Tenho levado a cabo a minha acção anarquista - neste blog Mentira! e onde me for possível - porque acho fundamental estar atento às manhas do poder e do Estado e denunciá-las, sempre que possível, para que não teçam nas nossas costas os seus conluios, elaborados com o objectivo de enganar o povo para satisfazer os interesses dos grandes. Ora, uma das armas que os governos utilizam para fazer valer a sua vontade é a corrupção.
Num estudo realizado pelo Centro de Investigação e Estudos de Sociologia, coordenado pelo Professor Luís de Sousa, 51,9 por cento dos portugueses inquiridos elegeu os anos de 2000 a 2007 como "o período em que existiu maior corrupção em Portugal". Sugiro que leiam esta notícia que publiquei no meu site Contracorrente sobre esta questão. Ainda segundo este estudo, a maioria dos inquiridos (83,8 por cento) considera que, de um modo geral, o combate à corrupção em Portugal não é eficaz e atribuiu ao governo (45 por cento) a principal responsabilidade por essa ineficácia.
Vejo nesta análise diversos indicadores sobre a vida política portuguesa. Em primeiro lugar, os portugueses estão atentos à corrupção que grassa em torno do poder, contrariando a ideia de que somos um povo abúlico, desinteressado da vida política. Como anarquista, considero este facto um indicador muito positivo de que o povo ainda é a reserva de uma possibilidade de mudança, de revolução. Tenho dito frequentemente, também com base na opinião de ilustres pensadores de esquerda actuais, que o sistema neoliberal sob o qual vivemos poderá ser derrotado através de uma movimentação social significativa nesse sentido. Por outro lado, as pessoas não ignoram o facto de que a corrupção no Estado tem aumentado significativamente nestes últimos anos. O poder judicial não actua porque pactua silenciosamente com o executivo, deixando passar, prescrever, os principais processos judiciais anti-corrupção. Em suma, temos que estar atentos e não ignorar as tramas que o actual poder não-socialista tem tecido contra os interesses do povo.
(Publicado originalmente n' O Anarquista a 20 de Junho de 2007)
Neste blog e noutros sites do autor poderá prever o futuro do país tal como o presente foi previsto e publicado desde fins da década de 1980. Não é adivinhação, é o que nos outros países há muito se conhece e cá se negam em aceitar. Foi a incredulidade nacional suicidária que deu aos portugueses de hoje o renome de estúpidos e atrasados mentais que defendem os seus algozes sacrificando-se-lhes com as suas famílias. Aconteceu na Grécia, acontece cá e poderá acontecer em qualquer outro país.
Freedom of expression is a fundamental human right. It is one of the most precious of all rights. We should fight to protect it.
26 de junho de 2007
Combater a corrupção
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8 mentiras:
Gosto de raciocínio simples e linear e, assim, aqui vão umas dicas para reflexão:
A corrupção tem dois beneficiados, o activo, que paga para receber um favor, e o passivo que recebe a «atenção» em troca do favor que concede. Por isso é lógico que os que estão ligados ao Poder isto é, que dispõem de influência para obter o favor. Os da máquina governativa ou próximos dela beneficiam com a corrupção. Senão agora, eventualmente amanhã, e a esperança leva-os a não repudiar esse instrumento de enriquecimento ilícito como lhe chamava João Cravinho. E, em consequência deste raciocínio, vem o de que os legisladores que se encontram no grupo atrás referido, não têm a mínima pressa em matar a galinha dos ovos de ouro.
Abraço
Uma grande verdade. E cada vez exista mais corrupçao. Muitas guerras sao fomentadas por essas pessoas sem alma que também se enriquecem vendendo armas em lugar de vender tecnologia para o bem dos seres humanos e para a paz.
Um abraço
Tenho que discordar consigo, quanto diz “ O poder judicial não actua porque pactua silenciosamente com o executivo, deixando passar, prescrever, os principais processos judiciais anti-corrupção. Em suma, temos que estar atentos e não ignorar as tramas que o actual poder não-socialista tem tecido contra os interesses do povo.”
O problema do poder judicial, tal como da inspecção de trabalho, entre outras instituições, é a falta de meios, pois existem instituições que têm sido esvaziadas, ao longo dos anos, de meios financeiros, humanos,... e o que resta tem sido “estrangulado” de forma a perderem as força, e não quererem lutar em prol de uma sociedade mais justa.
Continuação de um bom trabalho.
A corrupção está em todo o lado, por isso é que nada muda.
Formiga
Falta de meios? Certo, verdade, o que serve de desculpa aos oportunistas. Mas não só. Segundo o Eurostat os juízes portugueses resolvem metade dos casos por ano que os seus colegas europeus. A falta de meios pouco poderá aqui servir de desculpa. E ainda diz mais, qualquer coisa que todos sabemos e de que no ano passada se fartou de falar: o número inédito, inacreditável e e indesculpável de casos arquivados antes dos prazos limite.
E quanto às sentenças, que justificará o descontentamento geral? Os juízes e os magistrados portugueses foram criados conjuntamente com toda a outra bandidagem, o que é normal. O que não é normal é que nenhum governo tenha adoptado as medidas necessárias e velhas de mais de 65 anos nos países avançados em que a educação e formação de mentalidade está entregue a pediatras competentes em lugar de deixarem os pais induzirem os seus hábitos incivilizados nos filhos.
Dalila
Exactamente, cara Dalila. Porque havia de mudar, se os seus construtores estão tão satisfeitos com os resultados que lhes são tão convenientes? A única maneira de mudar é pela união do povo contra a barbárie dos parasitas corruptos, dominá-los e mantê-los à rédea curta, como nos outros países europeus.
Gostei muito dos vossos comentários, que enriquecem este tema tão vasto e grave da corrupção no nosso país. Não ignoro que fiz algumas generalizações, mas o essencial do raciocínio é que esta é uma das principais doenças dos regimes ditos democráticos. Sendo o nosso marcadamente anti-democrático, todas as denúncias são poucas. É preciso lutar!
mentiroso,
Procura lá nessas tuas estatisticas:
quantos funcionários judiciais existem em cada juízo, quer em Portugal, quer em Portugal,quer na Europa...
(Para quem não sabe cada juizo têm um juíz)
Em quantos paises da Europa existem 90% dos juízes que exercem a sua actividade em 2 e 3 tribunais diferentes, ao mesmo tempo, ou seja estão a fazer o trabalho de 2 e 3 juizes, sendo que existem juizes que exercem as suas funções em tribunais que entre eles percorrem muitos kilometros...
Em quantos paises da Europa é que quando um juíz vai de baixa, tira licença de parto, etc... e ninguém o vai substituir, ou seja quando regressam têm os processos que nãoresolveu durante este periodo, mais os novos processos que entraram....
Em quantos paises da Europa é que existem tribunais com 4 juízos, por exemplo, e só têm uma sala de audiência...
Pois é verdade estas verdades não vêm nessas estatisticas, pois as estatisticas são feitas com muitos fins, mas nunca para repor a realidade... mas atingem o seu fim que é dividir para reinar.
Mentiroso, existe uma "coisa" na vida que eu tenho como certa, antes de falar tenho que conhecer a realidade, a realidade mesmo, não é aquela que os orgãos de comunicação social, instalados e de propriedade ideologica de umas certas pessoas, transmitem diariamente.
Infelizmente o nosso povo é assim falam, falam e nada produzem para beneficio da sociedade, antes pelo contrário, contribuem activamente para a desinformação, que é o objectivo de todos aqueles que lucram com a desgraça e a pobreza dos outros
Poderá falta de meios mas também existirá falta de organização eficiente e operativa. Antes da ASEA havia três instituições que nada faziam e se desculpavam dizendo que o assunto era da responsabilidade das outras duas. Foram as três extintas e criou-se apenas uma, que tem estado a fazer trabalho visível. É preciso denunciar erros, abanar a árvore para fazer cair a fruta podre, extinguir o que não funciona reorganizar o que é necessário.
Mas não se espere que os beneficiados com a corrupção legislem para acabar com ela. Poderão ser corruptos mas não são parvos, de todo.
Um abraço
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