Este mesmo título foi usado num artigo escrito há cerca de dez anos sobre o mesmo tópico e em seguida adaptado e publicado no Site da Mentira há já anos. O tempo passou, as circunstâncias permaneceram imutáveis. O artigo continua tão actual como no dia em que foi escrito.
É o progresso português a passos de gigante, só que vai no sentido contrário.
Esta semana publicou-se mais um relatório do Observatório de Segurança de Estradas e Cidades (OSEC) – pouco visto nos jornais –, de novo condenando a má construção das estradas. Não é de longe o primeiro, é apenas mais um numa longa lista, esta todavia bem curta se a justapusermos à realidade.
As estradas sofrem dum defeito congénito pela sua inerente má construção geral, corrupção durante o seu planeamento e vícios de construção bem claros para quem por elas tem passado e ainda mais claros para todos aqueles que nelas ficaram inválidos, já que para os que nelas morreram só no momento dos seus acidentes viram ainda mais claramente o que lhes ia roubar a vida nos segundos que seguiam.
Não obstantes as sucessivas condenações do OSEC e o conhecimento comprovado da corrupção e irresponsabilidade dos responsáveis, – sobretudo quando a construção de auto estradas na Europa era já velha, visto Portugal ter sido na época o último país da União Europeia a construir uma rede de auto estradas – ainda não se imaginou tampouco em acusar os assassinos, sobretudo o número um, os quais continuam tranquilamente à solta, pois sabem que neste país só os pilha galinhas são presos. Mais uma bênção dos governos do Cavaco e dos seus acólitos.
Em Portugal, o crime de alto nível compensa. Para que não subsistam dúvidas, veja-se o que se passa na actualidade com os criminosos do caso Casa Pia. Porque haveria pois o ministro responsável pela sua construção temer uma justiça corrupta e administrada por pobres poltrões arrogantes, muitos deles já da geração rasca? O pior que esse ministro pode arriscar é que o Cavaco lhe dê uma medalha como deu à assassina dos hemofílicos anos após a consumação dos seus crimes. Nestas circunstâncias só um impostor e cobarde poderá hoje aceitar a mesma medalha dada a criminosos. É uma desonra receber tal medalha. Bom, isto seria se estivéssemos num país de cidadãos honrados.
Por agora, tudo o que temos a esperar será a impunidade costumeira dos criminosos políticos e alocuções em seu louvor para realçarem os seus méritos, ou seja, os seus métodos criminosos e mafiosos, por parte da máfia que na altura se encontre no poleiro.
A carnificina nas estradas tem mais de uma causa, como descrito no artigo acima mencionado. A segunda causa também depende da acção dos políticos, pois que para não abordarem nenhuma delas têm substituído a prevenção pela caça à multa, muito mais lucrativa e convincente para os pobres desmiolados eleitores, a ponto de em noticiários se ouvirem dirigentes da polícia dizerem com o maior à-vontade que os ataques de caça à multa são para a população ver que a polícia quer prevenir os acidentes. Tão estúpido que até custa a compreender.
E porquê, afirmar tão bestialmente que a causa principal é a da velocidade, quando nos países sem limite de velocidade nas auto estradas são precisam,ente aqueles em que menos acidentes de viação se verificam? As auto estradas são para andar depressa; de vagar é dentro das povoações, onde se dão a maioria dos acidentes por culpa dos condutores.
Que a carnificina continue, pois, e que os responsáveis recebam medalhas. Talvez que o título de «Estradas Assassinas» não esteja tão certo. As estradas talvez não sejam as assassinas, mas simplesmente a cena do crime e os assassinos são aqueles que as construiram e recusam a responsabilidade depois de terem embolsado o dinheiro, tanto na efectuação da obra como responsável como ministro da pasta e como chefe da máfia oligárquica governamental.
Assim vai Portugal e assim irá impreterivelmente enquanto os carneiros não exigirem o fim da corrupção, o qual só poderá começar peço fim das nomeações de cargos que deveriam ser entregues por concursos públicos. É esta a pedra angular e o barómetro da corrupção. Enquanto isto não acontecer não há absolutamente nada a esperar a nenhum nível nem sobre qualquer que seja o assunto. Sem isto, todas as declarações de políticos sobre a diminuição da corrupção não passam de meros discursos de criminosos mafiosos. Somos governados por criminosos. Que de admiração, também, que a população siga o exemplo que lhe vem de cima?
Neste blog e noutros sites do autor poderá prever o futuro do país tal como o presente foi previsto e publicado desde fins da década de 1980. Não é adivinhação, é o que nos outros países há muito se conhece e cá se negam em aceitar. Foi a incredulidade nacional suicidária que deu aos portugueses de hoje o renome de estúpidos e atrasados mentais que defendem os seus algozes sacrificando-se-lhes com as suas famílias. Aconteceu na Grécia, acontece cá e poderá acontecer em qualquer outro país.
Freedom of expression is a fundamental human right. It is one of the most precious of all rights. We should fight to protect it.
23 de dezembro de 2008
Estradas Assassinas
Autor: Mentiroso às 00:33
Tópicos: Civismo, Clãs, Corrupção, Crime compensa, Oligarquia
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5 mentiras:
Um tema sempre oportuno.
A direcção da associação dos polícias denunciou há poucos dias que o critério da avaliação do desempenho dos agentes assenta na quantitativo que obtiveram em multas e coimas. São autênticos companheiros do Ali-babá!
Um ponto que costumo focar é o critério louco de colocar sinais exageradamente restritivos da velocidade. Há sinais de 30 que deviam levar a interrogatórios os responsáveis pela sua colocação para demonstrarem qual a razão e a vantagem da sua colocação. Só vejo uma: a caça à multa. Mas o pior efeito ainda é gerarem o desrespeito pelos sinais e, um dia, quando um deles for verdadeiro, resulta acidente.
Bando de irresponsáveis. Num local onde estava um sinal de 60 houve um acidente por excesso de velocidade, e os irresponsáveis trocaram o sinal por um de 40; quando voltou a haver outro acidente provocado por ir a 100, fez baixar o sinal para 30.
Que inteligência luminosa a destes «técnicos»!!!
Um abraço. Feliz Natal
João
Estradas assassinas, muito bem dito. Eu próprio fui vítima de uma delas, tendo ficado semi-paraplégico por falta de sinalização adequada! Não posso deixar de subscrever este artigo, porque, no nosso país, como sempre, a culpa morre solteira. Todos, e digo todos, os responsáveis públicos deviam ocupar os seus cargos com base em concursos públicos. De outra forma, escolhas políticas ou pessoais - mafiosas - só num país obscurantista como o nosso.
Um abraço
Por motivos de alteração provisória de humor e de Fé este ano não dou votos a ninguém.
Passa uns bons próximos dias e, já agora, bons próximos anos também.
Tudo muda em nossa volta mas, infelizmente, ainda há estradas assassinas...
Ainda assim, espero que a Operação NATAL/ANO NOVO da BT/GNR 2008 nos traga a informação de que tudo baixou: numero de mortes, feridos graves, feridos ligeiros e numero de acidentes.
A verdade é que esta é a última operação NATAL/ANO NOVO, da BT/GNR. Isto porque a BT/GNR vai deixar de existir...
BOM NATAL
ABRAÇO
Caro Pata Negra, estimo as melhoras, sobre tudo as do humor.
Caro Paulo, A GNR está nas estradas com radares para caçar multas para quem ande depressa, mas não é a velocidade que provoca os desastres. Quando muito se ela for adaptada às circunstâncias, como se aprende nas escolas de condução dos países onde há menos acidentes. o que provoca mais desastres sãp as acrobacias dos tarados e atrasados mentais ao volante, as estradas mal construídas e a sinalização desadequada. Até se quando bebessem um pouco demais conduzissem com a mentalidade de que se encontram em condições inferiores poderiam evitar acidentes, mas acham que são «bons» para fazer acrobacias ainda maiores do que quando estão sóbrios.
A GNR não evita grande coisa, outras medidas deveriam ser tomadas.
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