Sob o ponto de vista anarquista, a greve geral de quarta-feira, 30 de Maio, foi um sucesso total. Tenho exprimido neste blogue, por várias vezes, a importância que têm as movimentações sociais contestatárias para a alteração do actual estado das coisas. Este sistema neoliberal capitalista em que vivemos só cairá se as pessoas - o povo, no seu todo - o desejarem e se derem a conhecer publicamente o seu descontentamento. Ora, foi isso que aconteceu ontem.
Terminado o dia de greve, seria de esperar a típica guerra de números entre governo e sindicatos. No entanto, inteligentemente, a CGTP, pela voz do seu secretário-geral, Carvalho da Silva, disse claramente “não entramos em guerras de números”. Foi desta forma que este dirigente sindical desmentiu a versão do governo de que a greve tinha sido apenas parcial e com efeitos limitados, ao mesmo tempo que deu exemplos de muitos sectores que pararam completamente ou funcionaram a meio gás. Sugiro que leiam esta notícia que publiquei no meu Contracorrente a este propósito.
Quando toda uma massa significativa de trabalhadores adere a uma greve geral, algo vai muito mal no governo do país. E os governantes, em vez de rebater com números e percentagens, deveriam tomar em linha de conta o que há de errado na sua política económica e laboral. Contudo, conhecendo a arrogância desta ditadura da maioria imposta pelo actual governo Sócrates-PS, o inverso é que seria de esperar e foi o que aconteceu: o poder nega cegamente o impacto da greve geral. Desta forma, mais uma vez se cava o fosso que separa os governantes do povo. De forma dramática.
(Publicado originalmente n'O Anarquista a 31 de Maio de 2007)
Neste blog e noutros sites do autor poderá prever o futuro do país tal como o presente foi previsto e publicado desde fins da década de 1980. Não é adivinhação, é o que nos outros países há muito se conhece e cá se negam em aceitar. Foi a incredulidade nacional suicidária que deu aos portugueses de hoje o renome de estúpidos e atrasados mentais que defendem os seus algozes sacrificando-se-lhes com as suas famílias. Aconteceu na Grécia, acontece cá e poderá acontecer em qualquer outro país.
Freedom of expression is a fundamental human right. It is one of the most precious of all rights. We should fight to protect it.
1 de junho de 2007
A greve geral e o fosso governantes-povo
Autor: Savonarola às 11:22
Tópicos: Carvalho da Silva, CGTP, Greve Geral
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2 mentiras:
Aplauso ao amigo Savonarola.,
Não podemos ser derrotistas e dizer que a greve é inútil porque nada muda. Claro que uma greve geral não muda o regime nem faz cair o governo, a não ser que seja mesmo geral e paralise o País durante vários dias seguidos. Ela foi uma vitória, tal como o têm sido muitas manifestações contra o fecho de maternidades, centros de saúde, urgências, escolas, TLEBS, taxas do multibanco, etc. A soberania pertence ao povo, tendo este, por isso muito poder. E é preciso que exija dos mandatários eleitos que sejam leais aos juramentos que fizeram e às promessas que fizeram para ganharem o nosso voto. É preciso não se resignar, e usar o seu direito de se manifestar contra os actos que considere indignos. O resultado há-de ver-se ao fim de um certo tempo. Não esquecer a sabedoria popular «água mole em pedra dura tanto bate até que fura» e «grão a grão enche a galinha o papo». A seara tem que amadurecer para depois ser colhida. Não tenhamos pressa em ver os resultados, mas não percamos tempo de braços cruzados. A luta é permanente e de longa duração Há que avançar de batalha em batalha até à vitória final.
Força Savonarola, continue tal como a água serena mas persistentemente.
Meu querido amigo Savonarola,
Chego atrazada, mas chego sempre... ou quase.
Depois de passar os olhos por 30 anos, de 1892 a 1927, para reler muita coisa já esquecida. Detive-me mais em Malatesta e Bakunin. E dei comigo a pensar em como certas coisas fazem tanto sentido ainda hoje, até mesmo o facto de termos de nos exprimir por uma espécie de código, não vá o diabo tecê-las...
Sabes que estou contigo.
Mas para não me alongar, e porque o A.J.S, já disse exactamente aquilo que eu penso, vou limitar-me a subscrever as suas palavras e as suas considerações. Nem uma a menos, nem uma a mais.
E elogiar-te o empenho, para que este mundo melhore, se ainda é possível.
Um abraço pro-A
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