes não crer ter obrigação de prestar contas ao seu soberano?
Neste blog e noutros sites do autor poderá prever o futuro do país tal como o presente foi previsto e publicado desde fins da década de 1980. Não é adivinhação, é o que nos outros países há muito se conhece e cá se negam em aceitar. Foi a incredulidade nacional suicidária que deu aos portugueses de hoje o renome de estúpidos e atrasados mentais que defendem os seus algozes sacrificando-se-lhes com as suas famílias. Aconteceu na Grécia, acontece cá e poderá acontecer em qualquer outro país.
Freedom of expression is a fundamental human right. It is one of the most precious of all rights. We should fight to protect it.
28 de novembro de 2009
Comboios de Alta Velocidade Ultrapassados
Autor: Mentiroso às 00:35
Tópicos: Abdicação cívica, Abuso, Arrogância, Atraso mental, Autoritarismo, Crise Financeira, Desenvolvimento
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
2 mentiras:
Caro «Mentiroso»,
Gostei de ler o post, muito bem argumentado como é seu timbre. Mas a minha grande e muito agradável sensação é o facto de o saber bem e activo, depois de ter passado mais de um mês preocupado com a falta de notícias.
Um abraço
João
Tomei a liberdade de transcrever a penúltima frase para o meu blog, que vem ao encontro de posts anteriores. Identifiquei a origem com um link.
Um abraço
João
Enviar um comentário