Mentira!

Neste blog e noutros sites do autor poderá prever o futuro do país tal como o presente foi previsto e publicado desde fins da década de 1980. Não é adivinhação, é o que nos outros países há muito se conhece e cá se negam em aceitar. Foi a incredulidade nacional suicidária que deu aos portugueses de hoje o renome de estúpidos e atrasados mentais que defendem os seus algozes sacrificando-se-lhes com as suas famílias. Aconteceu na Grécia, acontece cá e poderá acontecer em qualquer outro país.
Freedom of expression is a fundamental human right. It is one of the most precious of all rights. We should fight to protect it.

Amnesty International


25 de fevereiro de 2007

SORO PROVOCA INFECÇÃO

Lamento não poder dar aqui uma palavra de optimismo, mas este não parece ser abundante na nossa sociedade. Fiquei impressionado com a os riscos que a nossa saúde está a correr. No Correio da Manhã de ontem era noticiado que «Onze marcas de soro fisiológico para lavagem das fossas nasais estão a ser retiradas do mercado por poderem provocar infecções aos utilizadores. A ordem partiu do Infarmed – Instituto Nacional da Farmácia e do Medicamento, que detectou uma concentração de bactérias demasiado elevada nos produtos analisados». No corpo do artigo vinham marcas de vários estabelecimentos de grande superfície que, por legislação do actual ministério, estão autorizados a vender produtos para a saúde.

Estranho a incoerência do ministro. Por um lado apoiou que os abortos por uma questão de higiene e segurança deixassem de ser feitos às escondidas no escuro de caves e garagens e passassem a ser praticados em clínicas com boas condições sanitárias. Com isso beneficia as abortantes e principalmente as clínicas que já então se propunham realizar esses complexos trabalhos. Mas, por outro lado, não hesitou em permitir a venda de medicamentos em supermercados. Fê-lo apenas movido por raiva contra as farmácias e à Associação Nacional de Farmácias, a quem o Estado devia avultada quantia.

As farmácias que conheço são cuidadosas naquilo que vendem e nas explicações que dispensam aos clientes, geralmente pessoas em situação debilitada que merecem atenções especiais, competentes e personalizadas. A sua rede permite encontrar sempre uma perto de casa e uma de serviço permanente a curta distância. Uma farmácia em que compramos artigos de alta especialização para a saúde, não se coaduna com o ambiente de supermercado, mesmo que neste exista um espaço em que funcione uma farmácia com todos os requisitos tradicionais. Mas estes requisitos prece estarem aligeirados, como tudo nas grandes superfícies.

Oxalá não apareçam muitos casos como este que, felizmente, segundo a notícia ainda não provocou crise generalizada. Merece elogios a actuação do Infarmed e esperamos que a sua atenção seja redobrada a fim de a má qualidade dos medicamentos em que depositamos a esperança de minorar os nossos males, seja detectada e evitada para que eles sejam realmente eficientes e não venham, pelo contrário, agravar as nossas condições de doença. Temos esperança neste Instituto para bem do tratamento das nossas doenças, mas não a temos no arrogante ministro, que se considera o único «inteligente» do Pais e faz zigue-zague com os dinheiros públicos, criando cada vez mais dificuldades aos doentes em vez de lhes melhorar as condições de tratamento, sendo de estranhar que ainda continue no Governo, apesar de ser duramente criticado até por dirigentes da máquina do partido no poder.

1 mentiras:

Mentiroso disse...

Mais um caso a comprovar a transformação geral operada na formação do carácter dos portugueses. A experiência faz-me parecer que o problema não reside precisamente no facto do local onde medicamentos generalistas e sem necessidade duma receita médica são vendidos. De conhecimento particular, em Inglaterra, os medicamentos do género são vendidos em quase todo o lado – e não apenas em locais especiais, como em Portugal – pelo menos desde princípios da década de 1960 sem que jamais se tenha constado qualquer problema que se identifique com o presente. Provavelmente, estas vendas são ainda muito anteriores à data citada.
Por outro lado, na realidade, os farmacêuticos de hoje, assim como os seus empregados, não são mais que puros comerciantes em que os primeiros têm um curso de farmácia (não vamos aqui alongar o comentário a explicar a deficiência dos cursos portugueses em que até os de medicina não são reconhecidos em países europeus, dado os médicos formados nas faculdades portuguesas não poderem exercer por conta própria). Embora muitos tenham alguma consciência, esse atributo em Portugal é regra do passado. Com efeito sempre os temos visto agir de acordo. Tal como os políticos, afirmam muitas coisas para nos fazerem crer que se interessam pela população, mas essas argumentações têm motivações paralelas às dos políticos, no estrito sentido comercial. Tudo isto se observa também, tanto quando os ouvimos falar publicamente sobre esses assuntos, como quando compramos qualquer coisa na maioria das farmácias que não nos conhecem.
Parece que, aqui ainda, temos que concluir que estamos perante uma situação geral de bandalheira e de atraso mental, que como outras muito semelhantes, ainda que noutros sub-tópicos, têm a origem no exemplo dos governantes e do embrutecimento que estes infligiram à população enquanto lhe insuflaram um orgulho que a cegou, não lhe permitindo ver a realidade, muito menos de a compreender e de os culpar.