Ministro admite recuar na legislação antitabaco
DN, 070309
O ministro da Saúde admitiu ontem fazer alterações ao anunciado pacote legislativo que interdita o consumo de tabaco em espaços públicos fechados. O recuo de Correia de Campos ocorreu ontem, numa reunião com deputados socialistas em que ouviu várias críticas.
Parlamentares como Afonso Candal e Ricardo Freitas consideraram excessivas as restrições em bares e restaurantes. A proposta governamental proíbe o fumo em estabelecimentos com menos de cem metros quadrados e um limite de 30% do espaço disponível a fumadores nos bares e restaurantes com mais de cem metros quadrados. (...)
"Temos de nos demarcar de situações repressivas que põem as pessoas a fumar nas escadas", disse ao DN Ricardo Freitas (...)
"Uma coisa é a preocupação com os direitos dos não fumadores, outra é perseguir os fumadores. Alinho na primeira, não na segunda", disse Afonso Candal ao DN.
NOTA: Por uma questão de humanidade e de solidariedade, lamento que o ministro se sinta constrangido a recuar numa das suas arremetidas, contra o povo português. Um homem que se tem mostrado tão arrogante, detentor da «verdade única», o mais sábio de todos, deve sentir-se num sofrimento atroz, ao ter de da um passo atrás mesmo que seja muito pequeno.!!!
Tudo lhe tem corrido mal, desde as manifestações contra o fecho das maternidades, das urgências, dos centros de saúde. Com tantas situações deveras dolorosas, conclui-se que o seu apego ao Poder é superior a tudo e que de tudo é capaz para se manter, embora a corda esteja muito bamba. Mas todos estes desgostos teriam sido evitados se o ministro tivesse preparado bem as suas decisões, antes de elas saltarem para o público: boa análise e diagnóstico do problema e de cada um dos seus factores, formulação das possíveis soluções e comparação de todas elas entre si, quanto a efeitos futuros, vantagens e inconvenientes, antes de escolher a melhor delas. Nestes passos não devia deixar de ouvir os interessados, para não ter de se surpreender com as suas sérias opiniões, depois de se ter comprometido com uma decisão precoce, inadequada e mal fundamentada. Se a decisão de que agora tem de recuar lhe foi proposta por assessores e consultores, liberte-se deles, porque não estão a prestar um bom serviço nem a si nem ao País.
E isto também mostra que o PM não tem facilidade em escolher outro que seja mais capaz, porque poucos se dispõem a misturar o seu nome com os daqueles de que o povo já descrê.
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